AIAB recebe comitiva da Alada em visitas a empresas do setor espacial em São José dos Campos

O encontro foi marcado por um debate produtivo e construtivo, que permitiu esclarecer dúvidas sobre o papel e as áreas de atuação da Alada.

O encontro foi marcado por um debate produtivo e construtivo, que permitiu esclarecer dúvidas sobre o papel e as áreas de atuação da Alada.
O encontro foi marcado por um debate produtivo e construtivo, que permitiu esclarecer dúvidas sobre o papel e as áreas de atuação da Alada. (Foto: Divulgação)

Nos dias 9 e 10 de outubro, a Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil (Alada) cumpriu sua primeira agenda oficial junto à Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) e suas empresas associadas, em São José dos Campos (SP)

A comitiva da Alada foi composta pelo diretor de Projetos e Negócios, Brigadeiro do Ar Paulo Ricardo da Silva Mendes, e pelos assessores para implantação da empresa, Coronel Aviador Paulo Henrique dos Santos Costa (relações com o mercado e marketing) e Tenente-Coronel Aviador Daniel Simões Ferry (projetos).

Durante os dois dias de atividades, o grupo visitou as empresas Mac Jee, Visiona, Orbital, Cenic e Fibraforte, em um roteiro que incluiu apresentações institucionais da Alada e das associadas da AIAB, bem como visitas técnicas às empresas que lideram os principais desenvolvimentos de projetos estratégicos atualmente em andamento com recursos de subvenção econômica do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

O encontro foi marcado por um debate produtivo e construtivo, que permitiu esclarecer dúvidas sobre o papel e as áreas de atuação da Alada.

Segundo Júlio Shidara, presidente da AIAB, os representantes da empresa pública deixaram claro que a Alada chega para complementar e fortalecer a indústria nacional, e não para competir com ela.

“Nossa expectativa é que complementariedade, convergência e sinergia sejam alguns dos aspectos que caracterizem a atuação da Alada em prol do Programa Espacial Brasileiro (PEB)”, destacou Shidara.

Os representantes da Alada puderam conhecer resultados técnicos concretos já alcançados pela indústria espacial brasileira em projetos de grande relevância nacional, como o SatVHR, o MLBR e o RATO -evidenciando a capacidade e a competência do setor.

“Foi uma surpresa grande e positiva constatar os muitos resultados concretos já alcançados pela indústria espacial brasileira em projetos tão relevantes para o futuro do PEB. Eles apenas atestam quão acertada foi a decisão do Governo Federal em contemplar a indústria com os maiores contratos de subvenção econômica da história da FINEP”, afirmou o presidente da AIAB.

Shidara também destacou que a sustentabilidade da indústria espacial brasileira depende da continuidade dos contratos, com a efetiva contratação dos produtos e soluções resultantes dos desenvolvimentos em curso.

“Nenhuma indústria sobrevive apenas de desenvolvimentos e a indústria espacial não é exceção à regra. É preciso haver contratação para que os projetos transformem-se em capacidade produtiva e aumentem, efetivamente, a autonomia tecnológica brasileira no estratégico setor espacial. A Embraer não seria o que é hoje sem as contratações que se seguiram a cada desenvolvimento que a empresa realizou para a FAB”, completou.

Durante a programação, foram identificadas novas oportunidades de parceria e cooperação, além da apresentação de demandas da indústria à Alada, com destaque para temas como a facilitação da exportação de produtos aeroespaciais e a contratação pelo Estado dos resultados de projetos estratégicos.

RATO-14X: é um dos projetos de veículos lançadores de maior destaque e impacto para o Programa Espacial Brasileiro hoje. O projeto permitirá validar em voo ao mesmo tempo a aeronave scramjet 14-X, parte do programa PROPHIPER de tecnologias hipersônicas, e o motor foguete S-50 na sua versão guiada, que é a base para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM-1). Os projetos 14-X e VLM-1 são dois dos mais estratégicos para a Força Aérea Brasileira em tecnologias de acesso ao espaço. O RATO-14X possui 14 m de comprimento por 1,5 m de diâmetro, e cerca de 15 tons ao total, sendo capaz de atingir 8 vezes a velocidade do som (Mach 8) dentro da atmosfera. Quando pronto, será o maior foguete privado já feito no país.

SatVHR: satélite de observação da Terra de alta resolução (0.75 m) construído pela indústria nacional. Os equipamentos e sistemas mais estratégicos, como o projeto do sistema, os software de bordo e solo, sistemas de potência e painéis solares, câmera de alta resolução, propulsão, antenas, computador de bordo, rádios definidos por software, criptografia e estrutura mecânica, estão sendo desenvolvidos no Brasil por empresas locais. Trata-se de um projeto inovador e inédito no cenário espacial nacional onde a alta tecnologia vem em auxílio às necessidades do país em termos de monitoramento de seu território, proteção ambiental, agronegócio e comunicação de dados.

MLBR: projeto cujo objetivo é dotar o Brasil de capacidade própria para desenvolver e operar lançadores de satélites, com engenharia de projeto genuinamente brasileira. O desenvolvimento tem apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) do Comando da Aeronáutica, ao qual está vinculado o Centro de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, de onde o MLBR deverá ser lançado. O MLBR terá capacidade para colocação de até 40 kg de carga útil em órbita baixa terrestre. Seu lançamento ocorrerá através de uma plataforma especialmente projetada, que permitirá orientação tanto horizontal (azimute) quanto vertical (elevação), definida conforme a trajetória planejada. Seu peso total no lançamento será de aproximadamente 12 toneladas, com cerca de 85% desse total sendo de combustível.

Ao final das visitas, os representantes da Alada agradeceram pela receptividade e ressaltaram o potencial de colaboração e sinergia entre a empresa pública e o setor industrial.

“A capacidade, o comprometimento e a engenhosidade do profissional brasileiro farão valer cada real investido no setor espacial, gerando soluções nacionais para necessidades nacionais, com desenvolvimento tecnológico, econômico e social”, concluiu Shidara.

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