Pinda preserva patrimônio com restauro das igrejas São José e Matriz

Trabalho de restauro na Igreja São José. (Foto: Divulgação)

As igrejas São José e Matriz estão recebendo obras de restauro, através de iniciativa da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso e do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, Ambiental e Arquitetônico de Pindamonhangaba, com apoio do Poder Público e iniciativa privada.

Igreja São José

Tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), a igreja São José da Vila Real está entres os patrimônios mais simbólicos do município e carrega uma rica história. Sua construção foi iniciada em 1840 e foi inaugurada em 1848. A igreja abriga os restos mortais de 14 pindamonhangabenses, que fizeram parte da Guarda de Honra do Príncipe Regente D. Pedro de Alcântara.

Restauro

Em junho de 2025, o projeto de restauro elaborado e encaminhado ao Ministério da Cultura, através da empresa Origem Cultural Ltda., sob a responsabilidade da Paróquia e com total acompanhamento do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, Ambiental e Arquitetônico, foi aprovado pela Lei Rouanet (Lei Federal de Incentivo à Cultura).

O projeto apresentado pela paróquia foi de R$ 2,8 milhões. Deste valor, R$ 154 mil foram obtidos graças a doações de fiéis, R$ 600 mil via empresa Tenaris, com a aprovação do Ministério da Cultura, além de via emenda de R$ 190 mil da Câmara de Vereadores, através do ex-vereador José Carlos Gomes – Cal.

Altar da Igreja São José. (Foto: PortalR3)

Também houve aporte de R$ 150 mil da Gerdau, haverá novo recurso da Tenaris e um da Novelis, de R$ 600 mil, além de tratativas com outras empresas. “Assim como nossos trabalhos, temos procurado as instituições da cidade, com apoio da Prefeitura para obtenção de mais recursos via Lei Rouanet. Temos tratativas em andamento e aguardamos o desenrolar”, disse padre Kleber Rodrigues.

A Prefeitura de Pindamonhangaba, através das secretarias de Obras e Planejamento e de Cultura e Turismo, tem dado total apoio no projeto. “O mérito de todo esse trabalho é de competência e liderança do nosso querido Padre Kleber, que abraçou com muito amor essa causa, ao lado do Conselho de Patrimônio. Cabe a nós dar total apoio e suporte para que esse trabalho prossiga e que num futuro breve a nossa tradicional Igreja de São José reabra as portas para nossa comunidade”, afirmou o prefeito Ricardo Piorino.

“Também temos mantido conversas com a Câmara de Vereadores. Dos 11 vereadores, sete se comprometeram a nos ajudar com emendas, de aproximadamente R$ 100 mil cada. É um processo que envolve muitas pessoas, tem um tramite demorado, mas temos muita fé em Deus que dará certo e em um futuro próximo poderemos reabrir a Igreja São José para visitas e missas”, completou Padre Kleber.

“Ficamos muito felizes com o avançar do restauro do Panteão Nacional, Igreja São José da Vila Real, onde já estamos indo para a terceira fase”, destacou a presidente do Conselho do Patrimônio Cultural, Ana Maria Guimarães.

Sobre os serviços de restauro, já foi realizado o trabalho de revitalização da parte externa, refeito o reboco, impermeabilização, vistoria no telhado e nas calhas, detalhes na frente da igreja e estão sendo executados trabalhos nas portas. “São muitos detalhes e atividades, muita parte técnica. Temos que verificar onde é construção de taipas e onde é alvenaria. Ainda precisamos de ações de infraestrutura nos arcos da igreja, serviços que vão aparecendo conforme o restauro avança”, explicou o padre.

Para Ana Maria Guimarães, “como Panteão Nacional, a igreja se torna um símbolo da gratidão e do respeito que devemos aos nossos heróis. É um local de peregrinação para aqueles que buscam entender melhor a história do país e se inspirar nos valores de coragem e patriotismo. Por isso, nosso Conselho luta intensamente para honrar a memória desses bravos homens e preservar a história da Igreja de São José da Vila Real”.

Igreja Matriz

O restauro da Igreja Matriz começou em 2019, após um convênio entre a igreja e a Universidade de Taubaté. Na ocasião, a Unitau enviou um professor de arquitetura e dois estagiários para fazerem o levantamento dos dados da igreja e de toda a situação.

“Só não foi elaborado o projeto pela Lei de Incentivos, porque não tinha documentação regularizada. Agora, a Mitra Diocesana conseguiu legalizar a documentação e o Padre Kleber tem conseguido muitas benfeitorias com a ajuda dos fiéis, restaurando a igreja sob a supervisão de Conselho do Patrimônio Cultural”, justificou a presidente da instituição. Ela reiterou a importância histórica da igreja, que Tombada pelo Município.

Restauro nos altares laterais da Matriz. (Foto: PortalR3)

De acordo com Padre Kleber Rodrigues, a partir do estudo em parceria com a Unitau nasceu um projeto de restauro, onde a primeira fase foi a análise da parede posterior da igreja, feita de taipas. Houve o restauro, as trincas foram contidas, e foi preservada a estrutura do prédio via intervenção com obras executadas pela Prefeitura, com recursos de emenda da Câmara de Vereadores. Ele informou que, na sequência, foi executada a segunda fase do restauro, pintura externa da igreja, custeada por meio de carnês, com doação dos fiéis.

“Agora estamos na terceira fase, que está sendo desenvolvida em seis altares de madeira e dois de alvenaria. Já foram restaurados três e estamos trabalhando no quarto. É um trabalho muito delicado, exige bastante perícia e paciência. E realizamos este processo de um modo que não interfira tanto nas atividades da igreja, principalmente aos fins de semana, quando o fluxo de fiéis é muito maior”, enfatizou o padre.

O serviço vem sendo executado pelo marceneiro Miguel Carlos. Ele fica atento aos detalhes da estrutura, e quase sempre precisa repetir o processo de lixa e aplicação de produtos, principalmente nos serviços envolvendo alvenaria. “Não tem como prever o tempo de restauro em cada andar. Depende da secagem das camadas, das tintas, da massa”, comunicou o profissional.

A expectativa é concluir os trabalhos até março de 2026. Depois faltará a quarta etapa (novo projeto e instalações elétricas, incluindo nova iluminação interna e externa), a quinta fase (restauro e afinação do órgão e manutenção dos bancos), e a última será o restauro das pinturas.

“Não é possível ainda estimarmos um valor para todo o restauro, porque existem os custos do projeto e os custos da execução. Acreditamos muito na parceria com a Prefeitura, apoio do Conselho, e a dedicação dos fiéis para avançarmos aos poucos e realizarmos todas as etapas necessárias”, justificou padre Kleber.

A Prefeitura vai continuar dando todo apoio necessário na captação de recursos. “Queremos o restauro das igrejas e manter viva nossa rica história. Vamos dar total suporte ao que a Igreja e o Conselho indicarem”, concluiu o prefeito Ricardo Piorino.

𝑝𝘶𝑏𝘭𝑖𝘤𝑖𝘥𝑎𝘥𝑒  

Botão Voltar ao topo