
Certamente você já deve ter visto posts que citam: 20 motivos para você não escalar; 10 motivos para não correr; ou ainda, os perigos do ciclismo.
Então, prepare-se, pois de maneira bem simples, vou te convencer a aderir a pelo menos uma dessas atividades físicas.
Pedalar é, para mim, muito mais do que uma atividade física. É parte da minha vida, do meu equilíbrio, da minha felicidade.
Há 10 anos, o ciclismo me acompanha, seja de mountain bike, seja de speed. Sem gastar uma gota de combustível, ele me leva por caminhos que transformam meu corpo, minha mente e meu jeito de ver o mundo.
Já perdi as contas dos kms e das memórias que ganhei até aqui.
Desde que nasci, moro no Vale do Paraíba, uma região privilegiada, com paisagens deslumbrantes, estradas de asfalto e de terra que desenham roteiros incríveis entre montanhas, rios e cidades históricas.

Na infância, a bicicleta de rodinha era para brincar na rua, mais tarde, a bicicleta de cestinha era para ir à escola e à datilografia (sim, sou antiga, fiz datilografia- rsrsrs).
Fato é que, em 2015, resolvi voltar a pedalar, pois mudei de trabalho e passei a atuar mais próxima de casa. Os pedais aos fins de semana e até noturnos viraram rotina.
E mesmo que parecessem ser só mais um dos “giros”, como nos referimos aos pedais, pedalar, para mim, é sempre uma redescoberta. A cada curva, uma nova vista, uma nova sensação, um novo aprendizado.
Nesses anos, não foram só as estradas da minha terra que marcaram minha trajetória.
Em 2018, na nossa primeira viagem à Europa, o Luis Flávio e eu levamos as bikes e vivemos a experiência de pedalar nas Dolomitas e Pisa, na Itália, em Silvaplana, na Suíça e até na divisa com a França, na comuna italiana Coumayer.
Além das paisagens de tirar o fôlego, o que mais nos chamou atenção foi o respeito dos motoristas. Lá, o ciclista é visto como parte do trânsito, com direito a espaço, segurança e incentivo.

Um contraste com o que vivemos no Brasil, onde, apesar das belezas, o ciclista ainda pedala com receio: buracos, motoristas imprudentes, medo de assalto. Por isso, muitas vezes, optamos por andar em grupo. É mais seguro e também mais divertido.

Dentre outras aventuras, além dos pedais habituais de fim de semana, participei, em 2019, da Prova do Ravelli, em Delfinópolis, na Serra da Canastra, Minas Gerais. Também percorri o tradicional Caminho da Fé, saindo de Águas da Prata, em São Paulo, passando por Minas Gerais e chegando a Aparecida (SP), após 320 km por estradas tão bonitas quanto íngremes. https://liliandepaulajornalista.blogspot.com/2021/08/o-olhar-de-uma-jornalista-no-caminho-da.html
Com o tempo, fui percebendo que o pedal imita a vida com perfeição.

Tem dia que você encara uma subida daquelas que parece impossível. Acha que não vai dar conta. Mas segue, no seu ritmo, respirando fundo, e de repente: você termina. E o que vem depois? Aquele alívio. A descida, o vento no rosto, a sensação de ter vencido. A vida é assim. A gente sobe, desanima, respira, supera e desce sorrindo, mais forte.
E a gente por aqui, de maneira mais amadora, tenta imitar o que os atletas dessa modalidade, que começou como esporte e atividade recreativa, no século XIX, fazem com maestria, seja nas competições nacionais mais famosas pelo Brasil como o L’étape Brasil ou o Giro d’Itália Ride Like a Pro e até pelo mundo.
Se você está pensando em começar a pedalar ou a praticar alguma atividade física, não deixe para amanhã. Porque mexer o corpo transforma muito mais do que o físico. É um bem-estar íntimo, uma alegria que nasce de dentro. É também sobre relacionamento, sobre amigos, sobre se alegrar com a superação do outro, vibrar junto. E, sem perceber, você vai subindo nos pódios da vida, aqueles que não têm troféus, mas marcam para sempre.
Se precisar de alguma dica sobre giros, trilhas ou equipamentos, deixo aqui meu perfil no Strava e me coloco à disposição.
Posso indicar bicicletas para quem está começando, bons mecânicos em Guaratinguetá, Potim, Aparecida — e, se você for de Taubaté ou Pindamonhangaba, também temos contatos por lá.
Calendário de provas de bike: https://www.lvciclismo.com.br/calendario.asp
O que importa é te ver pedalando. Ganhando quilômetros na estrada, memórias na bagagem — e descobrindo, a cada giro, o quanto a vida é mais bonita quando a gente escolhe movê-la com as próprias pernas.
