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Pia Sundhage pede à Seleção Feminina intensidade e ‘capricho’ contra a Venezuela

Treinadora citou importância da sequência de treinos e detalhou o que espera da equipe no duelo pela liderança do grupo B da Copa América

Seleção Feminina Principal treina no Estádio Montenegro, na Armênia, na Colômbia. (Foto: Thais Magalhães/CBF)

Com 100% de aproveitamento na CONMEBOL Copa América, a Seleção Brasileira está a um passo da semifinal.

Pela frente, porém, terá o adversário com campanha bem semelhante: a Venezuela, com os mesmos 6 pontos e quatro gols a menos de saldo. Em entrevista coletiva, a treinadora Pia Sundhage detalhou a preparação para o confronto e analisou as particularidades do próximo oponente em relação aos anteriores.

“Tivemos uma sequência de dias ótimos, incluindo um de folga para recarregar as energias. Nós nos colocamos numa posição muito favorável, porque, caso a gente vença e jogue bem contra a Venezuela, estamos nas semifinais.

As partidas contra Uruguai e Argentina são bem duras e têm uma quantidade maior de faltas a cobrar do que contra Venezuela e Peru. Esses dois próximos jogos serão mais técnicos, em um nível bem alto, ainda que a intensidade e a velocidade do jogo durante os 90 minutos pudessem ser maiores. É muito importante que a gente amanhã movimente a bola no ataque, criando diferentes opções mas também utilizando toda a largura do campo”, pontuou.

A técnica vê dois aspectos-chave para o sucesso da Canarinho diante das venezuelanas: velocidade do jogo e passes completos. Para ela, o “capricho” na troca de passes, a manutenção da posse de bola e o aproveitamento total do espaço disponível serão cruciais para que as guerreiras saiam vitoriosas do duelo.

“Quando perdemos a posse, é porque a tomada de decisão e a movimentação sem a bola precisam ser melhores. Isso significa que, se tentamos penetrar pelo meio de campo e isso não funciona, devemos mudar a estratégia.

A chave para o jogo de amanhã é aproveitar toda a largura do campo de maneiras diferentes. Se usarmos todo o espaço disponível e fizermos com que as chegadas na área sejam mais incisivas, com mais jogadoras, ganharemos mais as disputas pela segunda bola, teremos mais cruzamentos ou passes rasteiros para quem vem de trás, etc. Tudo se resume à posse e à velocidade de jogo.

Tivemos alguns dias de preparação muito bons fisicamente. Espero que elas estejam prontas e acredito que seremos capazes de jogar bem por 90 minutos”, disse.

Brasil e Venezuela se enfrentam nesta segunda-feira (18), às 18h (horário de Brasília), com transmissão de SBT e SporTV. Confira outros momentos da entrevista de Pia Sundhage:

Análise técnica e tática

A parte técnica, quando estamos no nosso melhor nível, é bem alta em comparação a tudo que já vi antes. É bem rápida e bonita de se assistir quando funciona. Já na parte tática, temos um caminho um pouco mais longo a percorrer. As linhas de ataque e defesa precisam seguir o plano de jogo, e precisamos de mais tempo juntas, de mais jogos juntas, começando as partidas com um grupo semelhante para chegar lá. Isso é uma meta para os próximos jogos.

O que deve melhorar em relação à partida contra o Uruguai

Principalmente a velocidade do jogo, porque se as adversárias se equiparam e marcam bem, você tem que correr um pouco mais, correr pelas suas companheiras. O outro aspecto é “capricha”: temos que ser mais precisas ao completar passes e, se não tivermos sucesso no meio, temos que movimentar as oponentes mudando a região de infiltração no ataque. Estamos com um pouco de pressa de ir para a frente quando, às vezes, não é o momento ideal para se fazer isso. Se não está funcionando, temos de ser mais pacientes, virar a bola e trocar de lado um pouco mais. É mudar o local de ataque e, ao mesmo tempo, ser imprevisível, e espero que a velocidade e a precisão, o capricho, estejam melhores amanhã.

Substituição da Tainara, com Covid-19

Temos um plano, que testamos essa manhã, e temos algumas opções. Independentemente de quem será a escolhida, tenho confiança de que será uma ótima alternativa.

Venezuela

É maravilhoso como você se surpreende algumas vezes. Assistimos à Venezuela e é uma ótima equipe, sem dúvida. Temos que fazer nosso melhor e colocar tudo que temos em campo. Nosso ponto forte é vir de duas vitórias, marcando gols, além de nossa velocidade de jogo para adentrar a área. Já a Venezuela tem ótimas jogadoras e acredito que precisamos ter cuidado com seus contra-ataques, pois elas são ótimas na tomada de decisão nessa situação do jogo. Mas se tivermos nossas jogadoras bem posicionadas e preparadas para a transição, conseguiremos vencer.

O que mudou na Venezuela em relação ao Torneio de Manaus

A Venezuela é melhor hoje do que naquele jogo. Tomamos aquele gol num erro nosso e isso reitera que precisamos ter cuidado no início da construção da jogada. Naquela situação, estávamos fazendo isso quando erramos diante da marcação alta delas e tomamos o gol.

O lado bom é que saímos atrás do placar e recuperamos o controle da partida fazendo o nosso jogo.

Acho que precisamos nos esforçar mais para vencer a Venezuela atualmente do que na última vez. Considerando que tivemos alguns dias de descanso para nos preparar para essa partida, enquanto a Venezuela jogou há dois dias, espero que consigamos aproveitar essa vantagem, já que teremos jogadoras renovadas para jogar os 90 minutos.

Intensidade

A tomada de decisão é constante. Se conseguirmos começar os jogos com escalações semelhantes, pouco a pouco estaremos mais conectadas. É crucial fazer a escolha certa e conhecer suas companheiras e, quanto mais tempo passamos juntas, mais essa conexão melhora.

É uma questão de equilíbrio, e eu acho isso muito interessante, é um equilíbrio entre se arriscar num contra-ataque, tentar uma bola difícil porque a Debinha está correndo para o lugar certo, mas é uma bola difícil e o espaço é curto. Às vezes funciona, às vezes não. Se você pega essa situação, é possível pensar “não, é melhor manter a bola e esperar por uma chance melhor, por um espaço maior”.

Algumas vezes nós vamos bem nesse equilíbrio e, em outras, não. Somos capazes de fazer coisas loucas às vezes. É só observar nossos gols, eles são fenomenais. Ao mesmo tempo, há situações em que pensamos: “isso jamais funcionaria”.

Conseguir esse equilíbrio com jogadoras jovens é um dos maiores desafios para nós: tentar algo diferente sem se expor a tantos riscos. O mais importante é estarmos conectadas, juntas, começar com uma escalação parecida e, ao mesmo tempo, tendo jogadoras que venham do banco e mudem a partida. Isso leva tempo e espero que tenhamos sucesso lá na frente.

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