
O projeto “Valorização dos Catadores na Agenda Climática: Protagonismo e Participação em Pindamonhangaba” é uma iniciativa da Cooperativa Recicla Vida em parceria com o Instituto Sabiá. A ação conta com o incentivo do Fundo Casa Socioambiental, por meio da chamada de projetos “Fortalecendo o Protagonismo Local na Agenda Climática”, que apoia iniciativas de incidência e produção de conhecimento voltadas para a COP 30 e outros espaços de debate socioambiental.
Compõe o Programa Mov.Cicla e visa estimular debates sobre mudanças climáticas e políticas públicas ambientais locais e garantir a escuta generosa de catadores de materiais recicláveis para complementar o Plano Local de Ação Climática (PLAC) publicado pelo município de Pindamonhangaba (SP) em 2025, trazendo recomendações baseadas na realidade dos territórios vulnerabilizados.
Com duração de cinco meses, o projeto será desenvolvido no bairro do Feital, com estímulo à participação de catadores deste e de outros bairros nos arredores como Cidade Nova, Jardim Eloyna e Maricá; áreas marcadas por vulnerabilidade social e desafios ambientais. A proposta prevê a realização de encontros para compor um diagnóstico participativo sobre os impactos das mudanças climáticas na realidade dos catadores, atividades de educação ambiental com crianças e a produção de um relatório e vídeo-síntese com recomendações para o poder público.
“Nosso trabalho sempre foi essencial, mas quase nunca é escutado. Agora vamos poder mostrar como a crise climática também atinge quem coleta e recicla o que a cidade descarta”, afirma Maria Odila Roque, representante da Cooperativa Recicla Vida.
A ação foi idealizada por Larissa Néri, Julia Trommer e Ana Clara Cândido, ambientalistas locais, e recebe resguardo técnico-pedagógico e operacional do Instituto Sabiá, organização parceira que atua na mediação do processo. A entrega pública do relatório do diagnóstico será realizada em sessão na Câmara Municipal de Pindamonhangaba, com o objetivo de incidir diretamente sobre a implementação da Política Local de Ação Climática (PLAC) e do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS).
Para além da coleta de dados, o projeto visa fortalecer a identidade coletiva dos catadores como agentes ambientais, promover o reconhecimento institucional de seu trabalho e contribuir para políticas públicas mais inclusivas, eficazes e justas.