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Torre dos Clérigos: ex-libris da cidade do Porto é atração turística e local de culto à padroeira Nossa Senhora da Assunção

Concluído em 1763 pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni, o edifício barroco tem 75 metros de altura. O monumento integra uma igreja dotada de belíssima talha dourada e muitas outras relíquias que retratam mais de 260 anos de história

A Torre dos Clérigos e a Casa da Irmandade. (Foto: António Amén)

Quem passa pelo município do Porto não fica indiferente a uma enorme estrutura que se ergue na zona dos Clérigos da Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto. O impressionante edifício de período barroco é uma construção sustentada num projeto do arquiteto italiano Nicolau Nasoni, a pedido da Irmandade dos Clérigos dos Pobres em 1753. Pouco tempo depois iniciavam-se as obras que seriam concluídas passados nove anos com a colocação no topo da torre de uma cruz de ferro e da imagem de São Paulo sobre a porta principal. O local é aprazível e são aos milhares as visitas durante o ano para apreciar o grande ex-libris portuense, visita imperdível para turistas e frequentes vezes repetida pelos habitantes locais e de outras zonas do país.

As idas à torre sucedem-se a um ritmo impressionante, mais assíduas nesta altura da época em que o tempo primaveril está quase a dar lugar a quatro meses de verão, convidativos à contemplação e ao prazer. A Torre dos Clérigos, classificada como Monumento Nacional desde 1910, foi erguida numa zona nobre da Cidade Invicta, paredes meias com a Avenida dos Aliados, a principal artéria do Porto, onde funciona a câmara local – prefeitura aí no Brasil – num também magnífico edifício designado Paços do Concelho inaugurado em 1957. Aliás, o Porto, a segunda mais importante cidade de Portugal, depois da capital Lisboa, é recheada de história e, também por isso, um marco para os milhares e milhares de turistas que anualmente vêm até cá.

No alto da Torre dos Clérigos, depois de subidos 240 degraus de uma escadaria em caracol, o panorama é deslumbrante, pois dali avista-se toda a cidade do Porto e a vizinha Vila Nova de Gaia, por via da panorâmica de 360 graus. Contudo, dada a subida ter uma duração de cerca de 15 minutos por galerias estreitas, a mesma não é aconselhada a pessoas com pouca mobilidade ou com problemas cardíacos e respiratórios, bem como as que têm vertigens e medo das alturas. Chegados ao alto, o momento é um deleite para os olhos e para os obrigatórios registos fotográficos para mais tarde recordar. A contemplação de uma vista espetacular, com Rio Douro também como cenário, perde-se no imaginário de uma cidade que muito recentemente recebeu o título de “Melhor Destino à Beira-Mar” em todo o mundo, distinção entregue dos World Travel Awards (WTA).

Reconfortar o espírito e o paladar… no Piolho
Se a visita ao alto da torre é mesmo imperdível, o interior da Igreja dos Clérigos, mesmo atrás do imponente monumento, impressiona particularmente a capela-mor em mármore da chamada Casa da Irmandade. O interior é dotado de uma nave única com dois púlpitos de pregação e quatro altares – altar do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora das Dores, de Santo André Avelino e de São Bento. O local ideal para a meditação e o reconforto do espírito ao som das do órgão de tubos, onde diariamente se pode assistir a concertos gratuitos, pois a entrada no templo é livre.

Mas nestas histórias eclesiásticas, depois de se apreciar a arte singular do barroco, também há lugar para a boa mesa. No Porto, em concreto nas imediações da Torre dos Clérigos e do lindo Jardim da Cordoaria, não faltam bons restaurantes para degustar um gostoso prato de carne e o sempre apetecível peixe fresco. Os preços variam consoante a escolha do espaço, mas não é necessário puxar pelos cordões à bolsa para uma refeição completa e bem servida. O que não faltam mesmo são as esplanadas para beber uma água, um sumo ou uma cervejinha bem fresca, e saborear uma pizza, um cachorrinho ou a famosa francesinha, a famosa sanduíche à base de carne de vaca, salsicha fresca e linguiça, coberta com queijo derretido e guarnecida com um molho picante.

Ali bem perto dos Clérigos existe uma casa com tradição, o Café Âncora d´Ouro, mais conhecido por O Piolho. E há uma razão para falar deste espaço, merecedor de visita por ser também um dos ícones da cidade do Porto. Aliás, foi o primeiro café da cidade a ter eletricidade e o único, à data, a possuir televisão. Trata-se de um local emblemático e centenário, datado de 26 de junho de 1909, precisamente o dia que assinalou a sua abertura. O epíteto de “Piolho” resulta da grande afluência de professores e estudantes universitários, pois o espaço é exíguo – como ainda continua a ser – para tanta gente. Os pratos do dia são económicos e bem confecionados, pelo que por vezes tem de se aguardar um pouco para conseguir mesa.

Por hoje ficamos por aqui – há tanto para contar – com a promessa de que iremos continuar a mostrar alguns “quadros” deste Portugal que no próximo domingo vai de novo a eleições e pode até dar-se o caso da “cara” do governo mudar. Outras histórias, a da política, que também interessa, e muito, mas que tem criado muitas divisões por via de questões fulcrais como a Saúde, a Habitação e a Imigração. São 20 as forças políticas que vão a votos, mas, segundo as sondagens, só duas delas é que poderão vencer. Resta aguardar, serenamente, pelos resultados do próximo domingo assim que forem 21h00, menos quatro horas no Brasil, altura em que serão conhecidas as primeiras projeções.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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