
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 13, em Pequim, que o futuro da América Latina e do Caribe não depende do presidente da China, Xi Jinping, do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ou da União Europeia. “Ou nos juntamos entre nós e procuramos quem queira construir um mundo compartilhado ou vamos seguir sendo a região que representa a pobreza no mundo”, disse Lula, durante o Fórum China-Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Ao lado de líderes como os presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric, o brasileiro exaltou a colaboração dos países da região com a China e criticou as tarifas impostas pelos Estados Unidos. “Por séculos, recursos da América Latina e do Caribe enriqueceram outras partes do mundo. Sempre existiram distorções no comércio internacional”, disse Lula. “A imposição de tarifas arbitrarias só agrava as distorções.”
O presidente afirmou que a América Latina e o Caribe não querem “ser palco de disputas hegemônicas” e nem encenar uma “nova Guerra Fria”. Lula ainda lamentou a desarticulação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e disse que “a solução para a crise do multilateralismo não é abandoná-lo, mas aperfeiçoá-lo”.

Segundo Lula, a demanda chinesa foi propulsora do crescimento brasileiro no início do século. Os investimentos do país asiático ajudaram a “tirar rodovias e portos do papel” no Brasil. “E, na pandemia da covid-19, vacinas e insumos chineses ajudaram a proteger a população”, afirmou.
O brasileiro também defendeu o acesso à tecnologia, inclusive para que seja possível realizar a transição para uma economia de baixo carbono, e fez um aceno à COP30, que de acordo com Lula deve ser “o ponto de virada para os compromissos climáticos”.