
O Estádio do Algarve recebeu o primeiro encontro oficial da temporada 2025/26, partida em que anualmente se defrontam o vencedor da Liga Portugal (Sporting) e o vencedor da Taça de Portugal, no caso o outro finalista da prova, o Benfica, pois foi a equipa de Alvalade que levou o troféu para casa. Um ano em cheio para os leões, que fizeram a chamada dobradinha, com o goleador Vilktor Gyokeres em foco, agora ao serviço do Arsenal, de Londres, depois da tão badalada novela de verão. O sueco acabou mesmo por ser o grande “ausente” deste jogo, tão falado tem sido pela desfeita que fez ao clube que serviu durante duas temporadas. O Sporting vai ter mesmo de se habituar a viver sem aquele que foi o seu grande “abono de família”. Do outro lado, Pavlidis não faltou à chamada e o golo do grego fez a festa do Benfica na noite tropical do Algarve.
Se o treinador do Sporting Rui Borges optou por armar uma formação sem qualquer mexida, optando por fazer alinhar de início apenas jogadores que transitaram da época passada, já Bruno Lage não se coibiu em lançar alguns reforços. Foram os casos do lateral bósnio Amar Dedíc, do colombiano Richard Ríos e do argentino Enzo Barrenechea. Numa primeira análise, tratam-se de elementos que vêm acrescentar algo de diferente, especialmente Ríos, o antigo craque do Palmeiras, futebolista com um toque de bola primoroso. O jovem sul-americano controla bem os espaços e tem o condão de serenar o jogo naqueles momentos em que é necessário um maior discernimento.

Apesar de, globalmente, o Benfica ter sido melhor do que o seu adversário, o certo é que no primeiro período o Sporting teve ligeiro ascendente. Pertenceu-lhe mesmo primeiro grande momento do jogo, logo aos 5 minutos, que por alguns segundos levou ao êxtase os adeptos leoninos: o capitão de equipa Morten Hjulmand lançou primorosamente o seu compatriota Conrad Harder, que arrancou um cruzamento para o “golo” de Pedro Gonçalves. Consultado o vídeoárbitro, Harder foi apanhado em posição irregular por uns escasso 28 centímetros. Refira-se a propósito que Hjulmand é agora a figura maior do Sporting, um papel que pertencia por direito a Gyokeres. Os italianos da Juventus continuam interessados no talentoso jogador, mas para tal têm mesmo de bater 80 milhões de euros, valor da cláusula de rescisão do talentoso médio dinamarquês.
Várias mexidas e nervos à flor da pele
Já o dissemos, esta final não teve grandes motivos de interesse, pois primou pela ausência de jogadas de perigo em ambas as balizas. Um ou outro remate mais intencional disfarçou carências de início de temporada – o Benfica esteve no Mundial de Clubes dos Estados Unidos e tem duas semanas de trabalho -, valendo o golo de Pavlidis, aos 50 minutos, ao aproveitar um mau alívio do lateral uruguaio Maxi Araújo. Mesmo assim, o dianteiro grego acabou por beneficiar ainda da defesa incompleta do guardião leonino Rui Silva.
A partir daí o Sporting tentou exercer uma pressão mais alta, mas o jogo entrou numa fase muito feia, obrigando o árbitro a fazer valer a sua autoridade. Os cartões amarelos surgiram por diversas ocasiões a castigar entradas à margem das leis, à mistura com cartões vermelhos para elementos das equipas técnicas por protestos inadequados, assim como um da mesma cor ao futebolista neerlandês dos leões Jeremiah St. Juste, não utilizado, por idênticos motivos. Aquele que é considerado o dérbi eterno acabou por ter alguns momentos de emoção, ainda que pelos piores motivos.
Rui Borges (treinador do Sporting): “Fiquei muito convencido com o que a equipa foi capaz de fazer ao longo de 90 minutos, mas o Benfica teve a sorte do jogo. Fomos claramente superiores em todos os momentos. Não entrámos tão bem nos primeiros 15 minutos da segunda parte e o Benfica acabou por ser feliz, numa perda de bola nossa, um passe falhado em zonas interiores e acabámos por sair prejudicados.”

Bruno Lage (treinador do Benfica): “Somos justos vencedores. Após 15 dias, a equipa conseguiu fazer bom jogo. A primeira parte foi equilibrada, tivemos mais bola, em alguns momentos podíamos ter mais ligações, mas isso é reflexo da falta de treino. Houve jogadores que chegaram recentemente, um deles chegou e já comemorou com os colegas. Na segunda parte entrámos muito fortes, pois falámos e corrigimos. Pedi para estarmos mais próximos da bola, ter mais posse. E sinto que somos justos vencedores.”
