Ao entrar no mercado de trabalho, o paranaense Michel Rodrigues, de 34 anos, escolheu a área de tecnologia da informação. Mas, depois de passar a virada do ano de 2013 para 2014 no emprego, devido a um problema no servidor do hospital onde trabalhava, decidiu mudar de área.
Na época, Michel foi convidado pelo pai, Vilmar Rodrigues, de 56, para trabalhar com a técnica de “martelinho de ouro” na Vilmartelinho, oficina da família em Cascavel (PR). O choque entre a experiência do pai e a tentativa de inovação do filho se tornou um desafio para os empreendedores.
Aos poucos, contudo, a dupla se adaptou à nova dinâmica do negócio e, hoje, tem clientes até na Austrália e fatura R$ 50 mil por mês.
Nascido e criado em Cascavel, no interior do Paraná, o primeiro emprego de Michel foi como ajudante na pizzaria de um tio, ainda na adolescência. Por influência da mãe, na mesma época, ele fez um curso básico de informática e gostou da área de tecnologia e foi trabalhar num hospital.
Para ajudar o filho a mudar de profissão, Vilmar convidou Michel para trabalhar com martelinho de ouro – técnica artesanal usada para desamassar carros – na Vilmartelinho, fundada em 2009.
“Eu fiquei com receio, porque sabia que era algo que não adiantava fazer um curso, precisava de experiência”, conta. Ele decidiu pedir demissão do hospital e aproveitar os seis meses em que receberia seguro-desemprego para se arriscar na nova profissão.
Aos poucos, os dois encontraram um jeito de administrar a Vilmartelinho em equipe. “Ele entendeu que a mão de obra era a mesma, mas os equipamentos não precisavam ser. Conseguimos juntar a experiência com a inovação”, comenta.
Michel começou a trabalhar com carros atingidos por eventos climáticos extremos em 2016, ao ser contratado para restaurar veículos danificados por uma tempestade de granizo em Rio Claro (SP). Três anos depois, ele participou de uma operação em Sydney, na Austrália, para recuperar 3.000 automóveis afetados pelo mesmo fenômeno.
NEGÓCIO PROMISSOR
O consultor de negócios do Sebrae-SP Reginaldo Oliveira diz que o crescimento do número de veículos em circulação torna o setor automotivo promissor para quem quer empreender.
Ele explica que as oportunidades aparecem tanto para negócios de reparos, já que os contratempos no trânsito são mais frequentes, quanto para empresas voltadas à manutenção e à limpeza, porque as demandas são recorrentes: “Serviços como martelinho de ouro possuem um alto valor percebido, uma vez que o cliente está disposto a pagar mais por qualidade e capricho.”