
A primeira grande frente fria do ano deverá atingir a região Sudeste com força nos próximos dias, com impacto mais severo no Litoral Norte de São Paulo. De acordo com análises feitas no Geopixel Monitor — ferramenta de monitoramento climático desenvolvida pela Geopixel — a passagem de um sistema frontal trará chuvas moderadas a fortes, generalizadas e persistentes, especialmente entre a tarde de sexta-feira (4) e a manhã de sábado (5).
Os dados dos modelos meteorológicos GFS e WRF, modelos de previsão do tempo que fornecem informações sobre chuva, temperatura, vento, umidade e outros parâmetros, indicam volumes expressivos de chuva no período: cerca de 100 mm em São Sebastião, 150 mm em Caraguatatuba e até 250 mm em Ubatuba. Em áreas de relevo mais acentuado da Serra do Mar, o acumulado pode ser ainda maior, aumentando o risco de deslizamentos e alagamentos.
Segundo o doutor em Sensoriamento Remoto e especialista no monitoramento de eventos ambientais extremos da Geopixel, João dos Reis, o Geopixel Monitor permite não apenas a previsão de onde e quando devem ocorrer os maiores volumes de chuva, mas também o monitoramento em tempo real, com base em dados de observação. “Com esses alertas, a Defesa Civil e órgãos de resposta podem agir de forma mais precisa e ágil, antecipando medidas preventivas, como remoção de pessoas em áreas de risco, alerta à população e mobilização de equipes”, explica João.
Como funciona o Monitor
O Geopixel Monitor é uma plataforma que realiza a coleta de dados hidrometeorológicos, analisa e emite alertas em tempo real, para subsidiar a tomada de decisão pela Prefeitura e Defesa Civil. Ele coleta diversos dados, como de modelos de previsão e observação de chuvas, radares meteorológicos, além da rede de pluviômetros automáticos disponíveis no Brasil, disponibilizados por diversas instituições nacionais e internacionais. Por meio do cruzamento destes dados com mapeamento de áreas de riscos e de vulnerabilidade, o sistema gera alertas automáticos quando identificar situações críticas, além de fornecer uma interface de monitoramento com layout amigável e aplicativo mobile para gestão das ocorrências.
“De acordo com a necessidade da cidade que contrata o serviço e a parametrização que fazemos, é possível inclusive determinar diferentes níveis de alertas, de pessoas ou grupos que precisam receber essas informações de acordo com a gravidade da situação. Por exemplo, a partir de um volume de chuvas o alerta vai para a Defesa Civil, em um segundo nível para secretários municiais e prefeitos”, explica Manoel Ortiz, vice-presidente da Geopixel.
Para o CEO e fundador da Geopixel, Fernando Leonardi, uma das principais contribuições deste tipo de solução é permitir a coleta, integração e análise de dados geoespaciais em tempo hábil para a tomada de decisões, proporcionando uma visão mais abrangente e estratégica, bem como aumentando a segurança da população.
A solução permite a integração com outras ferramentas da Geopixel, como a ferramenta de monitoramento da alteração de uso e ocupação do solo, feita por meio de imagens de satélite que tem uma precisão de aproximadamente 25 cm e permite, por meio das imagens em intervalos predeterminados, identificar ocupações irregulares em áreas de risco, alterações de construção, supressão de vegetação, entre outras alterações que somadas às mudanças climáticas, podem oferecer risco para a população.
O Geopixel Monitor também pode ser aplicado no monitoramento de regiões afetadas por ondas de calor e seca, ajudando na prevenção de queimadas e incêndios florestais, e gerando alertas de pequenos focos de fogo, permitindo assim uma rápida ação e um menor dano ambiental e econômico.
Segundo o vice-presidente da Geopixel, Manoel Ortiz, o sistema se baseia em modelos matemáticos que cruzam informações de mais de 20 satélites que monitoram queimadas, direção dos ventos, umidade do ar, a umidade próxima ao solo e da camada florestal, criando previsões que podem ser aplicadas na prevenção e controle de queimadas florestais, de cana de açúcar, dentre outros.