FC Porto segue para os “oitavos” da Taça de Portugal e faz bom ensaio para a Liga Europa com o Nice

Triunfo tranquilo dos dragões sobre o Sintrense (3-0) com dois golos monumentais, o primeiro da autoria do espanhol Borja Sainz, a que se seguiu uma obra de arte do genial Rodrigo Mora

A equipa do FC Porto, com algumas alterações, venceu categoricamente o Sintrense Foto FC Porto

A equipa portista venceu sem grandes dificuldades o Sintrense, a militar no Campeonato de Portugal, equivalente à quarta divisão do futebol luso, seguindo tranquilamente para a próxima fase da segunda maior prova de clubes, aquela que é justamente considerada a grande festa do futebol.

Numa noite muito fria, aos mais de 30 mil espectadores que acorreram ao Estádio do Dragão foi servido um “aperitivo” para o que aí vem, pois já na próxima quinta-feira os dragões recebem os franceses do Nice para a Liga Europa. Curiosamente, o próximo adversário dos azuis e brancos tinha há dois anos como treinador Francesco Farioli, agora ao leme do principal conjunto da cidade do Porto. Os gauleses, vindos de uma pesada derrota no seu reduto (5-1) com o Marselha, seguem na nona posição da Ligue 1, a 13 pontos do líder PSG.

Numa análise global à partida do Dragão, pode dizer-se que o FC Porto venceu o seu adversário por três golos sem resposta, como poderiam ter sido quatro, cinco ou mais. A diferença de ritmo e de qualidade entre as duas formações é de tal ordem, que só uma enorme surpresa – a Taça de Portugal é pródiga em resultados impensáveis – podia afastar os portistas da competição.

O jogo foi de sentido único durante os 90 minutos, com os comandados de Farioli a criarem inúeras oportunidades de golo, contra nenhuma do Sintrense. O técnico italiano deixou algumas das suas “pérolas” de fora, logicamente a pensar na partida da Liga Europa com o Nice, mexendo em todos os setores. No centro da defesa pontificaram o dominicano Pablo Rosario e o croata Dominik Prpic, descansando os titularíssimos polacos Jan Bednarek, a contas com uma pequena lesão, e Jakub Kiwior.

Já na zona intermediária o canadiano Stephen Eustáquio foi o escolhido para substituir o cerebral dinamarquês Victor Froholdt – a recuperar de um ligeiro traumatismo sofrido num joelho ao serviço da sua seleção -, enquanto que o ataque manteve o perfil tradicional, com o espanhol Samu Aghehowa na posição de homem mais adiantado, a que se juntaram, nas extremidades, o seu compatriota Borja Sainz e o internacional brasileiro Pepê.

O turco Deniz Gull (direita) apontou o segundo golo pleno de oportunidade à boca da baliza. Martin Fernandes tem vindo a impor-se no setor defensivo muito à custa da sua polivalência. (Fotos FC Porto)

Golaços do outro mundo no regresso de Luuk de Jong

O primeiro golo portista surgiu aos 25 minutos por Borja Sainz ao desferir uma autêntica bomba de fora da área na sequência de um canto apontado por Gabri Veiga, que ainda teve intervenção de Pablo Rosário. Mas o melhor ficou mesmo reservado para a segunda parte da partida, com o internacional turco Deniz Gull, pleno de oportunidade, a apontar o segundo tento, aos 70 minutos, ao aproveitar uma defesa incompleta do guardião do Sintrense. E o grande golo da noite surgiu dos pés do genial Rodrigo Mora, que recebeu a bola à entrada da área e desferiu um vistoso remate em arco só ao alcance dos grandes prodígios. Mora é um desses magos da bola, tal como o brasileiro William Gomes, que também brilhou a partir da sua entrada em campo aos 60 minutos. Saliência ainda para a entrada do Luuk de Jong após dois meses de paragem devido a lesão, com o atacante neerlandês a mostrar que também poder ser uma boa “dor de cabeça” nas escolhas do técnico portista.

Francesco Farioli (treinador do FC Porto): “Abordámos o jogo com um ritmo muito bom. A bola andou sempre na velocidade certa. Estou feliz por termos de volta o Luuk de Jong após muito tempo e pelo desempenho da equipa. O adversário preparou muito bem o jogo. Queriam ter densidade na defesa. Nós conseguimos encontrar o melhor momento para entrar. Tentámos desbloquear o jogo da maneira que queríamos. Um jogo que podia ter ficado difícil e, talvez, aborrecido, acabou por ser um jogo entusiasmante.”

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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