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De desaire em desaire Benfica sofre quarta derrota consecutiva e compromete futuro na Champions

Encarnados perdem no Estádio da Luz com os alemães do Bayer Leverkusen (0-1) e continuam a zeros, desta feita com um erro monumental e pouco habitual a este nível

Casa cheia para para mais uma noite de gala, que acabou por ser de frustração. (Foto: SL Benfica)

O conjunto da Luz voltou a perder no seu próprio recinto, diante de mais de 57.000 espectadores, o que aconteceu pela quarta vez consecutiva na presente edição da fase de liga da Liga dos Campeões. Depois do desaire inicial com o Qarabag, que ditou o despedimento do técnico Bruno Lage, e das derrotas com os britânicos Chelsea e Newcastle, já com José Mourinho ao leme da nau encarnada, agora foi a vez dos alemães do Bayer Leverkusen, que apenas contabilizavam dois pontos na prova, aplicarem novo castigo às águias.

De nada valeu ao Benfica ter sido superior ao seu adversário e ter construído oportunidades em série para poder somar os primeiros pontos na Champions. Um único golo apontado pelo atacante checo Patrik Schick, aos 65 minutos, resultante de uma incrível oferta do lateral sueco Samuel Dahl, deitou por terra a conquista de pelo menos um ponto, o que deixa a formação de Mourinho no último lugar da tabela completamente a zeros, de parceria com os neerlandeses do Ajax.

Acabou por ser inglória a tarefa do Benfica, que deve a si mesmo a frustração de um momento complicado e delicado da Liga dos Campeões, tantas foram as ocasiões desperdiçadas para levar de vencida no Estádio da Luz, vestido de gala, um adversário relativamente acessível e frágil a defender. Logo aos 10 minutos o belga Lukébakio, o melhor em campo, levou a bola à trave, para pouco depois o colombiano Richard Ríos falhar por pouco o remate, assistido pelo capitão Nicolas Otamendi. Os neerlandeses resistiam como podiam e lançavam-se timidamente no contra-ataque, com destaque para as incursões Alejandro Grimaldo, o categorizado lateral espanhol que deixou saudades na Luz e, por isso mesmo, fortemente aplaudido aquando da sua entrada no relvado para o aquecimento antes do início da partida.

O belga Likébakio teve algumas ocasiões de golo e foi dos melhores em campo. (Foto: SL Benfica)

Com Richard Ríos em bom plano na distribuição de jogo – o colombiano ex-Palmeiras é já um dos indiscutíveis de Mourinho -, o Benfica continuou a somar oportunidades de golo. Otamendi, aos 32 minutos, atirou de cabeça à trave, depois de um canto apontado pelo ucraniano Sudakov, e Lukébakio, aos 43 minutos, atirou forte a permitir a defesa do guardião do Leverkusen. A bola ainda sobrou para o norueguês Fredrik Aursnes, que a entregou a Pavlidis, mas o avançado grego complicou na hora do remate. Pelo meio, os neerlandeses dispuseram de uma ocasião para faturar, valendo aos encarnados o incrível falhanço do avançado internacional holandês Ernest Poku na cara do guardião ucraniano Anatoliy Trubin.

Mais do mesmo e um falhanço para a história

O Benfica regressou dos balneários com a mesma determinação e disposto a resolver rapidamente a questão a seu favor. Lukébakio – sempre ele – andou de novo lá perto, com um vistoso remate de fora da área, assistido pelo central português Tomás Araújo, e Fredrik Aursnes desperdiçou nova e soberana ocasião para abrir o marcador, aos 61 minutos, com um remate forte que passou ligeiramente ao lado da baliza, após passe de Sudakov. Entretanto, os alemães baixavam nitidamente as suas linhas, como que satisfeitos com o empate, depois de verem a sua baliza ameaçada por inúmeras ocasiões.

Só que nestas coisas do mundo da bola é comum dizer-se que quem não marca sofre. E foi isso exatamente que aconteceu, aos 65 minutos, ainda que de forma caricata e, de certa forma, até inadmissível a um nível destes. O guardião Trubin defendeu um primeiro remate de Patrick Schick e a bola foi parar à cabeça de Samuel Dahl que a colocou bem a jeito na cabeça do dianteiro sueco, que não se fez rogado e atirou a contar, gelando por completo o Estádio da Luz. Foi o que se pode dizer uma “assistência” primorosa em benefício do conjunto alemão, que retirou toda e qualquer hipótese de uma reviravolta, mesmo que José Mourinho tivesse ainda tentado, com três substituições em simultâneo, mudar o rumo dos acontecimentos. Restam agora quatro jogos ao Benfica (Ajax, Nápoles, Juventus e Real Madrid) para que o conjunto da Luz ainda possa, pelo menos, apurar-se para o play-off dos oitavos-de-final da competição.

Jpsé Mourinho ainda se mostra confiante no apuramento da sua equipa
Jpsé Mourinho ainda se mostra confiante no apuramento da sua equipa. (Foto: DL Benfica)

José Mourinho (treinador do Benfica): “Ninguém me vai convencer de que estamos fora. A matemática é muito objetiva: há 12 pontos por jogar e são necessários à volta de nove. A matemática diz-me que é possível, mas não só a matemática. Este jogo convence-me de que podemos ganhar os pontos que nos faltam para nos podermos qualificar. Acho que é um jogo muito forte e muito convincente. Obviamente que terei uma visão diferente da vossa e possivelmente das pessoas que estiveram no estádio ou viram o jogo em casa, mas eu tenho de ver o jogo em todas as perspetivas. Tenho a matemática do meu lado e a convicção pela evolução da equipa. A equipa está a jogar cada vez melhor”.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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