Lula assina projeto antifacção que endurece lei de combate às organizações criminosas

Junto com o projeto, o governo vai enviar pedido para que a proposta tramite em regime de urgência no Legislativo

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante assinatura do Projeto de Lei Antifacção, elaborado pelo Governo do Brasil. Palácio do Planalto – Brasília (DF). (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou texto do projeto que propõe alterações na lei de combate às organizações criminosas. O texto será enviado ao Congresso. Junto com o projeto, o governo vai enviar pedido para que a proposta tramite em regime de urgência no Legislativo.

A proposta é chamada pelo governo de ‘Projeto de Lei Antifacção’. O texto estabelece punições mais rígidas para condenados por envolvimento com facções criminosas. A pena máxima pode chegar a 30 anos de prisão, anunciou Lula.

“Assinei e envio hoje [sexta-feira, 31] ao Congresso Nacional o Projeto da Lei Antifacção, elaborado pelo Governo do Brasil, que eleva para até 30 anos as penas para quem integra as facções criminosas que dominam muitos bairros e comunidades”, disse o presidente em sua rede social.

“As facções só serão derrotadas com o esforço conjunto de todas as esferas de poder. Diferenças políticas não podem ser pretexto para que deixemos de avançar. Por isso, confio no empenho dos parlamentares para a rápida tramitação e aprovação destes nossos projetos. As famílias brasileiras merecem essa dedicação”, completou.

Lula se reuniu com os ministros da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, da Defesa, José Múcio, e da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, para decidir sobre o texto.

O projeto foi elaborado pelo Ministério da Justiça e passou por análise da AGU, que já havia encaminhado o texto para o crivo final da Casa Civil. Após o aval, o presidente assinou o projeto e decidiu enviá-lo ao Congresso Nacional. O encaminhamento ao Legislativo será formalizado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) ainda nesta sexta-feira, dia 31.

Há pouco, em evento no interior de São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou a assinatura do projeto de lei e afirmou que o governo federal vai ajudar o Rio de Janeiro no que o Estado precisar.

O “PL Antifacção” traz mudanças numa série de legislações, como o Código Penal, o Código de Processo Penal, a Lei dos Crimes Hediondos, a Lei da Prisão Temporária e a Lei de Execução Penal.

Prevê o estabelecimento de um novo tipo penal (organização criminosa qualificada), aumento de pena para líderes de organizações criminosas, a criação do Banco Nacional de Organizações Criminosas e a implementação de instrumentos para descapitalizar o crime organizado com maior agilidade.

O projeto ainda cria novas ferramentas de investigação, como a possibilidade de infiltração de agentes policiais em empresas investigadas por serem usadas como fachada para a lavagem de dinheiro de facções criminosas.

O texto vinha sendo tratado pelo governo há algum tempo. Foi apresentado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no dia 22 de outubro, mas ganhou relevância após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o grupo criminoso Comando Vermelho e a repercussão nacional do caso.

Após agenda no interior de São Paulo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse que o governo federal vai o Rio de Janeiro no que o Estado precisar.

“O crime organizado deve ser combatido por terra, mar e ar. O crime organizado tem que ser combatido duramente, em penitenciária de segurança máxima, romper o fluxo de dinheiro… Agora, precisa ter investigação, tecnologia e inteligência para fazer as operações”, disse Alckmin em Bauru, ao ser questionado sobre a crise no Rio de Janeiro.

Ele lembrou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi ao Rio e já está trabalhando junto com o Estado, com a transferência dos presos de organização criminosa para penitenciárias federais de alta segurança e a disponibilização dos peritos criminais para ajudar o município.

“No Rio nós já tivemos [no passado] Força Nacional, GLO [Garantia da Lei e da Ordem] e o que [o Rio] precisar, o governo federal vai ajudar”, completou.

Alckmin completou dizendo que o presidente Lula sancionou ontem, quinta-feira, 30, uma lei de autoria do senador Sérgio Moro (União-PR), para aumentar as penas daqueles que participam de organizações criminosas.

“E hoje [Lula] assinou um projeto de lei antifacção, que vai ser um projeto bastante abrangente. Essa é uma luta permanente, mas dá para avançar bastante”, finalizou.

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