A edição de hoje (14) do semanário satírico francês Charlie Hebdo tem 3 milhões de exemplares e sai em mais de 20 países, com versões em cinco línguas, incluindo o árabe e o turco.
A edição é traduzida em inglês, espanhol e árabe, na versão digital, e em italiano e turco, na versão em papel.
O aumento da tiragem deve-se ao fato de a distribuidora MLP (Messageries Lyonnaises de Presse) ter recebido grandes encomendas, não só da França mas também de outros países, depois do atentado de quarta-feira passada (7) à redação do jornal.
As edições anteriores do Charlie Hebdo tinham tiragem de 60 mil exemplares, metade dos quais era vendida em bancas.
A edição de hoje, preparada pelos sobreviventes do ataque terrorista, traz na capa uma caricatura de Maomé, com lágrima no olho, segurando um papel com a frase Je suis Charlie, e o título Tudo está perdoado. A frase Je suis Charlie foi utilizada por milhões de pessoas que se manifestaram em defesa da liberdade de expressão.
Os escritórios do semanário no centro de Paris foram atacados na quarta-feira pelos irmãos Said e Cherif Kouachi, dois jihadistas franceses, que mataram 12 pessoas, como vingança contra a publicação de cartuns de Maomé.
Os dois irmãos foram mortos pela polícia dois dias depois, nos arredores da capital francesa.
Os autores do ataque disseram ter “vingado o profeta” Maomé, que teve caricaturas publicadas no jornal em diversas ocasiões.