A Assembleia Legislativa de São Paulo realizou na quinta-feira (11) o 1º Fórum de Políticas Públicas de Saúde Mental com o objetivo de promover a conscientização, incentivar o acolhimento e fortalecer as redes de cuidado às pessoas com transtornos psíquicos. O evento marca a primeira edição da Semana Estadual do ?Não te julgo, te ajudo?, instituída no Calendário Oficial de Eventos paulistas pela Lei 18.011/2024, de autoria da deputada estadual Edna Macedo (Republicanos).
Na abertura do Fórum, Edna destacou que a saúde da mente é fundamental para o bem-estar individual e coletivo, “influenciando diretamente a qualidade de vida das pessoas, a produtividade e a convivência social.” A deputada enfatizou que a Semana do ?Não te julgo, te ajudo? propõe-se a servir de espaço de debate para formulação de políticas públicas “mais contundentes e acolhedoras para atender e ajudar as pessoas carentes.”
A deputada Bruna Furlan (PSDB), presidente da Comissão de Saúde da Alesp, salientou o aumento dos casos de ansiedade, depressão e transtorno bipolar, que ainda enfrentam preconceito e estigma, dificultando diagnósticos precoces e agravando quadros clínicos. “Não há dúvida de que a saúde mental é uma questão de saúde pública extremamente relevante”, endossou a parlamentar. Já Altair Moraes (Republicanos) reforçou a importância do apoio emocional e do ambiente familiar na superação das doenças mentais.
Ao relacionar o turismo ao bem-estar das pessoas, o secretário estadual de Turismo, Roberto de Lucena, afirmou que o enfrentamento dos transtornos mentais deve ser uma responsabilidade compartilhada por todos, governo e sociedade. “O turismo pode ser um grande aliado nesse esforço de construirmos uma agenda positiva para termos cada vez mais uma sociedade saudável, com pessoas felizes”, afirmou o secretário paulista.
Painéis com especialistas
No Fórum de Políticas Públicas de Saúde Mental, as psicólogas Cristiane Bondade e Ana Carolina Sampaio, ao lado do médico e deputado estadual Dr. Elton (União), abordaram temas como os sinais de ansiedade e depressão entre jovens e estratégias de prevenção ao suicídio. O painel foi conduzido pela psicológa Adriana Lacerda.
A psicóloga Cristiane Bondade explicou que a ansiedade é natural e necessária se estiver ligada apenas à emoção do medo, mas torna-se patológica quando é excessiva, persistente e causa prejuízo funcional na vida social, escolar ou profissional. “Quando os sintomas ultrapassam duas semanas e afetam o cotidiano, é hora de buscar ajuda profissional”, alertou. Cristiane também esclareceu que a depressão, por sua vez, envolve tristeza duradoura e rebaixamento do humor, exigindo acompanhamento profissional.
Já a psicóloga Ana Carolina Sampaio abordou as manifestações atípicas da depressão, especialmente entre pessoas neurodivergentes – cujo funcionamento neurológico difere dos padrões típicos. Ela chamou atenção para os riscos do diagnóstico tardio em pessoas com autismo ou TDAH, que podem adoecer por não compreenderem como sua mente funciona. “Saúde mental é obrigação, não privilégio”, salientou. Ana Carolina ainda defendeu a segurança psicológica nos locais de estudo e trabalho.
Dr. Elton, que é membro da Comissão de Saúde da Alesp, citou dados preocupantes que apontam que um em cada seis brasileiros já apresentou pensamento suicida. Ele defendeu uma atuação conjunta para enfrentar o problema com respostas rápidas, humanizadas e integradas. “Ninguém faz nada grande sozinho”, afirmou.
Presenças
O Fórum também contou com a presença de autoridades como o prefeito de Jandira, Dr. Sato, o secretário municipal de Turismo da capital paulista, Rui Alves (deputado estadual licenciado), além de representantes de entidades como o Instituto Cactus, o Instituto Borboleta Azul e o projeto Help.
