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INPE divulga estudo de mortes por raios no Brasil

O estudo, realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), compara dados do primeiro levantamento de mortes por raios, referente ao período de 2000 a 2009. (Foto: Steve/Freeimages)
O estudo, realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), compara dados do primeiro levantamento de mortes por raios, referente ao período de 2000 a 2009. (Foto: Steve/Freeimages)

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), divulga estudo sobre as mortes por raios no Brasil nos últimos 15 anos. Os dados fazem parte do livro “Brasil: Que raio de história”, que está sendo lançado na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, e serão apresentados em coletiva para a imprensa nesta sexta (23), às 11h. O livro, que deu origem ao filme Fragmentos de Paixão exibido no Cinemark e a série País dos Raios do Fantástico, traz a história do Brasil, país campeão mundial em incidência de raios, sob a perspectiva do fenômeno.

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O estudo, realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), compara dados do primeiro levantamento de mortes por raios, referente ao período de 2000 a 2009, com dados do segundo levantamento, referente ao período de 2000 a 2014. Os resultados evidenciam que as mortes por raios no Brasil estão diminuindo e o perfil e região das fatalidades estão mudando. No primeiro levantamento eram 132 casos de mortes por raios em média por ano contra 111 no segundo. As vítimas também têm diminuído de idade consideravelmente. Nos primeiros dez anos 40% das vítimas tinham até 24 anos, já nos últimos 15 anos o número passou para 68%. As circunstâncias das mortes também alteraram. Os dados mais recentes mostram que mais pessoas têm morrido dentro de casa, 12% no primeiro levantamento contra 19% no segundo, e praticando atividades de agropecuárias (19% contra 25%). “Esses números mostram que mesmo dentro de casa existem riscos de ser atingido por um raio e é necessário que as pessoas fiquem distantes de objetos ligados à rede elétrica ou rede telefônica durante tempestades”, comentou Osmar Pinto Junior, Coordenador do ELAT.

As mortes na região norte estão aumentando e nas regiões sudeste e centro-oeste diminuindo, enquanto nas outras regiões tem se mantido mais ou menos constantes. O sudeste continua com o maior número de vítimas, em função da maior população. Mas a região norte, que antes estava em terceiro lugar empatado com o nordeste assumiu o segundo lugar. No ranking de municípios com mais mortes por raios de 2000 a 2014, São Paulo, SP, aparece em primeiro lugar (com 26 mortes), seguido por Manaus, AM (22), Campo Grande, MS (11), São Luís, MA (10), Porto Velho, RO (9). Empatados em sexto lugar estão Rio de Janeiro, RJ, Brasília, DF, e São Gabriel da Cachoeira, AM, com 8 mortes.

“Esses números mostram que mesmo dentro de casa existem riscos de ser atingido por um raio e é necessário que as pessoas fiquem distantes de objetos ligados à rede elétrica ou rede telefônica durante tempestades.”
Osmar Pinto Junior, Coordenador do ELAT.“Brasil: Que raio de história” mostra a evolução do significado dos raios, que passou de uma manifestação dos deuses para punir os homens a uma manifestação da natureza capaz de ajudá-los a prever o futuro do clima. Os raios tiveram um papel crucial no Brasil desde a época da colonização, servindo de ponto de encontro entre os brancos e os índios. Os primeiros habitantes do país acreditavam que as descargas elétricas eram manifestações de Tupã (a divindade associada aos raios e ao trovão), que punia às pessoas com maus espíritos. Atualmente, a ciência estuda a variabilidade das descargas elétricas para compreender a evolução do clima no planeta.Editado pela Oficina de Textos, “Brasil: Que raio de história” está disponível nas principais livrarias e sites especializados do país.

RAIOS em Pindamonhangaba

SOBRE OS AUTORES
Osmar Pinto Junior é engenheiro eletricista, especialista na área de eletricidade atmosférica e mudanças climáticas, com aplicações no setor de tecnologia. Doutor em Geofísica Espacial pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com pós-doutorado na Universidade de Washington e na NASA. Atualmente, é pesquisador titular do INPE e coordenador do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), que fundou em 1995. Publicou cinco livros, sendo um nos Estados Unidos, mais de 100 artigos em revistas científicas. Recebeu o prêmio Top Reviewer da Elsevier pela contribuição na revisão de artigos para as revistas publicadas por esta editora. Possui larga experiência em divulgação de ciência e tecnologia, tendo realizado diversas iniciativas pioneiras no setor que o levaram a receber o Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo na categoria Ciência e História.

Iara Cardoso é formada em jornalismo com especialização em Jornalismo Científico pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Cinema Digital pela New York Film Academy/Universal Studios e em Jornalismo para TV Digital pelo canal NBC News/NYFA. Foi Fellow no Advanced Study Program do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, se especializando em documentários científicos e em roteiros. Iara Cardoso é membro da Academia Brasileira de Cinema. Foi responsável pelo roteiro e produção da série País dos Raios, exibida no Programa Fantástico da rede Globo. Também dirigiu, roteirizou e produziu o filme documentário Fragmentos de Paixão, exibido na rede Cinemark e no canal+ GloboSat.

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