Medalhista paralímpica é grande aposta na disputa dos Jogos Abertos do Interior

Jennyfer Parinos tem dois bronzes em Paralimpíadas no tênis de mesa e é um dos principais nomes da delegação de Santos

Medalhista paralímpica é grande aposta na disputa dos Jogos Abertos do Interior
Jennyfer Parinos, 29 anos, é uma das estrelas da delegação de Santos Foto: Divulgação/Governo SP

Os Jogos Abertos do Interior “Horácio Baby Barioni” tem como um de suas principais características a de reunir em um mesmo local de competição atletas das mais diferentes faixas etárias, níveis técnicos e categorias. Nesse cenário democrático, atletas portadores de deficiência física também se encaixam. É o caso de Jennyfer Parinos, 29 anos, uma das estrelas da delegação de Santos.

Jennyfer nasceu com Raquitismo Hipofosfatemico, doença rara que enfraquece os ossos e que a deixou com as pernas arqueadas. Aos 12 anos, ela conheceu o tênis de mesa por indicação de uma vizinha que já praticava a modalidade e se apaixonou.

O talento com a raquete nas mãos fez Jennyfer ganhar o mundo. Seu gabarito de conquistas tem um título mundial por equipes, medalhas de ouro, prata e bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto-2015, Lima-2019 e Santiago-2023, e duas medalhas de bronze nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro-2016 e de Tóquio-2020.

A deficiência, no entanto, não ditou o início de carreira de Jennyfer. Em 2009, ela foi vetada do Parapan Juvenil da Colômbia por ser considerada atleta convencional pelo corpo de classificadores do evento. Com isso, Jennyfer seguiu firme competindo no convencional até uma nova oportunidade de classificação para o esporte paralímpico, em 2011.

“Para não ficar parada, passei o ano de 2010 atuando como atleta convencional. Entendi que essa experiência poderia servir de preparação para as competições paralímpicas”, diz ela.

Sem restrições no regulamento para atletas com deficiência, os Jogos Abertos do Interior foram das poucas competições convencionais em que Jennyfer participou regularmente. A mesatenista fez sua estreia no evento em 2013. “Depois de um tempo sem competir nos Jogos Abertos, voltei em 2021 e desde então tenho ido a todas as edições. Para este ano, espero poder conquistar esse título para Santos, cidade que eu amo e que sempre me acolheu.”

A tradicional competição organizada pela Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo é mais um importante palco para Jennyfer mostrar que sua condição não necessariamente a coloca em patamar de inferioridade aos seus adversários convencionais.

“Nunca tive problemas em competições convencionais, sempre fui muito bem recebida. Tecnicamente, existe uma pequena desvantagem em relação aos meus adversários porque eu tenho uma deficiência nas pernas, mas consigo competir de igual pra igual”, destaca.

Os Jogos Abertos do Interior acontecem este ano de 10 a 20 de dezembro, em Ribeirão Preto. Mais de 3 mil atletas de 169 municípios são esperados para o evento. A equipe santista de Jennyfer não leva o troféu de campeão desde 2003 e, em 2025, ficou com a vice-liderança na classificação geral, atrás apenas de São José dos Campos, vencedor das últimas cinco edições.

Reconhecida pelo ídolo

Os feitos de Jennyfer no paradesporto impactaram um dos maiores atletas brasileiros em atividade. A mesatenista foi pega de surpresa quando seu ídolo máximo na modalidade, Hugo Calderano, fez uma visita ao Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB), onde treinava.

“Ele apareceu no CTPB para bater uma bola e aproveitei para tirar fotos com ele e conversar um pouco. Não imaginava ele já me conhecia! Quando pedi uma foto, ele rebateu: ‘Vou tirar foto com a medalhista das Paralimpíadas do Rio-2016’. Fiquei super feliz com esse reconhecimento. O Calderano elevou o tênis de mesa brasileiro a nível mundial e está fazendo com que a nossa modalidade fique mais conhecida”, lembra ela.

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