Hospital em São José tem trabalho pioneiro no cuidado paliativo

Equipe multiprofissional AMAE em reunião sobre cuidados paliativos no Hospital Municipal. (Foto: Claudio Vieira/PMSJC)

Falar que um hospital tem tratamento humanizado parece redundância. Mas quando a humanização é praticada e vira procedimento com equipe capacitada para isso, pacientes e famílias têm muitos ganhos.

É o caso da equipe multidisciplinar que atua com cuidados paliativos a pacientes do Hospital Municipal. O trabalho é feito por um time top de linha formado por médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, assistentes sociais, nutricionistas e equipe da farmácia.

Esse time de craques faz parte da AMAE (Atendimento Multiprofissional para Acolhimento Especial), que se dedica a pacientes que têm alta demanda de cuidados ou que têm doenças irreversíveis.

O Hospital Municipal, mantido pela Prefeitura de São José dos Campos e gerenciado pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), foi pioneiro na região na implantação desse tipo de atendimento, em 2012.

Tabus

Aos poucos, o trabalho da AMAE vem tendo maior entendimento por parte das pessoas, apesar de esbarrar em temas considerados tabus.

“No ano passado, ouvimos nos noticiários que o Pelé estava hospitalizado, recebendo cuidados paliativos.

Com isso muitas pessoas começaram a assimilar melhor esse tratamento, que consiste em dar conforto físico e emocional para quem tem doenças graves”, afirmou o fisioterapeuta Lucas Pinto Salles Dias.

O tratamento paliativo é quase um cuidado individualizado do paciente e da família dele e não é somente para doentes em fase terminal.

O cuidado inclui a transição de doentes que recebem alta e passam a ser cuidados em casa pelos familiares, acompanhados pelo Programa de Hospitalização Domiciliar do HM.

“O nosso trabalho tem impacto na vida do paciente, da família dele e na nossa também. Não nos furtamos de sentir tristeza e temos momentos gratificantes. Tudo isso nos faz repensar a vida”, disse a médica Susana Miyahira.

Falando de momentos gratificantes, a equipe já começa a mostrar fotos de pacientes e contar histórias comoventes, quando o HM abriu exceções por boas causas –tem a mãe que conseguiu ir na formatura do filho, o avô internado havia seis meses que recebeu a visita dos netos cheios de saudade, casamentos, aniversários e outras demonstrações de amor e respeito ao paciente.

“Com o nosso convívio com a família, ajudamos inclusive a resolver questões simples que os parentes tenham dificuldade”, disse o psicólogo Willian Ribeiro. Para a fisioterapeuta Kelly Aparecida Viana, a família faz parte do cuidado paliativo.

“A equipe está sempre muito alinhada para ajudar. Criamos uma cumplicidade com os pacientes e com as famílias. É um trabalho que faz todo sentido para nós, afirmou a médica Susana.

Gratidão

Formulários anônimos deixados no HM por pacientes e familiares atestam que essa dedicação é reconhecida.

Nos formulários é possível ver que gratidão é a palavra de ordem. “Temos o coração transbordando de amor e agradecimentos para essa equipe”. “Profissionais extremamente solidários”. Foi de grande ajuda, para paciente e família”, são alguns depoimentos deixados.

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