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Bis de Samu fecha 2025 com triunfo (2-0) sobre o AVS e FC Porto entra no Ano Novo com motivos para festejar

São cinco os pontos que separam os dragões do Sporting e dez do Benfica. Nos 16 jogos já disputados só a formação de José Mourinho conseguiu travar o líder incontestado da Liga Portugal

Samu, Rodrigo Motra e William Gomes, um trio de jovens de valor bem acima da média. (Foto: FC Porto)

O derradeiro jogo do ano civil referente ao principal campeonato português disputou-se no Estádio do Dragão, que registrou nova enchente para se despedir de 2025 e que trouxe uma nova vida ao FC Porto. Depois de duas épocas frustrantes, os azuis e brancos voltaram a ter motivos para sorrir. A escolha do técnico Francesco Farioli para dirigir o gigante adormecido devolveu aos adeptos a esperança da conquista de títulos, pois a diferença cavada para a concorrência é já algo significativa. Não sendo decisiva, pois ainda há muitos jogos pela frente, é de certa forma confortável, principalmente para o Benfica, curiosamente o único adversário que roubou pontos aos dragões. Um empate a zero bolas foi o que conseguiu a então super defensiva equipa já orientada pelo regressado José Mourinho, estratégia que o técnico teve de assumir para evitar a derrota. Todos os outros adversários foram inapelavelmente batidos, incluindo o atual campeão nacional Sporting, que averbou a única derrota para a Liga Portugal no seu próprio reduto.

Nesta partida contra o último classificado do campeonato, que já mudou de treinador, a tarefa do FC Porto não foi nada fácil e só no início da segunda parte conseguiu chegar à vantagem por intermédio de Samu. O avançado espanhol, terceiro melhor marcador da liga portuguesa, fez o 1-0 com um remate pleno de fantasia no interior da área, ao retirar vários adversários do caminho e a rematar para o fundo das redes da baliza. Libertos das marcações cerradas movidas pelo adversário, que defendeu muito e bem, os dragões dispuseram de inúmeras oportunidades para ampliar a vantagem, mas o segundo golo apenas surgiu aos 65 minutos na conversão de uma grande penalidade por Samu. O AVS, que ainda não venceu esta temporada, somava, assim, a 12ª derrota, permanecendo como “lanterna vermelha” da competição ao somar apenas quatro pontos resultantes de outros tantos empates.

Sem poder contar com o extremo espanhol Borja Sainz, castigado, Farioli fez alinhar o jovem brasileiro William Gomes, que desta vez não encontrou espaço para desferir os seus habituais remates de fora da área. O regresso do polaco Bednarek ao eixo da defesa, após cumprir jogo de castigo, normalmente titular ao lado do seu compatriota Jakub Kiwior, contribuiu para o acerto do setor mais recuado, pois o AVS ainda chegou a dar algum trabalho. Do outro lado, o goleiro brasileiro Simão Bertelli, natural do Rio Grande do Sul, lá ia parando as investidas dos portistas, uma delas a defender primorosamente um violento disparo de Samu. O futebol lento do FC Porto, com pouca profundidade, principalmente nas alas, permitiu que o adversário se organizasse defensivamente durante toda a primeira parte, mas era visível que o golo podia chegar a qualquer momento.

Guardião Diogo Costa assusta e é substituído

Cláudio Ramos entrou para o lugar do lesionado Costa logo após o intervalo. (Foto FC Porto)

Numa saída extemporânea da baliza, ainda no primeiro período, o guardião internacional Diogo Costa chocou com um adversário e ficou com queixas musculares, tendo sido assistido e voltado ao seu posto. Contudo, acabou por ser substituído por Cláudio Ramos no reatamento do encontro. Costa será submetido a alguns exames para avaliar a extensão da lesão, mas, numa primeira análise, tudo aponta para que não seja grave. Aberto o marcador, o FC Porto fez uso do seu maior potencial, dominando por completo a partida, com Samu em evidência ao marcar os dois golos com que o FC Porto se despediu de 2025.

São cinco os pontos que continuam a separar os azuis e brancos do Sporting, que terá de visitar o recinto dos dragões. Aliás, da forma como as coisas estão, por mero palpite, é de antever que o futuro campeão possa ser encontrado nos confrontos que serão disputados entre os três “grandes”. O FC Porto terá de visitar o Estádio da Luz, onde defronta o Benfica, mas o conjunto de José Mourinho já leva uma dezena de pontos perdidos para os comandados de Francesco Farioli, pelo que a sua missão parece condenada ao fracasso.

O campeonato português é um pouco desequilibrado – ao que tem sido mais ou menos público e falado está em estudo um novo formato, porventura com menos equipas -, e não é de antever que alguém se consiga intrometer numa luta a três, que esta época deverá ser apenas a dois. O Sporting de Braga tem “manifestado” esse interesse, ainda há dias arrancou empatou com o Benfica e só não venceu por mero acaso, mas não passa disso mesmo, tanto mais que já leva vinte pontos de atraso para o FC Porto. Claro que há adversários mais modestos que têm dado alguma luta quando atuam nos seus terrenos, caso do Santa Clara, dos Açores, o próximo opositor dos portistas, que visitam aquela bonita ilha do Atlântico no próximo dia 4 de janeiro. Ano Novo, vida nova, costuma dizer-se. O FC Porto preferirá, com toda a certeza, prosseguir com a vida velha.

Francesco Farioli (treinador do FC Porto): “Eles entraram no jogo com uma estratégia clara e respeitável, sabiam o que precisavam de fazer. Claro que não é fácil gerir isto, porque eles demoravam cerca de um minuto em cada pontapé de baliza, tentaram abrandar e foi difícil mantermo-nos no ritmo certo, mas na segunda parte entrámos com mais iniciativa e isso traduziu-se no resultado, que foi merecido. Temos de seguir em frente na nossa maratona. Não gosto de olhar para os diferentes aspetos do jogo em separado. Acho que tudo junto se está a traduzir nos nossos resultados, desde o ataque à defesa. O desejo de defender bem é um elemento-chave, mas ter uma estrutura própria na hora do ataque também é importante. Ainda temos muito para evoluir, podemos ser mais consistentes e trabalhar melhor na área adversária.”

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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