Vale do Paraíba tem atrativos ligados à cultura afro

A região está na 2ª edição do guia turístico Afroturismo SP, lançada na última semana

Procissão de Iemanjá
Procissão de Iemanjá (foto: Richard Aldrin)

O que Caçapava, São José dos Campos, São Luís do Paraitinga, Taubaté e Tremembé têm em comum? Além de terem atrativos históricos e gastronômicos, os municípios também valorizam a cultura negra e fazem parte da 2ª edição do guia Afroturismo SP, lançado em novembro deste ano. A lista completa de municípios está disponível neste link.

A nova edição do guia amplia significativamente o mapeamento já existente de roteiros de afroturismo em São Paulo, lançado com 10 indicações no ano passado. Agora, reúne 27 municípios organizados entre roteiros, atrativos turísticos e festividades. O guia é uma iniciativa da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) para promover o afroturismo paulista.

“Com esta entrega, a Setur-SP reafirma seu compromisso em fortalecer políticas públicas que promovam inclusão, representatividade e valorização da cultura afro-brasileira, posicionando o estado de São Paulo como referência nacional no desenvolvimento do afroturismo”, disse Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens.

Em Caçapava, há o Pé de Manga: Casa de Cultura e Afeto, localizada no coração da Germana. O projeto surgiu do desejo de Talits Domingos, produtora cultural, ter um espaço na zona rural de Caçapava, com fácil acesso para os turistas e moradores da região, para que possam se desligar das preocupações do dia a dia em um ambiente minimalista, porém acolhedor e repleto de informações, ações e atividades. Junto a Eduardo, artista multicultural, e Ana, engenheira agrônoma, oferecem atividades culturais e de turismo pedagógico, com foco em educação ambiental e resgates cultural e gastronômico. Além disso, os visitantes também podem fazer as oficinas: “Aprenda a dança do Moçambique” – cultura tradicional e “Vivência de danças Moçambicanas” – dança de Moçambique.

Por sua vez, em São José dos Campos há a Rota de Turismo Afrocentrado – Sankofa, que tem como objetivo ser uma ferramenta de valorização e reconhecimento de espaços ligados a história da população negra no município de São José dos Campos. Com atividades de turismo de natureza, ecoturismo e/ou aventura, toda a rota foi desenvolvida para dar visibilidade à cultura afro-brasileira, trazendo a discussão da valorização, dos costumes, do pertencimento, do combate ao racismo, sem esquecer-se de apresentar as artes, a dança, música, religião, literatura e outros.

O nome Sankofa foi escolhido porque é o símbolo de um pássaro africano de duas cabeças: tem uma cabeça voltada para o passado e outra cabeça voltada para o futuro. Segundo a filosofia africana, isso significa voltar ao passado para ressignificar o presente.

Já em São Luís do Paraitinga, existe o Ile Omo Aye, centro de cultura religiosa que oferece atividades culturais, bem como iniciativas de turismo de natureza, ecoturismo e/ou aventura, como caminhadas ecológicas. O local também promove atividades de afroturismo e educação ambiental. Além disso, o Ile Omo Aye realiza receptivo turístico em eventos como Ageum (Culinária de Povos de Terreiros de Religiões de Matriz Africana) e Balaio de Oxum (Caminhada Afrorreligiosa), e promove educação ambiental através da visita monitorada, com atendimento a Escolas (Turismo Pedagógico). Ainda, o centro cultural realiza rodas de conversa e participa de Festivais Culturais da Estância Turística de São Luis do Paraitinga.

Nas cidades de Taubaté e Tremembé passa a Rota da Liberdade. A Rota é composta por roteiros afrocentrados, que também passam por São Paulo, Salto de Pirapora (Quilombo Cafundó), Pindamonhangaba e Ubatuba (Quilombo da Fazenda). Os roteiros oferecem experiências que mostram a gastronomia, história e cultura afro-brasileira do Estado de São Paulo, atendendo escolas, corporativo, 60+ e grupos em geral. A Rota da Liberdade é liderada por Solange Barbosa, CEO e fundadora da iniciativa.

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