O projeto, coordenado pelo professor Arlindo Flávio da Conceição, é gerido de forma conjunta com a equipe do Escritório de Projetos do Parque Tecnológico de São José dos Campos/SP. Registrado em abril de 2019, o Colmeia foi criado após pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) sobre a percepção do público com relação ao perfil da universidade. “Os resultados da pesquisa mostraram que 95% dos alunos desconheciam a estrutura de apoio à inovação da Unifesp. Dessa forma, conversamos com o Luiz Fernando Carvalho, coordenador do Escritório de Projetos do Parque Tecnológico, para resolvermos esse problema. Dessa pesquisa, surgiu a motivação para registrarmos o projeto de extensão na Unifesp”, conta Conceição.
Outros docentes do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) da Unifesp também colaboram diretamente com a iniciativa, entre eles Maria Elizete Kunkel, Horácio Yanasse, Luiz Leduíno Salles Neto, Luiz Eduardo Galvão e Paulo Lourenção.
Para David Vicente, integrante da equipe do Escritório de Projetos do Parque Tecnológico, o foco está no desenvolvimento tecnológico, na inovação aberta e na mentoria de empresas. “A inovação aberta diz respeito à estruturação e aplicação de programas com grandes empresas envolvendo startups e universidades; o fomento ao empreendedorismo e à inovação, e o desenvolvimento tecnológico e customizado”, explica Vicente.
O Colmeia visa incrementar e promover conexões entre a comunidade acadêmica e o setor empresarial através da organização de processos e atividades estruturadas na busca objetiva de resultados. “Como o próprio nome diz, ‘Colmeia’ transmite a ideia da junção de vários atores para construir algo em conjunto. Nosso intuito é criar um canal monitorado, permanente e ativo entre universidades e empresas. Precisamos melhorar o diálogo entre essas duas esferas, promovendo a aproximação, o convívio e novas experiências. Buscamos manter um radar ativo e receptivo”, afirma Carvalho.
Fazem parte do Colmeia todas as universidades vinculadas ao Parque Tecnológico de São José dos Campos (residentes e/ou parceiras). Ao todo, nove universidades estão cadastradas: Unifesp, ITA, FGV, Unesp, Fatec, Cité (Universidade Anhembi Morumbi), IFSP, Faculdade Santo Antônio e Univesp. Entre os projetos desenvolvidos com a Unifesp, estão Mentorias Pipe, Plataforma Iasmin FAPESP e aulas online.
O público-alvo são estudantes de graduação e de pós-graduação. Segundo Carvalho, aproximadamente sete mil pessoas já foram impactadas pelo projeto desde a sua criação.
A atuação do Colmeia se dá por meio do monitoramento, proposição e gestão compartilhada de novos projetos; qualificação avançada (cursos atuais e/ou novos cursos sob demanda); geração e percepção de geração de valor através do conhecimento aplicado; divulgação, atração e promoção das conexões entre empresas e interuniversidades; identificação e facilitação da criação de novas startups e promoção de inovações tecnológicas e modelos de negócio.
As atividades incluem eventos com empresas e universidades, mesas temáticas, palestras com agências de fomento e monitorias de projetos. A estruturação de projetos é feita por meio de parcerias com agências de fomento e reguladoras, incentivos fiscais e capital privado. Alguns exemplos são a Toyota Mobility Foundation, a University of Pennsylvania, a Embrapii e a Finep. Uma das iniciativas foi a Academia de Projetos, um programa criado para qualificar projetos submetidos ao primeiro edital do convênio entre o Sebrae-SP e a Fapesp. O curso foi ministrado para 60 empresas de base tecnológica e teve duração total de 12 horas. Após isso, 20 empresas foram selecionadas para receber mentorias customizadas sobre a proposta do projeto e mais três horas individuais com mentores. “Em setembro de 2021, por meio da Academia de Projetos, 1/4 dos projetos aprovados no Estado vieram da parceria entre o Parque Tecnológico e a Unifesp. Projetos esses que estão na base de R＄ 1 milhão cada um. A Unifesp é, sem dúvida, a universidade mais conectada com o Colmeia atualmente”, destaca Carvalho.
Para ele, as principais contribuições do Colmeia para a sociedade estão na geração de emprego e renda, no aumento da conexão entre universidades e empresas, na promoção do desenvolvimento econômico e no progresso da posição do Brasil no ranking global de inovação. “Ainda existe um distanciamento muito grande entre o ‘dialeto’ da academia e o da empresa no país. Precisamos articular esses dois mundos. É raro encontrar no Brasil uma iniciativa como essa, em que as empresas podem expor suas demandas às universidades. Sem dúvida, é uma referência no país”, considera Carvalho.
Para saber mais sobre o projeto existem dois emails’s disponíveis para contato com Arlindo Conceição e Amanda Souza. Mais informações podem ser encontradas ainda na página do Escritório de Projetos do Parque Tecnológico de São José dos Campos.
