
Os dragões não foram em passeio na curta viagem desde a cidade do Porto até Vila do Conde, mas também poucas dificuldades encontraram para derrotar um adversário que ainda não venceu qualquer encontro do campeonato português. A superioridade dos dragões foi de tal ordem, que aos 13 minutos do encontro já venciam por duas bolas, sem que o Rio Ave conseguisse parar a avalanche ofensiva do renovado conjunto de Francesco Farioli. Contudo, apesar das agradáveis e bem conseguidas exibições dos azuis e brancos, que lideram isolados a Liga Portugal só com vitórias, o técnico italiano não embandeira em arco e pede mais prudência aos jogadores, especialmente nos momentos de perda de bola. O FC Porto tem pela frente uma série de jogos bem complicados, já na próxima semana inicia a sua participação na Liga Europa, e está aí também à porta a partida com o Benfica no Estádio do Dragão, com o regresso de José Mourinho a uma casa onde foi muito feliz.
Farioli promoveu uma alteração no onze do conjunto que bateu o Nacional da Madeira no último confronto, fazendo regressar o jovem médio internacional sub-21 espanhol Gabri Veiga, por troca com o craque português Rodrigo Mora. E os resultados estiveram à vista, pois foi dos pés de Veiga, na sequência da marcação de dois cantos, que resultaram nas assistências para os golos de cabeça do dominicano Pablo Rosario, aos 4 minutos, e do atacante espanhol Samu, aos 13 minutos. Um registo a reter nesta questão das bolas paradas, pois os portistas estão agora bem mais eficazes neste tipo de jogadas, em contraste com o que vinha acontecendo no passado. Dois golos praticamente de rajada deixaram o adversário completamente à mercê de um FC Porto autoritário e praticamente a jogar no meio-campo contrário, não dando sequer hipóteses para que o Rio Ave conseguisse respirar.

Brasileiro Pepê brilha no dia de Veiga
Depois de uma primeira parte de autêntico domínio dos dragões, com jogadas envolventes e bem delineadas ao asfixiar o Rio Ave, deixou o aniversariante guardião Diogo Costa, que completou 26 anos, com pouco ou nada para fazer. No período complementar Farioli promoveu as cinco alterações permitidas, com destaque para a chamada do atacante espanhol Ángel Alarcon, que tem atuado pela equipa B do FC Porto. Fruto dessas mudanças, os azuis e brancos acabaram por permitir ao opositor um outro atrevimento, que construiu algumas jogadas ofensivas, situação que terá estado na origem das críticas de Farioli. O técnico italiano exige concentração plena e reação rápida à perda de bola, pelo que fez o devido alerta no final do encontro, ao mesmo tempo que travou qualquer onda de euforia. É verdade que o FC Porto está no bom caminho, pratica um futebol como há muito não se via, mas as dificuldades maiores, verdadeiramente, ainda não surgiram.
Quem continua a marcar pontos no conjunto dos dragões é o internacional brasileiro Pepê, um dos titulares indiscutíveis dos dragões. O passe para o golo de Gabri Veiga, aos 52 minutos, foi simplesmente soberbo, naquele que constituiu um dos grandes momentos da partida. O atacante espanhol recebeu o “açucarado” esférico já no interior da área e rematou fortíssimo ao ângulo superior direito da baliza defendida pelo polaco Cezary Miszta. E pouco mais há a registar sobre um jogo de sentido único, tal foi o vendaval ofensivo do FC Porto, que este ano parece determinado a conquistar o campeonato. Porém, os “clientes” do costume já avisaram que estão ali com o mesmo objetivo, com essa enorme curiosidade de como é que José Mourinho, contratado pelo Benfica após o despedimento de Bruno Lage, irá colocar a jogar a milionária formação encarnada, que o próprio considera uma das melhores do mundo.

Francesco Farioli (treinador do FC Porto): “Espero um grande passo em frente na mentalidade. Num jogo como o de hoje, em que temos o controle, temos de saber manter esse mesmo controle e não o perder em certos momentos. Não haverá muitos momentos em que vamos estar a vencer por 2-0 aos 15 minutos. Somos uma equipa muito jovem, temos de aprender muito rápido. Já vimos a velocidade a que as coisas podem mudar no futebol. Uma ação, um cartão e as coisas podem ter uma dinâmica totalmente diferente. Temos de aprender muito rápido, de continuar a trabalhar e a melhorar o que for possível”.
