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São Sebastião: Capelas caiçaras e patrimônio cultural recebem visita técnica da Fundass

(Foto: Divulgação/PMSS)

A equipe técnica da Fundação Educacional e Cultural ‘Deodato Sant’Anna’ (Fundass) realizou, na segunda-feira (26/5), uma visita a importantes patrimônios culturais localizados na Costa Sul de São Sebastião.

O roteiro incluiu a Toca do Bicho, na Praia do Guaecá, além de diversas capelas caiçaras protegidas pela Lei Municipal nº 943/1994, nos bairros de Maresias, Paúba, Toque-Toque Grande e Toque-Toque Pequeno.

As construções remontam ao início do século XX, resultado do esforço das comunidades tradicionais que, antes da chegada do turismo, erguiam esses espaços de fé em mutirões comunitários.

As capelas, caracterizadas pela simplicidade arquitetônica, possuem fachadas em azul e branco — cores que homenageiam Nossa Senhora da Conceição. O branco simboliza a pureza, e o azul, o céu, em referência à padroeira como Rainha dos Céus.

“A arquitetura das capelas caiçaras não remonta ao período colonial, mas ao início do século XX, quando São Sebastião vivia um período de isolamento econômico após o declínio das culturas da cana-de-açúcar e do café. Nessas vilas, os caiçaras se reuniam em mutirão para construir seus espaços de fé”, explica a arquiteta e museóloga Fernanda Palumbo.

Capelas caiçaras de Maresias

Dedicada a São Benedito e Sant’Anna, a capela de Maresias não tem data exata de fundação, mas sua torre foi erguida pela comunidade em 1956. Passou por uma reforma e ampliação em 1993. A outra capela visitada no bairro fica dentro do cemitério local.

Capela de Paúba e Rancho de Pesca

Em Paúba, a visita incluiu a capela dedicada à Nossa Senhora Imaculada Conceição, construída por volta de 1940, com esforços da comunidade e do construtor Sebastião Izidoro. A capela foi, por décadas, centro das manifestações culturais da comunidade, como festas religiosas, procissões e folias de reis.

O grupo também visitou o rancho de pesca do bairro, onde são preservadas técnicas tradicionais do trançado das redes e a pesca artesanal.

Capela de Toque-Toque Pequeno

A primeira versão da capela de Toque-Toque Pequeno, também dedicada à Nossa Senhora da Imaculada Conceição, foi construída entre as décadas de 1920 e 1930, utilizando a técnica de pau a pique. Posteriormente, em 1932, passou por uma reforma que alterou sua fachada e, mais tarde, foi reconstruída em alvenaria, mantendo características arquitetônicas tradicionais.

Capela de Toque-Toque Grande

Dedicada a Sant’Anna, padroeira local, sua construção também data do início do século XX. Assim como nas outras vilas, a capela ocupa um espaço central no território caiçara, resultado do trabalho coletivo da comunidade, muitas vezes financiado pela venda da pesca.

Toca do Bicho – Praia do Guaecá

A Toca do Bicho, um marco da paisagem local, carrega uma lenda de navegação que remonta aos séculos XV e XVI, período das grandes navegações e da colonização.

Conta a tradição oral que, durante a Guerra dos Tamoios, o padre José de Anchieta partiu de São Vicente rumo a Ubatuba para intermediar um acordo de paz entre os indígenas e os portugueses. Durante a travessia, os marinheiros relataram que precisariam contornar Ilhabela, temendo um monstro marinho que habitava uma caverna na costa — a hoje conhecida Toca do Bicho.

Desafiando os temores, Anchieta teria ordenado que seguissem até o local. Lá, subiu em um cipó, lançou água benta sobre a entrada da caverna e, segundo a lenda, o monstro emergiu, jorrando sangue em direção ao mar, e nunca mais foi visto. Desde então, caiçaras e pescadores dizem que a água que pinga da toca é a própria água benta deixada pelo padre.

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