Empreendedor de São José recebe prêmio internacional do MIT

Lucas Guimarães de São José dos Campos recebeu prêmio do MIT concedido em edições anteriores a nomes como Mark Zuckerberg (Meta) e Larry Page (Google). (Foto: Claudio Vieira/PMSJC)

O empreendedor Lucas Guimarães e Souza, 30 anos, de São José dos Campos, foi um dos vencedores da terceira edição do Innovators Under 35, promovida pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), a mais renomada instituição de ensino em tecnologia do mundo.

Mestre e doutorando pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), Lucas recebeu o prêmio no último dia 14 de agosto, durante o Rio Innovation Week, ao lado de outros 17 jovens brasileiros.

Neste ano, a premiação registrou mais de 3.000 inscrições e destacou iniciativas de jovens empreendedores que desenvolvem soluções capazes de transformar o mercado e a sociedade.

Orgulhoso, Lucas lembra que o reconhecimento é o mesmo já concedido a nomes como Mark Zuckerberg (Meta) e Larry Page (Google), quando ainda eram jovens empreendedores em busca de transformar o mundo.

“Foi uma grande honra receber esse prêmio. Mais do que um título, é um incentivo para continuarmos acreditando que a tecnologia pode transformar realidades e melhorar a vida das pessoas”, disse.

Barco voador na Amazônia

Natural de Manaus, onde cursou engenharia mecânica, Lucas mudou-se para São José dos Campos em 2018 para ingressar no mestrado em engenharia aeronáutica no ITA.

“Tenho raízes amazônicas e entendo que o maior desafio da região é a logística. As cidades não são ligadas por estradas, o transporte aéreo é caro e a população depende basicamente de barcos. Mas são veículos lentos e, em algumas épocas do ano, os rios ficam intransitáveis por causa da seca’, explica Lucas.

Com essa realidade em mente, Lucas fundou, ao lado dos empreendedores Felipe Bortolete e Túlio Duarte, a AeroRiver, startup sediada em São José dos Campos que desenvolve o Volitan, uma solução inédita para a mobilidade na Amazônia.

Apelidado de “barco voador”, o Volitan se desloca a cerca de 5 metros da superfície, aproveitando o efeito solo — fenômeno aerodinâmico que reduz a resistência do ar e aumenta a eficiência do voo. A proposta é integrar comunidades isoladas, oferecendo transporte rápido, seguro e sustentável.

O veículo tem capacidade para 10 passageiros ou uma tonelada de carga, pode atingir até 150 km/h e operar durante todo o ano, inclusive no período de seca, quando outros meios de transporte enfrentam dificuldades. Essa versatilidade garante acesso contínuo a serviços essenciais, como saúde e educação.

Do ponto de vista ambiental, o Volitan também representa um avanço: emite até 40% menos CO₂ do que aeronaves convencionais e dispensa a abertura de estradas, contribuindo para a preservação da floresta e para o combate às mudanças climáticas.

Com o protótipo funcional já desenvolvido e apoio de programas como o FINEP Aviação Sustentável, a AeroRiver avança para a construção do modelo em escala real, com previsão de início das operações comerciais em 2026.

“Estamos desenvolvendo o primeiro protótipo e acreditamos que será possível produzir em escala. Embora o projeto atenda principalmente à região amazônica, vamos manter nossa planta em São José dos Campos, que é nossa maior referência em tecnologia aeronáutica”, afirmou.

Botão Voltar ao topo