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Sporting paciente empata em Turim a uma bola com a Juventus e mostra a garra do leão

Formação de Rui Borges não sabe o que é ganhar em Itália, mas o empate, com o contributo decisivo do guarda-redes Rui Silva, acaba por ser moralizador para o que resta da Liga dos Campeões

Pedro Gonçalves está em nítida subida de forma no ataque dos leões. (Foto: SC Portugal)

Jogar em Itália diante da toda poderosa formação da Juventus não se avizinhava tarefa fácil, mas o Sporting saiu de Turim com a sensação do dever cumprido. Abriu o marcador através de uma fenomenal finalização do lateral uruguaio Maxi Araújo, esteve muito perto do segundo golo quando o atacante internacional português Trincão enviou a bola ao poste, mas acabou por ceder ao maior poderio da formação de Turim. A segunda parte da partida foi praticamente dominada pelo conjunto orientado pelo italiano Luciano Spalletti, mas, consentido o tento do empate, os leões tiveram no guarda-redes Rui Silva uma muralha intransponível e souberam segurar o resultado.

Partida eletrizante no Allianz Stadium em Turim entre um dos maiores colossos do futebol italiano e o bicampeão português, relativa à 4ª jornada da fase regular da Liga dos Campeões. É um facto que a Juventus ainda não sabe o que é vencer na presente edição da maior prova europeia de clubes – contabiliza agora três empates e uma derrota -, mas trata-se de um adversário temível e em nítido crescimento no campeonato italiano. Já o Sporting, vitorioso em duas ocasiões, primeiro diante do Kairat Almaty, do Cazaquistão, depois frente aos franceses do Marselha, com uma derrota pelo meio aquando da visita ao reduto do Nápoles, segue em posição que lhe permite o apuramento para os oitavos-de-final da competição, ainda que tenha pela frente obstáculos de vulto, casos do Bayern de Munique, do Paris Saint Germain e do Athletic de Bilbao. Como tal, este empate diante da Vecchia Signora acaba por ser moralizador, tanto mais que os leões mostraram as garras numa partida em que revelaram o atrevimento, enquanto puderam, para sair de Turim com os três pontos na bagagem.

O guardião Rui Silva foi a grande dor de cabeça para os dianteiros da Juventus. (Foto: SC Portugal)

O Sporting entrou dominador no encontro e aos 12 minutos o uruguaio Maxi Aráujo culmina com um remate espetacular uma jogada coletiva, assistido por Trincão. E foi o atacante internacional português, que teve uma passagem inglória pelo Barcelona, que esteve à beira do segundo tento, volvidos dois minutos, ao atirar violentamente à trave da baliza defendida pelo italiano Michele Di Gregorio. A reação da Juventus não se fez esperar e surgiu em grande plano o atacante sérvio Dusan Vlahovic, muito perto do golo em duas ocasiões, valendo ao Sporting umas quantas intervenções do seu guarda-redes Rui Silva, a quem se deve boa parte do êxito leonino, pois o empate em Turim acaba mesmo por ser um prémio para tudo o que de bom fez o conjunto orientado por Rui Borges. O guardião leonino só não foi capaz de segurar o remate do temível dianteiro sérvio, aos 34 minutos, que surgiu em zona perigosa e não perdoou, primorosamente assistido pelo médio internacional italiano Khéphren Thuram.

Leões sofrem, mas serenam e até controlam

Para a segunda metade do encontro a Juventus tentou por todos os meios chegar ao golo do triunfo e estiveram lá muito perto. Francisco Conceição, filho do ex-treinador do FC Porto Sérgio Conceição – agora a orientar o Al-Itthiad, da Arábia Saudita – bem tentou as suas rápidas incursões pela direita do ataque, esteve mesmo perto de marcar com um remate que saiu um pouco ao lado da baliza, mas a intensidade com que se vinha jogando deixou as suas marcas, pelo que ambas as equipas quebraram no aspeto físico.

O colombiano Luis Suárez (direita) não foi titular, por troca com o grego Ioannidis e Maxi Araújo abriu o marcador em Turim Foto SC Portugal

E disso se aproveitou o Sporting, obviamente satisfeito com o empate diante de um adversário com mais argumentos, passando a trocar a bola, e bem, na sua zona mais recuada. Contudo, ainda haveria de passar por mais um susto, valendo a atenção do seu guarda-redes Rui Silva, em noite de grande acerto, cabendo-lhe a distinção de um dos melhores jogadores em campo. Resta agora aos leões tentarem levar de vencida no Estádio José de Alvalade o Club Brugge, modesta formação francesa, que mais logo recebe os espanhóis do Barcelona. É que depois chegam os grandes “tubarões” da competição milionária e, naturalmente, a missão leonina vai tornar-se mais complicada.

O capitão Morten Hjulmand exibiu-se em bom plano mo meio-campo dos leões. (Foto SC Portugal)

Rui Borges (treinador do Sporting): “Acho que na primeira parte tivemos as duas coisas. Tivemos a capacidade, inspiração e qualidade em termos de jogo posicional no processo ofensivo. No defensivo, conseguimos anular, às vezes com maior dificuldade, mas jogámos contra uma grande equipa. Na segunda parte, faltou um pouco mais de inspiração para controlar melhor o jogo com bola, mas tivemos o compromisso e a atitude competitiva. O jogo foi difícil, contra um adversário com muita qualidade, num campo difícil. Jogo muito competitivo e intenso, foi um grande jogo de UEFA Champions League. Teve de tudo um pouco. A equipa deu uma grande resposta e se queremos andar entre os melhores temos de ter esta capacidade, humildade e coragem com e sem bola.”

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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