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Mapa passa a ter estrutura própria para cães farejadores no Aeroporto de Guarulhos

Os cães vão apoiar a fiscalização de produtos de natureza orgânica proibidos de entrarem no país

Quatro baias vão abrigar os cães farejadores que vão apoiar a fiscalização do Mapa (Foto: Ana Maio – SFA-SP)

A partir de agora, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá uma estrutura própria para abrigar cães farejadores dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos, o maior da América Latina. Os cães ajudam na fiscalização de produtos agropecuários em bagagens.

A entrega do canil ocorreu na tarde desta segunda-feira (12), depois de muitos anos de negociação. Na mesma ocasião, foi entregue estrutura idêntica à Receita Federal, compondo dois canis independentes, construídos lado a lado.

Os cães – provavelmente das raças Golden ou Pastor Malinois – já foram treinados em Brasília e, eventualmente, participavam de forças-tarefa no aeroporto. Quando atuavam em Guarulhos, ficavam alojados no canil da Polícia Federal, que cedia a estrutura. Diferentemente dos cães da PF, que apoiam a busca por drogas ilícitas, os cães do Mapa vão auxiliar na fiscalização de produtos de natureza orgânica que chegam de forma irregular no Brasil.

A estrutura inclui um espaço para armazenar insumos, como ração, medicamentos e outros materiais utilizados pelos cães, um tanque de banho para os animais, áreas de soltura e quatro baias. Há também uma área administrativa, onde há uma estação de trabalho para os condutores, copa/cozinha, alojamento, banheiros individuais com chuveiros para que o condutor possa permanecer no local o tempo que for preciso.

“A ideia é receber dois cães. Como as baias precisam ser lavadas e higienizadas diariamente, quando eles forem retirados de uma para a limpeza, eles ocupam a outra”, explicou Sandra Kunieda de Alonso, chefe do Serviço de Vigilância Agropecuária de Guarulhos. A construção seguiu o manual descritivo que traz referências sobre como deve ser o canil. Segundo ela, a obra foi realizada pela GRU Airport, empresa que administra o aeroporto por meio de concessão.

Ainda não há data definida para quando os cães começam a operar. Neste momento, está em andamento a contratação da empresa que prestará assistência veterinária aos animais. “O canil estará prontinho para recebê-los”, afirmou Sandra de Alonso.

Treinamento

O auditor fiscal federal agropecuário Montemar Onishi foi um dos condutores treinados para trabalhar com os cães farejadores do Mapa. “Houve um edital bem específico para seleção interna dos interessados e o treinamento foi superintensivo, durante três semanas, inclusive trabalhando de madrugada e fazendo fiscalização em voos”, relatou.

De acordo com Montemar Onishi, cães farejadores atuam no mundo todo na fiscalização de produtos agropecuários em bagagens. “Era uma ferramenta que faltava aqui. A agropecuária é essencial para a economia do Brasil e o risco de entrar alguma praga, não só da área animal, mas da área vegetal, é grande. São alguns milhares de passageiros chegando todos os dias”, alertou.

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Cão farejador, treinado pelo Ministério da Agricultura (Foto: Divulgação Mapa)

Atualmente, o Mapa já fiscaliza bagagens utilizando outras ferramentas, como raio x, análise do perfil dos passageiros, priorizando a inspeção física das bagagens de voos com maior histórico de ocorrências. Os cães de detecção, com olfato extremamente sensível, reforçam esse trabalho, sendo necessário intervalos para descanso dos animais, conforme o auditor.

O auditor disse que três cães foram treinados pelo Centro Nacional de Cães de Detecção (CNCD) em Brasília e um deles deverá vir para São Paulo. Ele não descarta a possibilidade que, eventualmente, o animal possa atuar também em outros pontos importantes de desembarque internacional, como o Porto de Santos e Viracopos (aeroporto localizado em Campinas).

Acompanharam a entrega a superintendente Federal de Agricultura no Estado de São Paulo, Andréa Figueiredo Procópio de Moura; o diretor do Departamento de Serviços Técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária, José Luís Ravagnani Vargas; o coordenador geral do Vigiagro, Fábio Florêncio Fernandes; o chefe do Serviço de Gestão Regional do Vigiagro da 4ª Região, Celso Gabriel Herrera Nascimento; e Marlene Bichler, chefe substituta da Vigilância Agropecuária de Guarulhos.

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