Exército leva saúde a regiões isoladas do Brasil com mais de 70 mil atendimentos em 2025

Com atuação em áreas remotas, como São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga, Exército leva saúde e cidadania a comunidades indígenas e ribeirinhas

De partos a cirurgias, de aplicação de vacinas ao tratamento de doenças tropicais, o Exército tem sido, em muitos lugares, a presença mais significativa do Estado.(Foto: Agência Verde-Oliva / Exército Brasileiro)

No interior da Amazônia, onde a necessidade de atendimento sanitário é fundamental, os profissionais de saúde do Exército Brasileiro atuam com dedicação, preparo e coragem dentro de cenários desafiadores, entre rios, matas fechadas e comunidades indígenas isoladas.

Nesta semana, o Dia Nacional da Saúde reacende os holofotes sobre um trabalho silencioso, mas de alcance imenso: mais de 70 mil atendimentos foram realizados apenas entre janeiro e julho deste ano por unidades de saúde militares vinculadas ao Comando Militar da Amazônia (CMA). De partos a cirurgias, de aplicação de vacinas ao tratamento de doenças tropicais, o Exército tem sido, em muitos lugares, a presença mais significativa do Estado.

No Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira (AM), situado em uma das regiões mais remotas do país, mais de 800 partos foram realizados em 2024 sendo 96% em mulheres indígenas. A cidade, que abriga mais de 55 mil habitantes e 23 etnias, depende integralmente da estrutura mantida pelo Exército para atendimento clínico, cirúrgico e de emergência. Em um ano, a mortalidade infantil caiu pela metade, graças as ações desses militares.

No Alto Solimões, o Hospital de Guarnição de Tabatinga (HGuT) também representa esperança. Com mais de 24 mil atendimentos apenas no primeiro semestre de 2025, a unidade atende civis e militares em uma região de fronteira com Peru e Colômbia, onde vivem cerca de 262 mil pessoas, muitas das quais pertencentes a etnias indígenas. Especialidades como ginecologia, cardiologia, ortopedia, psicologia e nutrição estão entre os serviços oferecidos para a rede pública local.

Militar do Exército realizando atendimento. (Foto: Divulgação/EB)

A força dessa atuação vai além dos hospitais. Nas comunidades ribeirinhas atendidas pela 16ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM), mais de 16 mil atendimentos foram realizados por meio de Ações Cívico-Sociais (ACISO). Equipes médicas se deslocam por dias em embarcações para levar consultas, vacinas, medicamentos e orientações básicas a famílias que vivem às margens dos rios Solimões e Japurá. O cenário se repete em aldeias da fronteira com a Venezuela e a Guiana, onde a 1ª Brigada de Infantaria de Selva atua em áreas como Pacaraima, Auaris, Surucucu e Uiramutã. Ali, cada atendimento é uma vitória contra o isolamento.

No norte do país, o Comando Militar do Norte (CMN) também tem ampliado sua presença por meio de ações de saúde em áreas remotas. Durante a Operação Ágata, militares do Exército prestaram assistência em regiões de difícil acesso como a Terra Indígena Tiriós, acessada somente por via aérea, e a localidade de Aramirã, no interior da Terra Indígena Waiãpi. Nessas comunidades, foram realizados mais de dois mil atendimentos médicos, odontológicos e de enfermagem, além de coleta para exame preventivo, pré-natal, vacinação, atendimento psicológico, fisioterapia e serviço social. Viaturas adaptadas e apoio da aviação do Exército permitiram o transporte de pessoal e materiais essenciais.

A presença do Exército reduziu filas em locais como o distrito de Vila Brasil (Oiapoque), e, nas Terras Indígenas, levou atendimento a populações que, muitas vezes, nunca haviam sido alcançadas por serviços especializados. Equipes compostas por cerca de 80 profissionais — entre militares e civis — levaram cidadania e saúde onde o acesso é desafiador. Para cada operação de patrulhamento ou controle de vias, o planejamento já inclui ações de saúde, otimizando os meios e garantindo o atendimento das populações locais.

Esses números são sustentados por profissionais militares altamente capacitados, alguns deles recém-saídos da Escola de Saúde do Exército ou ingressos por meio do Serviço Militar Temporários e selecionados durante o Serviço Militar Inicial. Eles encaram não só as adversidades logísticas da selva, como também o desafio humano de atuar em culturas diversas, com respeito e sensibilidade. Além do atendimento clínico, realizam ainda ações de prevenção, educação em saúde, vacinação em massa e acompanhamento de doenças endêmicas como a malária.

A missão de atendimento sanitário é coordenada pela Diretoria de Saúde do Exército (DSau), que estabelece diretrizes nacionais para as Organizações Militares de Saúde e garante que o Sistema de Saúde do Exército (SSEx) funcione em todos os níveis — do atendimento primário às intervenções hospitalares de média e alta complexidade. A DSau conduz projetos de modernização e ampliação do acesso, mantendo a prontidão operacional das tropas e o compromisso com o bem-estar da família militar.

E é por intermédio dos Comandos Militares da Amazônia e do Norte, através de suas Brigadas, Batalhões e Pelotões Especiais, que são planejados e executados todos os apoios necessários para que as localidades mais longínquas e de difíceis acessos recebam a assistência de saúde necessária na vastidão da Amazônia.

Neste Dia Nacional da Saúde, o Exército Brasileiro homenageia todos os profissionais de saúde que, de forma silenciosa, têm se dedicado a salvar vidas e famílias inteiras promovendo o bem-estar com o único ideal de amor ao próximo. A esses profissionais, a melhor e mais vibrante continência em reconhecimento a todo esforço e dedicação ao país.

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