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Equipe investe em tratamento humanizado no HM em São José

No jardim interno do HM, psicólogos do hospital conversam sobre o trabalho durante troca de plantão. (Foto: Divuglação/PMSJC)

Guilherme Rodrigues, de 68 anos, estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Municipal de São José dos Campos em 27 de outubro do ano passado quando, durante um atendimento com psicólogo do hospital, manifestou o desejo de assistir seu time de futebol do coração, o Vasco, em um jogo que aconteceria naquela noite.

Fanático pelo time, queria ver o jogo com seu filho William Araújo de Carvalho, torcedor do mesmo time. Como a situação do paciente era favorável, o HM analisou o pedido e permitiu que o filho visitasse o pai no horário do jogo e os dois acompanharam a partida pelo notebook de William.

O Vasco perdeu, mas o momento foi marcante para os dois e faz parte do atendimento humanitário oferecido a pacientes e seus familiares pela equipe de psicologia do Hospital Municipal. Guilherme agora se recupera em casa.

“Apesar de toda a burocracia e cuidados no acesso à UTI, que são totalmente compreensíveis pois ali todos estão focados em salvar vidas, o hospital teve um gesto humano. Naquele momento, eu só queria dar ao meu pai um segundo que fosse de felicidade. Graças a Deus e à equipe da UTI pude ver meu pai sorrindo em meio àquela situação difícil”, afirmou William.

A equipe de psicólogos do Hospital Municipal é parte importante desse atendimento humanitário. Formada atualmente por seis profissionais, ela atua em todos os setores do hospital, como em diagnósticos difíceis nas UTIs, maternidade, enfermaria e Pronto-Socorro, entre outros.

No ano passado, foram mais de 13 mil atendimentos feitos. Só em janeiro deste ano, são 681 casos atendidos.

Quem sou eu?
A psicóloga Tania Daoud Miranda, que trabalha há 9 anos no HM, explica que nas UTIs, por exemplo, a equipe pede para o paciente ou a família preencherem um questionário chamado “Quem Sou Eu”, onde os psicólogos ficam sabendo como o paciente gosta de ser chamado, preferências musicais, se tem animais de estimação, o que gosta de comer, etc.

“Mostramos para a pessoa que está no leito que ela não é apenas mais um paciente. Olhamos o paciente dentro do contexto da vida dele. Assim, podemos colocar uma música para ele, conversar sobre as coisas que ele gosta de falar e tentar deixar a internação mais leve”, disse Tania.

Ela lembrou de um paciente que só podia comer alimentos pastosos e adorava feijoada. A dica foi levada para as nutricionistas do hospital, que preparam com exclusividade uma feijoada pastosa, servida em diferentes potinhos, incluindo potinho de couve.

“É uma demonstração de carinho que fazemos quando a situação do paciente permite, com apoio da equipe multidisciplinar e cercados de todos os cuidados necessários. Já tivemos dois casamentos no hospital”, afirmou a psicóloga.

Covid
A semente para o atendimento humanizado no HM floresceu em junho de 2020, no auge da pandemia de covid, quando o hospital criou uma rotina diária de comunicação entre os médicos e familiares de pacientes e entre os pacientes e seus familiares (foto acima), por meio de chamadas de vídeo feitas pela equipe. Naquela época, as visitas não eram permitidas.

Segundo os psicólogos, isso foi fundamental para reduzir a ansiedade e a tensão dos familiares e dos pacientes em isolamento naquela época.

Desde que os psicólogos começaram a atuar nessa frente, os casos encaminhados ao Serviço de Atendimento ao Usuário (que funciona como uma ouvidoria) caíram de 125 em junho para 15 em novembro e 34 em dezembro daquele ano.

O Hospital Municipal é mantido pela Prefeitura de São José dos Campos e gerenciado pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina).

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