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Tarifaço de Trump afeta fabricantes de motocicletas no Brasil

As motos e seus respectivos componentes não entraram nas exceções do tarifaço assinado há duas semanas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Linha de produção de motos no Brasil
Linha de produção de motos no Brasil. (Foto: CNI/José Paulo Lacerda/Direitos reservados)

O aumento das tarifas de importação anunciado pelos Estados Unidos também irá impactar as fabricantes brasileiras de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus. As motos e seus respectivos componentes não entraram nas exceções do tarifaço assinado há duas semanas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Portanto, desde a quarta-feira passada (6), a tarifa de importação americana para o produto motocicleta será de 50%, confirma a Abraciclo, associação das fabricantes do setor.

Os EUA são o terceiro maior destino das motos exportadas pelo Brasil. De acordo com as fabricantes, 3,7 mil unidades foram enviadas para lá no primeiro semestre deste ano. À frente dos EUA vêm Argentina (7,7 mil unidades) e Colômbia (4,1 mil). Embora o total exportados para os Estados Unidos seja baixo, o volume representou 18% das motos exportadas pelo País neste ano. Os modelos exportados são, predominantemente, motos off-road, segundo a dados da Abraciclo, que representa as empresas do setor.

Além do tarifaço de Trump atingir as motos exportadas, existe a preocupação de uma retaliação do governo brasileiro. Isso porque algumas associadas da Abraciclo importam componentes dos Estados Unidos para a produção.

De acordo com fontes ligadas à Honda, a marca importa algumas peças utilizadas na produção dos quadriciclos Four Trax TRX 420. Não há, porém, até o momento, sinais de que o governo Lula irá aumentar as tarifas de produtos importados dos Estados Unidos, abrindo assim uma guerra comercial com Trump.

MENOR COMPETITIVIDADE

Como já havia diversos contratos de compra assinados, o tarifaço não deve atingir tanto o mercado de motos de imediato. Ainda segundo a Abraciclo, porém, “a decisão pode reduzir a competitividade de exportação da motocicleta produzida no Brasil, pois o produto tende a ficar mais caro para o consumidor”.

Embora o volume de exportação não seja expressivo quando comparado à produção anual das fabricantes de motocicletas em Manaus, a medida causa preocupação ao setor. Em entrevista à Times Brasil, o presidente da associação, Marcos Bento, ressaltou a relevância do mercado norte-americano para a estratégia de expansão internacional da indústria de motos.

Ainda de acordo com o executivo, a Abraciclo mantém as projeções para o ano. A entidade projeta produzir cerca de 1,9 milhão de unidades até o final de 2025, ou seja, um crescimento de 7,5% em relação ao ano passado. Já as exportações devem ter alta de 6% e chegar a 36 mil unidades.

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