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Elevador da Glória em Lisboa descarrila e provoca 16 mortos e dezenas de feridos, alguns em estado crítico

Tragédia atingiu uma dezena de nacionalidades, numa altura em que à capital de Portugal acorrem milhares de turistas. Ministério Público abriu rigoroso inquérito ao terrível acidente

Uma tragédia nunca vista ceifou a vida a 16 pessoas. (Foto: Lisboa Live)

O inimaginável aconteceu no famoso Elevador da Glória, o “bondinho” inaugurado em 1985 e uma das maiores atrações turísticas da cidade de Lisboa. As origens desta enorme tragédia podem estar na manutenção – ou a falta dela – da pesada máquina elétrica, devido ao eventual rompimento de um cabo de segurança que liga as duas composições do ascensor. O aparelho, que faz a ligação entre os Restauradores, na baixa lisboeta, e o Miradouro de São Pedro de Alcântara, com capacidade para 42 pessoas, desprendeu-se do trilho em que seguia e ficou completamente descontrolado até tombar numa curva e embater violentamente num prédio da estreita calçada. Entretanto, o Ministério Público determinou a instauração de um inquérito no intuito de apurar responsabilidades.

Um cenário de autêntico terror nunca antes visto e que vai dar muito que falar, pois pairam muitas dúvidas sobre o acidente, logo a começar pela manutenção do elevador. A Carris, empresa de transportes públicos que opera em Lisboa, entregou há 14 anos a manutenção dos elevadores a uma empresa externa, deixando de ser tão rigorosa. No entanto, o presidente da Carris garantiu que nunca houve qualquer interrupção na manutenção, dado o contrato estar ativo. É um facto que os elevadores vêm sendo alvo de verificações periódicas, mas também têm surgido diversos alertas no que à segurança dos mesmos respeita. Em face da enorme gravidade da tragédia, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ordenou a suspensão de todos os elevadores e funiculares da cidade, tendo decretado três dias de luto.

Brutalidade ceifou de imediato a vida a 15 pessoas
Das 38 pessoas afetadas pelo acidente, os trágicos dados foram sendo conhecidos ao longo das horas, desconhecendo-se as identidades de todas as vítimas, sabe-se, contudo, que o brutal acidente atingiu uma dezena de nacionalidades. Os 25 feridos foram transportados para os hospitais lisboetas, sendo posteriormente noticiado que dois deles tinham falecido durante a noite, o que subiria para 17 o número de mortos. Mais tarde, as autoridades a quem estão entregues todos os esclarecimentos informaram que haviam falecido 16 pessoas. Entre as vítimas do descarrilamento assistidas nos hospitais há quatro portugueses, dois espanhóis, um brasileiro, um coreano, um cabo-verdiano, um canadiano, um italiano, um francês, um suíço e um marroquino. A primeira vítima mortal a ser conhecida foi André Marques, de 40 anos, motorista do ascensor.

Entre as outras vítimas mortais estão cinco portugueses, sabendo-se já que quatro são funcionárias da Santa Casa da Misericórdia, e um ex-árbitro de voleibol, bem como um cidadão alemão. Este homem encontrava-se acompanhado pela mulher, que se encontra nos cuidados intensivos do Hospital de Santa Maria, e de uma criança de três anos, que teve ferimentos ligeiros. As restantes identificações, por se tratarem de turistas estrangeiros, estão mais demoradas. Resta aguardar por mais informações do Ministério Público, logo após efetuadas as perícias forenses resultantes das autópsias efetuadas no Instituto de Medicina Legal de Lisboa.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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