
Com a disputa da 3ª eliminatória da Taça de Portugal, a grande festa do futebol português, pois a competição integra as equipas das várias ligas profissionais, incluindo algumas amadoras, o fim de semana está a decorrer animado e já com algumas surpresas. A primeira delas aconteceu com o Estrela da Amadora a cair aos pés do Alpendorada, conjunto não profissional que milita nos campeonatos distritais, competição referente ao 4º escalão do futebol nacional. Também a União de Leiria, da Liga 2, eliminou o primodivisionário Alverca, assim como o histórico Académico de Viseu que afastou o Gil Vicente, uma das formações que até tem estado em destaque no principal campeonato português. Quem passou mesmo por um mau bocado foi o Sporting, atual detentor do troféu e bicampeão nacional, que esteve a perder por duas ocasiões com o Paços de Ferreira (Liga 2), tendo resolvido a questão a seu favor no prolongamento, depois do empate a duas bolas verificado no tempo regulamentar.
A Taça de Portugal é um pouco assim e por isso mesmo lhe chamam a festa do povo, pois a competição é alargada às três principais divisões dos escalões profissionais, bem como aos vencedores dos vários “distritais”, formados por equipas amadoras. Por norma, os treinadores das equipas chamadas “grandes” optam por poupar jogadores habitualmente titulares, como foi o caso do Sporting, que na próxima quarta-feira defronta os franceses do Marselha para a Liga dos Campeões. Por isso, Rui Borges entendeu fazer seis alterações no onze inicial, colocando em campo futebolistas menos utilizados, o que lhe valeu uma grande dor de cabeça. Com efeito, o Paços de Ferreira, que em tempos integrou o principal escalão do futebol luso, fez tudo para ser um dos tais tomba-gigantes. O conjunto da Capital do Móvel, que ocupa um dos últimos lugares da Liga 2, adiantou-se no marcador aos 18 minutos da primeira parte, mas quatro minutos depois o internacional português Pedro Gonçalves fez o golo do empate. Na segunda parte o cenário voltou a repetir-se, com o atacante brasileiro João Victor, que chegou a Portugal em 2021 vindo do Tapajós, a fazer o segundo tento da sua equipa. Os leões voltaram a empatar a partida, aos 61 minutos, pelo avançado grego Ioannidis, pelo que só no prolongamento conseguiram o passaporte para próxima fase da Taça de Portugal, com o tento triunfal, mesmo assim através de um autogolo, aos 104 minutos, do defesa português Tiago Ferreira.
FC Porto aplica “chapa 4” com três golos de Samu
Já o técnico italiano Francesco Farioli não inventou muito no encontro que a sua equipa disputou com os amadores do Celoricense. O conjunto de Celorico de Basto, a alinhar nos campeonatos distritais, teve de atuar em casa emprestada, por não disputar de um recinto com as condições necessárias para este tipo de jogos, pelo que a partida decorreu em Barcelos, casa do primodivisionário Gil Vicente. Perdeu, é um facto, como era previsível, mas os dragões, como informaram antes da realização do evento, doaram a receita do encontro, incluindo a da proveniente da transmissão televisiva, ao clube do distrito de Braga. Os azuis e brancos utilizaram de início um onze composto pelos habituais titulares e chegaram bem cedo à vantagem, logo aos 9 minutos, por intermédio do defesa central polaco Jan Bednarek, que assim assinou o seu primeiro golo pelo conjunto dos dragões.
O encontro decorreu o tempo todo com o FC Porto a dominar por completo, mas a posse de bola, só por si, não estava a trazer os resultados desejados. Por isso Farioli teve de mexer no ataque e fez entrar o habitual titular Samu, autor de um hat-trick com que os dragões acabaram por chegar à goleada. O treinador italiano optou por fazer alinhar de início o Deniz Gull, que tem vindo a ganhar espaço no onze dos dragões, mas o avançado sueco não tem o poder de arranque e de choque com a intensidade do espanhol Samu. O atacante dos dragões mostrou que se encontra em plenas condições físicas, o que poderá ser fundamental para o próximo encontro dos dragões com o Nottingham Forest da Liga Europa, partida agendada para a próxima quinta-feira no reduto do emblema inglês.
Pavlidis bisa em Chaves antes do Newcastle
Na abertura da 3ª eliminatória da Taça de Portugal, o Benfica foi ao recinto do histórico Desportivo de Chaves, atualmente a disputar a Liga 2, mas a exibição foi bastante cinzenta, o que motivou algumas palavras de desagrado por parte de José Mourinho. “Acho que basicamente controlámos. Mas, não estou contente porque trabalhámos de maneira diferente, queríamos dar mais intensidade ao jogo ofensivo e fomos lentos. Esperava um bocadinho mais”, disse o técnico no final da partida, que na próxima terça-feira regressa a Inglaterra, onde o Benfica joga com o Newcastle para a 3ª jornada da Liga dos Campeões e tentará obter os seus primeiros pontos, depois das derrotas com o Qarabag, do Azerbaijão, e com os britânicos do Chelsea.

O habitual marcador de serviço, o grego Vangelis Pavlidis apontou os dois tentos da formação encarnada na visita a Trás-os-Montes (8 e 79 minutos), cumprindo a sua obrigação diante de um adversário manifestamente inferior. Mourinho optou por não mexer muito na formação habitual, mas a reação do conjunto flaviense ao primeiro golo sofrido chegou a condicionar a equipa da Luz. Contudo, o finalista vencido da última edição da Taça de Portugal, acabou por garantir fazer um jogo tranquilo, principalmente na segunda parte, onde foi bem superior aos flavienses.
