Sporting vence Club Brugge (3-0) e está em posição de apuramento direto para os “oitavos” da Champions

Os leões foram manifestamente superiores a um adversário que acusou demasiadas fragilidades ao abrir muitos espaços por onde os avançados do conjunto de Alvalade entraram como flechas

O colombiano Luís Suárez está a revelar-se um avançado de bons recursos técnicos Foto SC Portugal

Ao pontuar na 5ª ronda da fase de liga da Champions, o Sporting tem praticamente garantida a passagem ao play-off da competição, mas também pode dar-se o caso de conseguir o apuramento direto para os oitavos-de-final. Basta para tal manter o 8º lugar que passou a ocupar na tabela, ainda que os próximos confrontos sejam de dificuldade acrescida. Os leões deslocam-se à Alemanha para defrontar o todo poderoso Bayern de Munique, depois recebem os franceses do PSG, para finalizarem esta fase com os espanhóis do Athletic Bilbao no Estádio José de Alvalade. Claro que a tarefa não é nada fácil, mas a formação orientada do Rui Borges tem vindo a demonstrar que se encontra num apreciável momento de forma e com tendência para melhorar.

O Club Brugge até entrou bem e explanou o seu jogo de uma forma bastante aberta, porventura demasiadamente aberta, chegando a criar algumas jogadas de perigo junto da baliza leonina. Os mais de 40 mil espectadores que acorreram a Alvalade sofreram um tremendo calafrio quando, logo aos nove minutos, o capitão Morten Hjulmand viu o cartão vermelho direto por falta cometida sobre o médio sérvio Aleksandar Stankovic. Contudo, o árbitro foi chamado ao VAR para ver as imagens do lance, para depois reverter a decisão, com o médio defensivo dinamarquês a ser apenas advertido com o cartão amarelo. Uma decisão acertada a bem da verdade desportiva, o que por vezes não acontece dada a questão de a interpretação dos lances não obedecer a critérios idênticos.

Quenda e Catamo com a corda toda

Ultrapassada uma fase de menor fulgor, o Sporting soube aproveitar as fragilidades defensivas do seu opositor, a primeira delas aos 24 minutos, com o extremo internacional português Geovany Quenda a abrir o marcador. O moçambicano Geny Catamo recebeu na direita a bola de Trincão, avançou em boa velocidade para a área e rematou à baliza, permitindo a defesa incompleta do guardião do Club Brugge, para Quenda atirar a contar na recarga. O segundo golo surgiu à passagem da meia hora, desta feita com Catamo a isolar Luís Suárez com um fantástico passe, aproveitado pelo colombiano de forma sublime ao picar a bola por cima de Nordin Jackers. Refira-se, a propósito, que o guarda-redes do conjunto belga chocou com um adversário na última jogada do encontro, pareceu ter perdido a consciência, tendo sido imobilizado e transportado a um hospital de Lisboa. O forte impacto no peito levou a que o jogador tivesse de efetuar alguns exames, mas tudo não passou de um susto e Jackers pôde juntar-se aos seus colegas para o regresso a casa.

No segundo período, confortável com o resultado, o Sporting nem por isso deixou de procurar a baliza contrária, continuando a beneficiar dos enormes espaços que os belgas davam nas costas da sua defesa. O Club Brugge foi à procura do golo que lhe permitisse sonhar com um resultado positivo, mas os leões é que criavam maior perigo. O colombiano Luís Suárez, completamente isolado, atirou incrivelmente uma bola ao poste, mas foi Francisco Trincão que fechou definitivamente o jogo. O avançado internacional português, que atravessa um grande momento de forma, atirou a contar, aos 70 minutos, de novo com Geovany Quenda na jogada ao colocar a bola nos pés de Trincão, que rematou de primeira com o pé esquerdo. Tudo feito e bem feito diante de um adversário claramente inferior ao Sporting, com a agravante de cometer erros em demasia ao abrir enormes buracos na sua zona intermediária.

Rui Borges (treinador do Sporting): “Fico feliz pelo grupo porque merece. Por tudo o que têm sido capazes de demonstrar, a ambição e qualidade ao longo da época na Champions. Só olho para os dez pontos, somamos três pontos para o nosso objetivo. A equipa foi madura, não conseguimos ser tão pressionantes num bloco alto, mas tivemos essa maturidade. A primeira parte foi equilibrada, com dinâmicas boas e era importante termos o ataque à profundidade. A segunda parte não entrámos tão bem, andámos com o bloco mais baixo do que queríamos.”

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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