São José realiza Fórum de Desenvolvimento Econômico Sustentável

O Fórum traz para São José dos Campos um modelo de governança contemporâneo, que já ocorre em algumas cidades do país e do mundo. (Foto: Beto Faria/PMSJC)
O Fórum traz para São José dos Campos um modelo de governança contemporâneo, que já ocorre em algumas cidades do país e do mundo. (Foto: Beto Faria/PMSJC)

Mais de 100 pessoas, entre autoridades e empresários, participaram do Fórum de Desenvolvimento Econômico Sustentável, realizado na tarde dessa quarta-feira (16) no campus da Univap Urbanova. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Prefeitura e o IPPLAN (Instituto de Pesquisa, Administração e Planejamento).

O fórum debateu com especialistas as tendências para as cidades em 2030. “O Fórum almeja ser um instrumento para trabalhar o planejamento estratégico de São José dos Campos para os 15 ou 20 próximos anos. É fundamental que toda a sociedade, e não apenas o poder público, participe deste processo, pois o futuro tem que ser construído de forma coletiva”, afirmou Célio Chaves, diretor do IPPLAN.

O prefeito foi representado pelo secretário de Planejamento Urbano. “Gostaria de salientar a importância desse evento que busca traçar cenários futuros para o município”, disse.

O Fórum trouxe três palestrantes. O professor de relações internacionais Giovanni Okado, apresentou os resultados de um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) intitulado: ‘Megatendências Mundiais 2030’. “Identificamos 28 megatendências mundiais, que dividimos em cinco dimensões: população e sociedade, geopolítica, ciência e tecnologia, economia e meio ambiente. No campo da ciência e tecnologia, destacamos a aceleração do desenvolvimento tecnológico multidisciplinar, com aplicações cada vez mais integradas e um impacto cada vez maior na vida das pessoas”, frisou.

O segundo palestrante, o premiado arquiteto Guto Requena, especialista em cibercultura e design, concorda com esta visão. “Somos a primeira geração de ciborgues da história. O homem está cada vez mais maquinizado. Tecnologias como olhos biônicos e pernas mecânicas estão cada vez mais integradas ao nosso corpo. O telefone celular se tornou uma verdadeira extensão do nosso braço. Enquanto isso, as máquinas estão ficando mais humanizadas, com interfaces mais amigáveis”, discursou.

Na opinião do especialista, o futuro será desmaterializado e ‘desterritorializado’. “Com o crescimento populacional, principalmente nos centros urbanos, e a escassez de recursos naturais, não será viável insistirmos na lógica do hiperconsumismo. Além disso, é notável a evolução do conceito de lar entre as novas gerações. As pessoas ocupam mais as ruas, viajam mais”, analisou.

“A cidade do futuro será das pessoas. A população já está se reapoderando do espaço público, a exemplo do que acontece na Avenida Paulista, em São Paulo. Conceitos como economia compartilhada e gestão coletiva têm que ser incentivados”, finalizou o arquiteto.

O terceiro palestrante, o economista Ladislau Dowbor, que realizou missões pelas Nações Unidas na China, na Nicarágua e em diversos países da África, também compartilha este ideal.

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“O modelo baseado no enriquecimento individual está ultrapassado. Muitos países, como o Canadá e a Suécia, já estão privilegiando o bem estar social. O futuro é a inclusão social de todos através do acesso aos principais bens coletivos, como a saúde e a educação”, afirmou.

O Fórum traz para São José dos Campos um modelo de governança contemporâneo, que já ocorre em algumas cidades do país e do mundo, cujo objetivo é a construção coletiva de propostas para o desenvolvimento limpo e criativo, envolvendo os diversos setores da sociedade e o governo na busca da melhoria de vida para toda a população.

“O que fazemos no presente é que determina nosso futuro. Nosso crescimento tecnológico é motivo de orgulho, mas não podemos descuidar dos outros aspectos que definem a qualidade de vida”, ressaltou Jair Cândido de Melo, reitor da Univap.

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