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Brasil rompe barreira dos 10 segundos nos 100 m com Erik Cardoso

O recorde anterior, de 10.00, era de Róbson Caetano da Silva, desde julho de 1988, marca obtida na Cidade do México.

Erik quebrou o recorde brasileiro e Asinga Issamade, do Suriname, o recorde mundial sub-20. (Foto: CBAT)

Enfim o dia histórico chegou. Depois de 35 anos, o recorde brasileiro e sul-americano dos 100 m, na categoria masculina, foi batido nesta sexta-feira (28/7), durante o primeiro dia de disputas no Campeonato Sul-Americano Adulto de Atletismo, realizado no Estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo. E a glória de comemorar o recorde brasileiro coube ao paulista Erik Cardoso com a marca de 9.97 (0.8).

O recorde anterior, de 10.00, era de Róbson Caetano da Silva, desde julho de 1988, marca obtida na Cidade do México. Nesta sexta-feira, o fenômeno Asinga Issamade, do Suriname, de 18 anos, venceu os 100 m com 9.89 (0.8), para tornar-se o novo recordista sul-americano e também mundial sub-20 da distância. O paulista Erik Cardoso, por seu lado, correu 9.97, para tornar-se o primeiro atleta brasileiro a fazer abaixo dos 10 segundos na história. O colombiano Ronal Longa Mosquero ficou em terceiro lugar, com 9.99, seguido de Paulo André Camilo de Oliveira, quarto colocado, com 10.03 em uma prova eletrizante.

Tanto Erik como Ronal e Asinga deixaram a pista qualificados para o Mundial de Atletismo de Budapeste, na Hungria, de 19 a 27 de agosto, e para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.

Foi uma prova realmente excepcional. “Fiz o meu melhor e estou muito feliz”, disse Asinga, muito simpático e alegre na conversa com a imprensa logo após a prova. “Sabia que o resultado iria sair, que era questão de tempo”, comentou o melhor corredor colegial da história dos Estados Unidos, que escolheu defender o Suriname.

Na verdade, a maior festa foi feita por Erik Cardoso, abraçado por seus companheiros do SESI-SP, por todos os velocistas do Brasil que estavam no Centro Olímpico, pelo próprio Robson Caetano e pelos adversários, todos emocionados também com a comemoração do público. “Correr abaixo dos 10 segundos era meu objetivo. Só tenho de agradecer a Deus e a Nossa Senhora. Estava me sentindo bem, treinando bem durante toda a semana”, lembrou o velocista, que havia corrido os 100 m duas vezes em 10.01.

Erik, que é treinado por Darci Ferreira da Silva, recebeu o carinho primeiro de seu companheiro de clube Felipe Bardi dos Santos e depois a reverência de Paulo André Camilo, que fez questão de tirá-lo da conversa com a imprensa para comemorar o resultado. “Correr em casa e ter o apoio dos amigos é muito especial. Você sempre sente um frio na barriga. Competi bem no momento certo e o resultado saiu. Saí focado na minha raia, mas ter o atleta do Suriname do meu lado me ajudou também.”

O velocista espera ganhar dois dias de folga após a disputa do revezamento 4×100 m, marcado para às 16:20 deste sábado. “Agora é continuar treinando forte e com foco no Mundial”, completou o paulista de Piracicaba, de 23 anos.

Paulo André, que teve uma torcida particular no estádio, classificou a prova de muito forte. “Dois recordes históricos quebrados. É um momento muito especial. Estou feliz também porque consegui o segundo melhor resultado na minha carreira, depois de ficar um ano e meio afastado”, disse o hexacampeão brasileiro dos 100 m. “Não fiquei surpreso com o desempenho do Erik. Essa marca estava nas pernas dele.”

Nos 100 m feminino, a medalha de ouro foi para Vitória Rosa, com 11.17 (0.7), melhor resultado pessoal do ano (o anterior era de 11.18). “Igualei o recorde da competição e fiquei feliz com a vitória. Foi uma prova forte e a marca mostrou que tenho muito ainda a progredir”, comentou. As equatorianas Ângela Tenório e Aimara Melissa Nazareno ficaram com a prata e o bronze, com 11.30 e 11.38, respectivamente.

A nota triste foi a lesão sofrida por Lorraine Martins na grande final. Qualificada para os 200 m para o Mundial de Budapeste, deixou o estádio de cadeira de rodas, com um desconforto muscular. Ela faria nesta sexta-feira mesmo exames para avaliar a contusão.

ÍNDICE OLÍMPICO – O triplista Almir Cunha dos Santos também teve muito o que comemorar. Almir Jr, como é conhecido, venceu o salto triplo com a marca de 17,24 m, recorde do campeonato, índice para o Mundial e para os Jogos Olímpico de Paris. A marca mínima para o Mundial de Budapeste era de 17,20 m e para a Olimpíada de 17,20 m. Geiner Moreno Chiquillo, da Colômbia, foi o segundo colocado (16,58 m) e Leodan Torrealba Ramos, da Venezulea, o terceiro (16,52 m). “É um começar de novo. Mudei a perna do salto, tive de reaprender a técnica, começando do zero, e agora consigo o índice. Fiquei muito feliz”, disse Almir, que volta a Lisboa, Portugal, para concluir sua preparação ao Mundial de Budapeste.

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