
Foram hoje conhecidas as nacionalidades de todas as vítimas mortais do brutal ascensor da Glória, na cidade de Lisboa. Cinco portugueses, dois sul coreanos, um suíço, três britânicos, dois canadianos, um ucraniano, um americano e um francês perderam a vida numa tragédia sem paralelo em Portugal. A Polícia Judiciária (PJ) adiantou ainda que o cidadão alemão dado, na quinta-feira, como sendo uma das vítimas mortais, veio a apurar-se, durante a noite desse mesmo dia, que se encontra internado no Hospital de São José. Importa agora conhecer as identidades de todos os que pereceram nesta imensa tragédia que deixou o país de luto.
Face aos alertas emitidos nos países de origem, a Polícia Judiciária está a enviar impressões digitais, amostras de ADN e fichas dentárias das vítimas para acelerar os processos de reconhecimento. Entre os feridos há brasileiros – dois homens, um deles residente em Portugal -, israelitas e franceses. Nove dos feridos no acidente encontram-se nos cuidados intensivos, enquanto todos os feridos ligeiros já tiveram alta hospitalar. Os vários hospitais do Serviço Nacional de Saúde receberam 23 vítimas do descarrilamento, 13 ligeiros e 10 graves.
Perícias para apurar responsabilidades
Importa agora, como se impõe, apurar responsabilidades. Na esfera política há quem já peça a cabeça de Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O autarca, em tempos críticos do seu antecessor, o socialista Fernando Medina, ao exigir a sua demissão, está a ser alvo de inúmeras críticas, e o partido Chega, de André Ventura, já informou que irá apresentar uma moção de censura ao atual executivo da edilidade lisboeta. Há um rigoroso inquérito em curso, o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu celeridade no processo, mas as perícias são bastante demoradas, ainda que dentro de dias já se possa avançar com algumas explicações preliminares.
Em causa está a manutenção do elevador, bem como de outros três ascensores existentes em Lisboa, entretanto encerrados, alvo de vistorias periódicas efetuadas por uma empresa privada. No dia do acidente o Elevador da Glória foi alvo de uma inspeção com a duração de cerca de 30 minutos, prontamente validada por três responsáveis da MNTC – Serviços Técnicos de Engenharia. Até 2007 as inspeções eram feitas de forma mais minuciosa por 24 funcionários e turnos de oito horas ao longo de todo o dia, mas a adjudicação a empresas privadas através de contratos de ajuste direto está a ser alvo de muitas críticas. Resta, agora, esperar pelo apuramento de responsabilidades – que efetivamente existem – para que a culpa, como às vezes acontece, não morra solteira…
