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Brasil mostra potencial de crescimento no Mundial de Budapeste

A marcha atlética, com o bronze de Caio Bonfim nos 20 km e a quarta colocação de Viviane Lyra nos 35 km, foi o destaque do grupo de provas do atletismo, que teve ainda posições importantes em finais nos 400 m com barreiras, peso e dardo; equipe fechou em 22º no Placing Table da World Athletics

(Foto: Divulgação/CBAt)

O Campeonato Mundial de Atletismo de Budapeste, na Hungria, terminou no domingo (27), com as disputas das últimas provas do programa horário da competição, que reuniu 2.000 atletas de 200 países.

O grande destaque da equipe brasileira, sem dúvida, foi a marcha atlética, com a medalha de bronze de Caio Bonfim nos 20 km e o quarto lugar da Viviane Lyra, nos 35 km – ambos com recordes brasileiros.

Viviane ainda foi a oitava nos 20 km, um prêmio para uma atleta que teve uma hepatite em junho. Caio Bonfim terminou em 10º lugar, com 2:27:45, nos 35 km da marcha atlética.

Tanto Caio como Viviane integram o Programa de Preparação Olímpica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e também o programa de atletas de alto rendimento da Aeronáutica.

O presidente do Conselho de Administração da CBAt, Wlamir Motta Campos, Chefe de Equipe da seleção brasileira em Budapeste, elogiou o desempenho da marcha e de outros grupos de provas.

“Tivemos bons resultados em vários grupos de provas, além da marcha, que foi muito bem. Podemos destacar os oitavos lugares de Darlan Romani, no arremesso do peso, e de Jucilene Sales de Lima, no lançamento do dardo”, lembrou Wlamir. Observou também que se Darlan Romani tivesse arremessado na final o mesmo que na qualificação (22,37 m) seria medalha de prata.

Outro resultado importante foi alcançado por Alison dos Santos, o Piu, que ficou em quinto lugar na final dos 400 m com barreiras, com 48:10, depois de ser campeão no Mundial do Oregon-2022.

“O Piu fui um gigante, sabemos que ele é um dos melhores atletas do mundo e que voltará a brilhar”, comentou Wlamir.

“Devemos celebrar muito a recuperação dele depois da cirurgia no joelho e de participar deste Mundial em altíssimo nível.” Da mesma forma que Darlan, se Piu tivesse repetido o tempo da semifinal (47.38) na decisão teria ido para o pódio.

Quem foi bem também foi o jovem Renan Gallina, que demonstrou que muito em breve estará brilhando na categoria adulta. Aos 19 anos, disputou a semifinal dos 200 m, uma prova muito competitiva em termos mundiais.

O revezamento masculino do 4×100 m acabou desqualificado na final do Campeonato Mundial, no sábado (26/8), mas deixou sinais importantes de evolução. “O 4×100 m masculino voltou a ter um programa especial por meio da parceria da CBAt com o COB.

Contratamos um coordenador técnico, realizamos dois campings pré-mundial, um no Brasil e um na Europa. Chegamos à final, sabemos que podemos mais, porém acreditamos no processo”, disse Wlamir.

O Brasil nunca teve um time tão rápido – Erik Cardoso, Felipe Bardi, Jorge Vides, Paulo André Camilo, Renan Gallina e Rodrigo do Nascimento foram os convocados – para um trabalho que visa ainda os Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, em outubro e novembro, e a Olimpíada de Paris-2024. “Hoje contamos com grupo de seis atletas extremamente velozes. Seguiremos treinando para chegarmos fortes.”, observou Wlamir.

Outra sinalização positiva foi no meio fundo, com a paranaense Flávia Maria de Lima, disputando a semifinal dos 800 m no Mundial, alcançado o melhor tempo da temporada na qualificação e na semifinal.

Já a catarinense Letícia Oro Melo, bronze no Mundial do Oregon-2022, mais uma vez se classificou para a final do Mundial – pode ter resultados, numa temporada mais tranquila e sem contusão.

Na Placing Table da World Athletics, por países, o Brasil aparece em 22º lugar entre 70 equipes que marcaram pontos, as que tiveram atletas nas oito primeiras posições nas provas de pista ou de rua. O Brasil somou 18 pontos. “Viemos com uma delegação com 55 atletas.

Asseguramos a vinda de todos os atletas elegíveis e demos condições de brilharem no Mundial. Estou feliz por figurarmos entre os melhores do mundo, destacando que o evento contou com 200 países. O Mundial teve um nível altíssimo, como realmente deve ser”, frisou Wlamir.

A CBAt continuará o trabalho em busca da evolução em todos os grupos de provas. “Os investimentos estão sendo feitos e assegurados, destacando o programa Seleção Permanente, em que investimos em atletas e treinadores, sempre baseados em critérios objetivos, que respeitam os resultados dos atletas”, acentuou Wlamir.

O chefe de Delegação do Brasil neste Mundial esteve presente em todas as provas com a presença de brasileiros, nos nove dias de competições, inclusive nas disputas em circuitos de rua, como na marcha e maratona que tiveram largada e chegada na Praça dos Heróis. “Estou muito cansado, participei também das reuniões da World Athletics. Mas honrei a minha missão”

Outro fator relevante do Brasil em Budapeste foi ter contato com uma ótima equipe médica, assegurando a integridade física e a recuperação dos atletas. “Foi fundamental.

Os termômetros chegaram todos os dias aos 34 graus, e no sábado aos 35”, comentou Wlamir. A organização chegou a decretar “bandeira preta” em função de condições extremas do clima e a mudar horários do programa de provas por causa do calor.

Os Números

Medalha
Caio Bonfim – Bronze nos 20 km marcha atlética (1:17.47, recorde brasileiro)
16ª medalha do Brasil em Mundiais

Top 8 na pista ou em provas de rua
Caio Bonfim – 3º na marcha atlética 20 km (1:17.47, recorde brasileiro)
Viviane Lyra – 4ª nos 35 km marcha atlética (2:44.40, recorde brasileiro)
Alison dos Santos – 5º nos 400 m com barreiras (48.10 na final, 47.38 na semifinal)
Viviane Lyra – 8º lugar nos 20 km marcha atlética (1:28.36, índice para Paris-2024)
Darlan Romani – 8º no arremesso do peso (21,25 m)
Jucilene Sales de Lima – 8ª no lançamento do dardo (60,34 m)
(OBS: Revezamento 4×100 m masculino avançou entre os oito, mas foi desclassificado na final)

Nas finais
Letícia Oro Melo – 12º lugar no salto em distância
Alison dos Santos – 5º nos 400 m com barreiras
Darlan Romani – 8º no arremesso do peso (21,25 m)
Jucilene Sales de Lima – 8ª no lançamento do dardo (60,34 m)

Nas semifinais
Renan Gallina – 200 m (15º)
Flávia Maria de Lima – 800 m (17º)
Eduardo de Deus – 110 m com barreiras (18º)
Rafael Pereira – 110 m com barreiras (19º)

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