Foi verdadeiramente arrepiante o momento em que o Estádio do Dragão homenageou em uníssono com uma tremenda salva de palmas Diogo Jota, que atuava no Liverpool, de Inglaterra, e o seu irmão André Silva. Os dois jovens futebolistas, que passaram pelo FC Porto, foram as vítimas mortais de um aparatoso acidente de automóvel, ocorrido precisamente há um mês, no dia 3 de julho, quando o veículo em que viajavam se despistou, incendiando-se de imediato. Dada a impossibilidade de Jota fazer a viagem de avião, pois tinha sido operado a um pulmão há pouco tempo, os dois irmãos dirigiam-se para Inglaterra, a partir de Espanha, mas em Zamora o drama aconteceu de forma brutal, ceifando a vida de dois jovens exemplares.
O mundo do futebol, mas não só, sentiu uma tremenda dor com a perda dos ilustres cidadãos naturais de Gondomar, cidade vizinha do Porto, e as cerimónias fúnebres constituíram um raro fenómeno de luto e consternação. Na apresentação do FC Porto aos seus associados, como então relatamos, o emblema nortenho entendeu prestar uma singela homenagem aos dois jogadores, transformado num momento arrepiante que se alargou às bancadas, onde muitos não esconderam as lágrimas. Reunidas no centro do terreno, um pouco antes do início do jogo, os jogadores de ambas as equipas uniram-se para aplaudir a memória dos dois jovens.
Diogo Jota, jogador de talento indiscutível e que tanto deu para as conquistas do Liverpool, para lá de ter jogado durante um ano pelo FC Porto, teve também uma passagem pelo Atlético de Madrid. As imagens transmitidas nos ecrãs gigantes do Estádio do Dragão acentuaram ainda mais a dor pelas trágicas perdas dos futebolistas, interrompendo o sonho de dois extraordinários seres humanos, no caso de Diogo Jota, casado, pai de três filhos, dois meninos e uma menina, e muito ligado à família.
