FC Porto sofre primeira derrota da época diante do Nothing Forest (2-0) com exibição sofrível

Desaire dos dragões em Inglaterra para a Liga Europa acontece ao fim de um ciclo triunfal de 12 jogos, apenas com um empate, diante dos Tricky Trees, que levavam uma dezena de partidas sem conhecer o sabor do triunfo

O dominicano Pablo Rosario surgiu com alguma surpresa no lugar do espanhol Gabri Veiga Foto FC Porto
Alan Varela bem tentou levar os companheiros para a frente e o dominicano Pablo Rosario (direita) surgiu com alguma surpresa no lugar do espanhol Gabri Veiga. (Fotos: FC Porto)

O pior FC Porto da temporada marcou presença no City Ground, em Nothing, na partida da terceira jornada da fase regular da Liga Europa. A passagem à fase grupo da competição não ficou ameaçada, mas a exibição dos dragões deixou bastante a desejar, em nítido contraste com o que tem feito. O Nothing Forest, clube adquirido em 2017 pelo empresário grego Evangelos Marinakis, que estreou o terceiro treinador da época, o inglês Sean Dyche, já não vencia há uma dezena de jogos.

O feito do conjunto britânico acabou por ser conseguido através da marcação de duas grandes penalidades indiscutíveis, mas os portistas exibiram um futebol sofrível. Naturalmente que o adversário tem potencial para fazer mais e melhor, como deixou bem claro, mas não era aguardado que a equipa do FC Porto se colocasse tanto a jeito. Contudo, este é um daqueles desaires que até pode servir de lição para os comandados de Francesco Farioli, pois as ambições europeias mantêm-se intactas.

Sem encontrar soluções para formar um bloco sólido que lhe permitisse chegar com êxito à área adversária, o FC Porto sofreu desde cedo as investidas da aguerrida formação do Nothing Forest. Com o médio criativo espanhol Gabri Veiga no banco, normalmente titular, por troca com o dominicano Pablo Rosario, jogador de características defensivas, a primeira indicação que ficou à vista foi a de que Farioli sabia bem o que contava.

O conjunto inglês foi mais pressionante e rápido sobre a bola a jogar a toda a largura do terreno, com as três setas da frente – o suíço Ndoye e os ingleses Gibbs-White e Hudson-Odoi – bem apontadas à baliza do português Diogo Costa. O guardião portista foi colocado à prova à passagem do 15º minuto, ao defender um remate de Odoi que levava o carimbo de golo, assistido pelo ucraniano Zinchenko, para poucos minutos depois o Nothing Forest inaugurar o marcador. O polaco Jan Bednarek viu a bola bater-lhe no braço e o árbitro não teve dúvidas ao apontar de imediato para a marca de grande penalidade, com Gibbs-White a não perdoar ao aproveitar a soberana ocasião.

Os adeptos portistas, em bom número representados em Nothing, apoiaram sempre a sua equipa Foto FC Porto
Os adeptos portistas, em bom número representados em Nothing, apoiaram sempre a sua equipa. (Foto: FC Porto)

Estrela do craque William Gomes não brilhou

Se em toda a primeira parte o FC Porto pouco fez para chegar ao golo, exceção feita a um remate mais intencional do médio argentino Alan Varela, o segundo período continuou a ser ingrato para as cores azuis e brancas. A tripla substituição operada pelo técnico Farioli aos 58 minutos não alterou em nada o sistema tático utilizado até então. Pelo contrário, serviu até para abrir algumas brechas no reduto defensivo dos dragões, permitindo ao conjunto da cidade de Nothing acercar-se com mais perigo da baliza contrária. Sempre que o extremo William Gomes vai a jogo esperam-se golos de antologia, mas desta feita o futebolista brasileiro não foi capaz de mostrar os seus atributos. O cenário também não era o mais perfeito, pois o FC Porto nunca conseguiu uma superioridade que lhe permitisse chegar com perigo à baliza defendida pelo belga Matz Sels.

E foi de novo na transformação de uma grande penalidade que o Nothing Forest chegou ao golo da tranquilidade, aos 75 minutos, depois de uma falta cometida dentro da área pelo lateral Martim Fernandes, que havia entrado para o lugar de Francisco Moura. Uma falta desnecessária e evitável, que depois de passar pelo crivo do vídeo-árbitro, foi sancionada com o castigo máximo, convertido pelo atacante brasileiro Igor Jesus, suplente utilizado no decorrer da segunda parte do encontro. O FC Porto somou a sua primeira derrota da época, bem como a oportunidade de vencer um encontro em Inglaterra para as competições europeias, o que nunca conseguiu ao longo do seu historial.

Viktor Froholdt não foi tão influente como é habitual no jovem dinamarquês
Viktor Froholdt não foi tão influente como é habitual no jovem dinamarquês. No final do jogo, o guardião português Diogo Costa agradeceu o apoio dos adeptos. (Foto: FC Porto)

Francesco Farioli (treinador do FC Porto): “Não foi o resultado que queríamos. Sofremos de dois penáltis e mais nada. O adversário tem muita qualidade. Gerimos bastante bem, grande atitude e excelente espírito. Saímos de cabeça erguida. Vamos para casa com um resultado que não queríamos. Fizemos o que queríamos, mas falhou-nos presença na área contrária. Ainda assim, defendemos bem. Defrontámos uma equipa da Premier League, que tem excelentes individualidades. Merecíamos algo mais”.

Vaz Mendes
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.

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