publicidade
𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒

Portugal derrotado pela Irlanda (2-0) adia para o Dragão apuramento para o Campeonato do Mundo

Jogo muito pobre da Seleção Nacional diante de um opositor superior ao longo de todo o encontro. Cristiano Ronaldo, de cabeça perdida, foi expulso por agressão a um adversário

Irlandeses estiveram sempre por cima do jogo, apesar de Portugal ter maior posse de bola. (Foto: FP Futebol)

Quando se esperava que que Portugal conseguisse o passaporte para o Mundial de 2026, a realizar nos Estados Unidos, México e Canadá, a Irlanda, ainda com hipóteses disputar o play-off, caso derrote a Hungria no derradeiro encontro do Grupo F, venceu claramente por duas bolas a zero e o falhanço luso foi total. A República da Irlanda teve uma noite histórica e agigantou-se em Dublin, fortemente apoiada pelo seu público, com o avançado Troy Parrott a bisar na partida.

Portugal terá agora de pontuar no próximo domingo no Estádio do Dragão diante da Arménia, já afastada das contas do apuramento, mas não vai poder contar com Cristiano Ronaldo. O craque e capitão português, que pouco ou nada fez nesta partida, recebeu ordem de expulsão por agressão a um adversário no decorrer da segunda parte, o que sucedeu pela primeira vez ao serviço da seleção ao longo da sua extensa carreira.

Mesmo com 78% de posse de bola, contra 22% da Irlanda, Portugal foi uma autêntica sombra da grande equipa que efetivamente é, frequentemente apontada como uma das melhores do planeta, e até mesmo considerada por muitos candidata ao triunfo no Mundial de 2026.

Os irlandeses não se impressionaram com o estatuto do adversário e, mesmo fazendo da solidez defensiva a sua grande arma, sempre a atuar com um bloco baixo, foram sempre extremamente rápidos nas saídas para o contra-ataque. Portugal defendeu muito mal e consentiu os dois golos na primeira parte, ambos apontados pelo dianteiro Troy Parrot, jogador a atuar no AZ Alkmaar, formação dos Países Baixos. O primeiro aconteceu aos 17 minutos na sequência de um canto ao segundo poste, para o possante dianteiro irlandês, de cabeça, bater o guardião Diogo Costa. Aos 45 minutos, surgiu de novo Parrot, que entrou pela esquerda na quina da área e rematou com extrema facilidade perante a apatia dos defensores portugueses, incluindo o guarda-redes do FC Porto, ao rematar junto ao poste. Facilidades a mais e o pesadelo português a pairar em Dublin, sem que se notassem ideias para dar a volta aos acontecimentos.

Vitinha tentou ser influente na intermediária, mas correu tudo mal. (Foto: FP Futebol)

Substituições de Martínez deram em nada
Claro que o técnico espanhol Roberto Martínez viu-se obrigado a mexer na equipa portuguesa, contudo a situação, como menos um jogador em campo, ficou muito complicada. Francisco Trincão e Rafael Leão entraram para os lugares dos desinspirados Bernardo Silva e João Félix, mas não se viu nada de novo. A posse de bola é fundamental, mas de nada serve se a equipa não conseguir chegar com perigo à área adversária. Um ou outro remate mais intencional de fora da área foi o que de melhor se viu a Portugal, contrastando com a velocidade dos irlandeses, que colocaram em sentido a defesa lusa. O dianteiro Gonçalo Ramos também foi lançado por Martínez e deu a ideia de que poderia ter sido uma alternativa a ter em conta para um tipo de futebol mais incisivo no ataque. Portugal não teve neste encontro um verdadeiro homem de área – Cristiano Ronaldo não foi capaz de assumir essa função – e os cruzamentos para a área foram sempre interceptados pelos defensores irlandeses.

O selecionador Roberto Martínez desculpou atitude de Cristiano Ronaldo. (Foto: FP Futebol)

Portugal teve uma noite deprimente – um autêntico pesadelo -, mas a qualificação para o Campeonato do Mundo não deverá estar em causa. Vencer a Arménia, já eliminada, no próximo domingo na cidade do Porto, no Estádio do Dragão, não se afigura tarefa complicada e garante automaticamente o apuramento. Pode até nem necessitar do triunfo, mas um empate obriga a puxar da calculadora, pois correrá o risco de disputar o play-off de apuramento, obviamente um cenário indesejável. Como tal, resta derrotar a Arménia, se possível de forma categórica, para se evitar as tais contas com que Portugal, no passado, foi por inúmeras vezes confrontado.

Roberto Martínez (selecionador de Portugal): “Foi um mau desempenho a todos os níveis. Chegamos tarde, com bola não tínhamos a clareza que nós precisávamos. Jogamos o jogo que a Irlanda queria e depois tudo aquilo que podia correr mal, correu. Um canto onde sofremos o golo, depois no minuto 45 o segundo golo. A Irlanda defendeu muito, muito bem. Depois, o cartão vermelho, mas continuamos na luta, com coração. O Ronaldo teve muitos contactos com os defesas, não há violência, tentou afastar, mas teve azar. Viu o primeiro vermelho pela seleção. Agora é olhar para o jogo no Dragão, com a força que a Irlanda teve à frente dos seus adeptos. Nós podemos contar com isso e vai ser muito importante.”

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

Botão Voltar ao topo