É a novela do momento no futebol português. O melhor marcador da Liga Portugal e um dos melhores da Europa não compareceu na Academia Cristiano Ronaldo, em Alcochete, para se juntar aos seus companheiros que viajaram para o Algarve, onde a equipa leonina vai cumprir o habitual estágio de pré-época. A história já vai longa e ambas as partes têm puxado dos galões, ou seja, Gyokeres garante que o presidente leonino disse que o deixava sair para o Arsenal, da Premier League de Inglaterra, por um valor abaixo da cláusula de 100 milhões de euros, mas Varandas, mesmo tendo cedido, não aceita o negócio com o emblema inglês.
Aliás, as mensagens e conversas entre ambos têm sido bastante violentas, pois o jogador sueco garante que tinha a promessa de que podia deixar o Sporting, rumo ao Arsenal, por uma quantia a rondar os 60 milhões de euros, mais 10 por objetivos. Contudo, o presidente dos leões nega esse acordo, aceitando apenas libertar Gyokeres por 80 milhões de euros. O Arsenal subiu a parada, mas não está na disposição de ceder às exigências leoninas, podendo até descartar a contratação do possante futebolista sueco, de 27 anos, caso a situação não se resolva nos próximos dias ou mesmo horas. Como se costuma dizer, o caldo está entornado e não se vislumbra uma saída para o caso, pois as duas partes estão extremadas.
Craque sueco quebra o silêncio ao L´Équipe
Numa entrevista concedida ao prestigiado jornal francês L´Équipe, apenas divulgada neste sábado na sua totalidade – dia em que o sueco se devia apresentar ao trabalho -, não há matéria muito polémica, para lá de o jogador voltar a manifestar o interesse em abandonar o Sporting, depois da sua passagem pelo Coventry City, da segunda divisão inglesa (Championship). “Foi a primeira vez que estive fora de casa, descobrindo uma cultura diferente, tudo era novo. Eu não estava jogando, ou jogava apenas na ponta esquerda. Tive minutos na Copa da Inglaterra e na Copa da Liga, mas não fui bom o suficiente para me destacar. Gostaria de jogar na Premier League. Seria uma grande vingança. O que conquistei, posso fazer em qualquer outro lugar”, recordou o jogador, que no Sporting, pela mão do técnico Rúben Amorim, saiu, de certa forma, do anonimato.
E a verdade é que o jogador acredita muito no que pode fazer na Premier League, depois de em Portugal ter apontado 97 golos em 102 jogos disputados, para além das inúmeras assistências. “Estou na mesma mesa que os melhores atacantes do mundo. É difícil me classificar, mas sim, sou um deles”, disse o futebolista, que, na primeira parte da entrevista, há dias tornada pública, se desfez em elogios ao seu anterior técnico, entretanto transferido no início da época passada para o Manchester United. Aliás, o emblema de Londres não estará completamente descartado, caso as negociações com o Arsenal sejam frustradas. Naturalmente que a situação não será a mais desejável para o jogador, pois os “red devils” nem sequer estarão presentes nas competições europeias na próxima época, mas uma coisa parece certa: o Sporting nunca mais.
Aguardam-se, pois, as cenas dos próximos capítulos, pois da parte do clube de Alvalade ainda não houve uma declaração oficial. Ou há entendimento entre ambas as partes, ou Gyokeres poderá ser alvo de um processo disciplinar e de uma pesada multa, pois a sua não comparência ao trabalho é o mesmo que dizer que se encontra em greve. O presidente Frederico Varandas, na defesa dos interesses do clube, por certo que não vai ter contemplações e agirá com mão pesada. Que fará Gyokeres? Aguardemos.
Varandas anuncia sanções ao jogador
Entretanto, o presidente Frederico Varandas já reagiu à ausência ao trabalho de Viktor Gyokeres, tendo anunciado que o jogador será alvo de um processo disciplinar. “Se os génios que estão a delinear esta estratégia acham que isto me pressiona para facilitar a saída, não só estão completamente errados como ainda estão a tornar mais complicadas as condições de saída do jogador. Ninguém está acima dos interesses do clube. Seja ele quem for. Estamos tranquilos. Tudo se resolve com o fecho de mercado, uma multa pesada e um pedido de desculpas ao grupo”, disse à Agência Lusa o máximo responsável pelo Sporting.
É jornalista, natural da cidade do Porto, Portugal. Iniciou sua carreira na Gazeta dos Desportos, tendo depois passado pelo Record, Jornal de Notícias e Comércio do Porto, jornais de referência em Portugal. Participou da cobertura de múltiplos eventos nacionais e internacionais (Futebol, Basquetebol, Andebol, Ciclismo e Hóquei em Patins). Foi coordenador redatorial do FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica). É responsável pelas redes sociais de equipes de ciclismo e dirigente desportivo em uma associação de Ciclismo. É colaborador do PortalR3, publicando textos escritos em português de Portugal.
