Pelotão nacional foi da Figueira da Foz às Aldeias do Xisto para coroar os vencedores da Taça de Portugal

A equipa SOMA GROUP, de Lordelo, Paredes, garantiu a segunda posição da classificação geral entre os amadores (Sub-23). Os comandados de José Barros viram premiado um trabalho que promete ir mais longe

Fase da prova em terras de Aldeias do Xisto. (Foto: Ciclismo+TV)

Terminou em beleza, na linda Aldeia das Dez, na Região Centro de Portugal, uma competição dividida em quatro etapas e que teve em Emanuel Duarte (Credibom-LA Alumínios-Marcos Car) o grande vencedor. A derradeira tirada sorriu ao francês Alexis Guérin (Anicolor-Tien21), ao garantir uma ligeira vantagem no quinteto de corredores que se manteve firme até perto do final, depois de percorridos pouco mais de 150 quilómetros. O ciclismo sofre agora uma interrupção em tempo de Páscoa, mas o regresso não tarda muito e logo com duas competições de vulto, uma das quais a Volta a Portugal do Futuro, prova exclusivamente dedicada a corredores da categoria Sub-23.

Talvez por isso e porque o assunto nos diz particularmente respeito, naturalmente que é justo realçar o feito da equipa SOMA GROUP, que garantiu um excelente lugar na classificação geral, depois de algumas atribulações vividas. Com efeito, mesmo sendo ossos do ofício, ver num curto espaço de tempo dois atletas lesionados com gravidade – um deles num joelho e outro com fratura da clavícula – não é lá um panorama muito agradável para um clube que montou uma equipa a pensar em fazer o melhor possível, ou seja, lutar pelos lugares cimeiros. A JB Cycling Clube Ciclismo Lordelo é uma associação com tradições na modalidade, conta com alguns apoios importantes ao nível das entidades locais, nomeadamente a Câmara Municipal de Paredes, e orgulha-se de poder ainda contar com dedicados patrocinadores e parceiros.

Foi com a sensação do dever cumprido que a formação lordelense concluiu mais uma importante etapa das muitas que se seguirão. O diretor desportivo da SOMA GROUP José Barros, ex-ciclista profissional, com todo um percurso ligado à modalidade e “expert” na descoberta de jovens talentos, estava manifestamente feliz. “Sempre acreditei nos corredores e em todas as pessoas que nos acompanham, pois temos de estar todos unidos para levar de vencida os nossos propósitos. Sentimos o dever de lutar com todas as energias na dignificação da modalidade e do bom nome das entidades, patrocinadores e parceiros que sustentam este projeto”, sentenciou o máximo responsável pela equipa sediada em Lordelo, no concelho de Paredes, distrito do Porto.

A equipa SOMA GROUP garantiu 2º lugar na classificaão geral por equipas. (Foto: Ciclismo+TV)

A competição prossegue dentro de pouco tempo com a participação no Grande Prémio O JOGO, uma prova que se disputa entre os próximos dias 23 e 27 de abril, que tem conclusão marcada para a cidade de Paredes. Pouco depois, de 1 a 4 de maio, vai para a estrada a 32ª Volta a Portugal do Futuro, competição exclusivamente dedicada às equipas de clube (Sub-23), onde a SOMA GROUP terá certamente uma palavra a dizer. O ciclismo está em alta em Portugal, pois a modalidade, a par do futebol, goza de tremenda popularidade. A Volta a Portugal continua a ser a competição de maior cartaz, mas o calendário velocipédico contempla provas de muito nível, algumas de dimensão internacional, pelo que os ajuntamentos nas estradas para ver passar os corredores são sempre momentos de puro gozo e paixão.

Um paraíso de rara beleza no centro de Portugal

As casas, caracterizadas pelo uso do xisto na sua construção, situam-se na Zona Centro de Portugal em zonas onde este tipo de pedra é abundante. (Foto: Vaz Mendes)

As Aldeias de Xisto, na encosta do Rio Douro, constituem um património cultural rico e diversificado e possuem 27 locais tradicionais distribuídos por 16 municípios. As casas, caracterizadas pelo uso do xisto na sua construção, situam-se na Zona Centro de Portugal em zonas onde este tipo de pedra é abundante. Estas aldeias caracterizam-se pela sua arquitetura distinta, com casas e edifícios construídos a partir de um tipo de pedra em forma de lousa. A Serra da Lousã é, por excelência, uma das zonas de maior cartaz turístico, mas o território é vasto e a beleza da paisagem perde-se de vista. Os vestígios de presença humana remontam à pré-história, tendo sido descobertos vários artefactos da Idade do Bronze, bem como diversas pinturas rupestres. A partir de 1990 foi lançado um projeto de revitalização das Aldeias do Xisto no intuito de preservar um património cultural e arquitetónico invulgar, pelo que se tornou um destino popular, especialmente para o turismo rural.

As aldeias estão inseridas em paisagens naturais e deslumbrantes, propícias a umas boas caminhadas e uns passeios de bicicleta, ou atividades nas águas limpas das praias fluviais, como a canoagem ou a natação. O melhor é mesmo partir ao encontro da aventura e explorar as diversas aldeias, com a certeza de que serão recebidos cordialmente por gente acolhedora. O contacto com a natureza naquelas paragens é realmente um prazer para os olhos, de tal forma que existem regras que limitam as operações urbanísticas. Por isso, as construções têm de obedecer a um conceito arquitetónico aproximado do que prevalece, pelo que é proibida a colocação de telha diferente da original e a utilização de alumínio em portas ou janelas.

Depois há a gastronomia local, pratos bem saborosos feitos com produtos regionais como castanhas, mel, cabrito e peixe do rio. O cabrito é uma delícia – como, de resto, em quase todas as zonas do país -, e as trutas, grelhadas ou fritas, mais os saborosos enchidos outra das especialidades. E da doçaria, que dizer? A lista tem um pouco de tudo o que é bom, mas o mel da região é quase obrigatório no fabrico manual dos bolos caseiros, pois para estes lados ainda não se trabalha para a produção em série. O doce mais famoso dá pelo nome de tigelada, feito de ovos e servido numa caçarola de barro, uma delícia de comer e chorar por mais. Tudo de bom nas Aldeias do Xisto. O melhor é mesmo pegar na bicicleta e dar umas voltas, que isto começa a ser muita caloria…

Um cabrito vai sempre bem, preferencialmente assado em forno a lenha. (Foto: Aldeias do Xisto)

Turismo sobre rodas com pedalada
Já agora, relembramos a quem nos queira visitar, que o nosso clube terá todo o prazer em tornar a estadia em Portugal agradável, oferecendo alguns serviços que poderão ser extremamente úteis aos amantes das duas rodas, mas não só. A JB Cycling Clube Ciclismo Lordelo coloca à disposição dos visitantes duas viaturas para grupos de turistas, num máximo de oito pessoas. Assim, tragam as bicicletas ou, em alternativa, podem alugar os velocípedes numa das muitas casas que se dedicam a esse tipo de negócio. Uns passeios em zonas como, por exemplo, o Minho, o Douro, a Beira Interior, o Alentejo ou o Algarve por certo que deslumbram qualquer um. Para que as pedaladas possam correr em segurança e sem problemas, disponibilizamos um mecânico, um massagista, condutores e guia turístico. Para mais informações, os interessados poderão fazê-lo através de contacto telefónico ou para o e-mail constante na página da equipa visíveis no Facebook da equipa SOMA GROUP.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

Botão Voltar ao topo