O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, distrito de São José dos Campos, que será realizado entre os dias 17 e 19 do próximo mês de junho, apresenta sua programação completa.
A abertura será conduzida por Marli Portela, da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), de São José dos Campos, na sexta-feira (17), às 19h30, na tenda principal, na Praça de São Francisco Xavier. Em seguida, haverá show musical com a Orquestra Possível, formada exclusivamente por músicos de São Francisco Xavier. Trabalho comunitário, sob a regência de Daniel Gonçalves.
PRIMEIRO DIA (18)
No sábado, na tenda principal, às 10h, terão início as Mesas Literárias. Da primeira rodada de debates, sob o tema “O ofício de dar voz ao silêncio”, participam o ficcionista, poeta e historiador Victor Leonardi, que escreveu e publicou 20 livros, entre contos, poesia e ensaios.
Também é autor de uma peça de teatro e roteiros para cinema. Ele vai dividir a mesa com a jornalista e escritora Daniela Arbex, que é reconhecida por seu trabalho como repórter investigativa. É autora do best-seller “Holocausto brasileiro”, eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti de 2014. Com mais de 150 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra deve ganhar as telas da TV este ano, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com exibição prevista em mais de 20 países.
Ao lado de Victor Leonardi, ela deve abordar como o trabalho do escritor abre janelas para as dores da humanidade. Leonardi tem uma vasta pesquisa sobre o holocausto armênio. O escritor e psicólogo junguiano Gustavo Barcellos será o mediador da mesa. Formado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, foi para os Estados Unidos, onde obteve o grau de Mestre em Psicologia Clínica pela New School for Research, de Nova York. Lá estudou na C. G. Jung Foundation. É analista didata da Associação Junguiana do Brasil e membro da Associação Internacional de Psicologia Analítica. Barcellos é autor de diversos livros, entre eles, “Jung”, Editora Ática (1991); “Vôos e raízes: ensaios sobre imaginação, arte e psicologia arquetípica”, Editora Ágora (2006); “O irmão: psicologia do arquétipo fraterno”, Editora Vozes (2009); e “Psique & Imagem”, Editora Vozes (2012). Também tem diversos artigos publicados em revistas e coletâneas nacionais e internacionais.
Nesse mesmo sábado, a partir das 14h até as 16h, é a vez da mesa “Literatura e liberdade de expressão”, que terá a participação do jornalista e escritor Audálio Dantas, que é autor de 12livros, entre os quais “As duas guerras de Vlado Herzog” (Grupo Record/Civilização Brasileira, 2012), que recebeu em 2013 o prêmio Jabuti, na Categoria Livro-Reportagem e o Livro do Ano de Não-Ficção (Câmara Brasileira do Livro) e Juca Pato – Intelectual do Ano de 2013 (União Brasileira de Escritores). Em 2014 recebeu, pelo mesmo livro, o Prêmio Brasília de Literatura. Ainda em 2012, também lançou “Tempo de reportagem” (Leya). Entre outros, publicou “O circo do desespero” (Símbolo), “O menino Lula” (Ediouro) e “O Chão de Graciliano” (Tempo d’Imagem), que ganhou o Prêmio APCA 2007. Em 2014 lançou “Céu de Luiz”, sobre a permanência de Luiz Gonzaga na memória do povo do sertão nordestino.
Audálio Dantas vai dividir a mesa com o também jornalista Gabriel Priolli Netto, que trabalhou por muitos anos na “TV Cultura de São Paulo”. Atuou ainda nos principais órgãos de imprensa do país, como “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo”, “Jornal da Tarde”, “Carta Capital”, “Época” e “Veja”. Também foi editor do “Jornal Nacional” e editor-chefe do telejornal “São Paulo Já”, da Rede Globo. Trabalhou ainda nas redes de TV “Bandeirantes”, “Record” e “Gazeta”. Atualmente, é consultor de comunicação e editor do blog “A Priolli”. Entre outros livros e artigos, publicou “O Campeão de Audiência”, biografia de Walter Clark, e coordenou “A Deusa Ferida”, estudo sobre a queda de audiência da “Rede Globo”. Atualmente, é consultor para assuntos de comunicação e marketing político, assessor da TV Escola (MEC-ACERP), além de editor do blog Marqueteiros. Também é colunista da revista “Imprensa” e presidente de honra da ABTU (Associação Brasileira de Televisão Universitária), entidade que fundou e dirigiu entre 2000 e 2007.
Nessa mesma mesa sobre “Literatura e liberdade de expressão” também estará o jornalista e escritor Leão Serva, que assina, hoje, coluna quinzenal no caderno “Cotidiano” da “Folha de S.Paulo”, publicada às segundas-feiras. Ele foi secretário de redação da “Folha” e dirigiu outros importantes jornais como “Diário de S.Paulo”, “Jornal da Tarde” e “Lance”, e revistas como “Placar”.
Na Prefeitura de São Paulo, trabalhou na implementação da “Lei Cidade Limpa”, que baniu a publicidade externa e reduziu placas indicativas do comércio na cidade. É autor de “Como Viver em São Paulo Sem Carro”, guia anual (Santa Clara Ideias, 2012, 13 e 14); “A Desintegração dos Jornais” (Reflexão, 2015); “Um Tipógrafo na Colônia” (Publifolha, 2014); “#MalditosFios” (Santa Clara Ideias, 2014); “Cidade Limpa – O projeto que mudou a cara de SP” (2008); “Jornalismo e Desinformação” (Senac, 2001); e “A Batalha de Sarajevo” (Scritta, 1994).
Logo após, das 16h30 às 18h30, “Poesia e Prosa em Foco” será o tema da mesa da qual estarão presentes Estevão Azevedo, Rita Elisa Seda e Viviana Bosi. O escritor Estevão Azevedo é autor do “Tempo de espalhar pedras” (Cosac Naify), que ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura 2015. Formado em jornalismo e letras, Estevão Azevedo nasceu em Natal (RN) e mora em São Paulo, onde atua como escritor e editor.
Rita Elisa Seda é escritora, jornalista, fotógrafa e arqueóloga. Embaixadora da Paz Ordem da Coroa dos Arameus e dos Auranitas; Comendadora Medalha Leão de Judá; Prêmio Carlos Drummond de Andrade; Medalha Cassiano Ricardo. Também é membro da Academia Valeparaibana de Letras e Artes; Academia Joseense de Letras; União Brasileira de Escritores; Confederação Brasileira de Letras e Artes; Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico do Grande ABC. É autora de “Ciber@migos”; “Troféu”; “Retalhos de Outono”; “Desertos”; “Nhá Chica Mãe dos Pobres” (atualmente está em desenvolvimento filme homônimo); “A Menina dos Vagalumes”; “Pelos ditos e não ditos do Sapucaí”; “Margem Grande”; “Corixo Saudade”; “Pipa Guerreira”; “Fábulas para Seishum”; “Cora Coralina Raízes de Aninha”, que inspirou o filme Cora Coralina todas as Vidas – 2015. Cora Coralina será o principal foco de Rita Elisa no 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier.
Já Viviana Bosi irá falar sobre a obra da poeta carioca Ana Cristina César (1952-83), que será homenageada na edição da “Flip 2016”, que vai acontecer entre 29 de junho e 3 de julho em Paraty (RJ). Expoente da geração da poesia marginal, Ana Cristina criou uma escrita atravessada por elementos do cotidiano e aspectos de sua intimidade. Além da poesia, dedicou-se à crítica e à tradução literária, tendo traduzido Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield.
A partir das 19h, também na tenda principal, será realizado o lançamento do livro “Comissão da Verdade”, do escritor e sociólogo Moacyr Pinto. Ele elaborou o relatório final Comissão da Verdade e é redator do livro sobre o tema a ser publicado este ano de 2016 pela FCCR. O livro registra as lições tiradas da experiência de São José dos Campos com a ditadura de 1964-85, transmitidas pelos 91 depoentes à Comissão da Verdade “Michal Gartenkraut” constituída pela Câmara Municipal, entre os meses de outubro de 2013 e outubro de 2014. Está confirmada a presença de Antonio Acioli de Olivio nessa mesa como mediador.
Paralelamente aos debates na tenda principal, o 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier terá também programa para professores da rede pública e privada, das 9h às 11h, no Salão Paroquial, sob o tema “Oralidade, leitura e escrita: cultura popular na sala de aula e em casa”. A palestra-oficina será comandada pelo professor livre-docente Claudemir Belintane, da Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação. Ele é autor de dezenas de artigos sobre leitura, alfabetização, literatura, oralidade e cultura popular, além do polêmico livro “Oralidade e alfabetização: uma nova abordagem da alfabetização e do letramento” (Editora Cortez). Na graduação, ele ministra aulas sobre Metodologia de Ensino de Alfabetização, de Leitura e de Escrita; na pós-graduação, orienta os seus alunos a partir do tema “Inconsciente e linguagem”.
Claudemir Belintane promete uma reflexão sobre os potenciais da cultura oral na sala de aula, sobretudo quando relacionados aos da leitura-escrita. A ideia é traçar um esboço das tensões, aproximações e reaproximações entre as modalidades de expressão, para depois explorar estratégias pedagógicas que favoreçam contribuições recíprocas entre a cultura oral do aluno e as demandas de leitura-escrita propostas pela escola. Desde a entrada da criança na língua (período de aquisição) foi testemunhado uma rede de letramento que se sustenta a partir dessas matrizes orais basilares. Distinguir essa diversidade textual, reconhecer sua função, suas possibilidades de uso e traçar estratégias de expansão recíprocas entre o oral e o escrito são três objetivos sobre os quais se pretende deter. Isso será feito abordando um pouco de teoria e, ao mesmo tempo, apresentando estratégias de forma mais prática e direta.
OUTRAS ATIVIDADES
O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier tem programação recheada. Enquanto os debates ocorrerão na tenda principal, outras atividades serão realizadas pela cidade.
No espaço Villa Sonora, por exemplo, haverá sessões de cinema, entre as 10h e 23h, também no sábado (18) com a exibição de “Letras na tela: Super Libris – Curtas do Canal Sesc TV”. A programação é de Piu Dip
Oficina de encadernação para adultos é outra atividade paralela aos encontros entre escritores e palestrantes. A oficina ocorrerá das 14h30 às 18h, no Salão Paroquial, com Cecília Loeb.
Para as crianças também haverá a mesma oficina, das 9h às 11h30, na Biblioteca Solidária.