
O Google anunciou nesta quinta-feira, 21, algumas das iniciativas que tem empreendido para tentar reduzir o impacto ambiental do Gemini, sua IA que funciona como um chatbot. De acordo com a empresa, a cada pergunta (comando) inserida na plataforma aproximadamente cinco gotas de água são gastas ou 0,24 watt-hora (Wh) de energia é consumido – equivalente a ver TV por nove segundos. As informações foram divulgadas em coletiva global, na qual o Estadão esteve presente.
O estudo foi divulgado em uma tentativa de justificar os impactos ambientais que a IA da gigante de buscas tem tido. O crescimento das atividades em IA em diversas empresas do mundo tem criado montanhas de dados e milhares de instalações para processar todas as informações necessárias para alimentar um modelo, que podem consumir milhares de litros de água para resfriamento de data centers, por exemplo.
“A medição detalhada nos permite comparar diferentes modelos de IA, bem como o hardware e a energia que eles utilizam, ao mesmo tempo que possibilita otimizações de eficiência em todo o sistema”, afirmou a empresa, em comunicado.
A pressão para que haja maior transparência sobre o impacto que a IA tem no meio ambiente também gira em torno do gasto de energia e da emissão de carbono, duas variáveis importantes para o ecossistema global e para evitar a deterioração do clima.
Segundo o estudo, além do consumo de água, cada pergunta à IA gera emissão de 0,03 grama de dióxido de carbono (gCO2).
O uso dos recursos naturais, porém, ainda é alto. Em março, o Google anunciou que tem 350 bilhões de usuários mensais no Gemini. Se cada um desses usuários fizer um comando por dia, o total de água gasto no mês será equivalente a 2,7 milhões de litros – o suficiente para suprir a necessidade básica de água de mais de 13,6 mil pessoas por dia.
Em fevereiro deste ano, uma organização com mais de 100 instituições pediu, coletivamente, para que as gigantes de tecnologia reconheçam e montem planos para mitigar o impacto da IA no meio ambiente. Em uma carta, as instituições alertaram para o alto gasto de água e energia, e pediram que as companhias aumentassem a transparência sobre os seus gastos e diminuíssem o uso de recursos.