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Zequinha Barbosa comemora 35 anos do ouro em Indianápolis

José Luiz Barbosa, o Zequinha, comemora nesta terça-feira (8/3) os 35 anos da conquista da medalha de ouro no Campeonato Mundial Indoor de Indianápolis, nos Estados Unidos, em 1987, na prova dos 800 m, com o tempo de 1:47.49. Foi o primeiro título da América Latina na competição.

Zequinha, que hoje trabalha como assistente técnico da equipe de cross country, meio-fundo e fundo da Universidade de Bellevue, em Nebraska, tem muitas recordações de sua primeira grande conquista.

A primeira é que sua participação não estava prevista. Estava no treinamento de base no inverno norte-americano, mas foi convencido pelo treinador Luiz Alberto de Oliveira, falecido em 2021, a competir. “Disse para ele, não estou em forma, mas você é quem manda”, lembrou. Na semifinal, ficou em segundo lugar na segunda série, com 1:50.74, garantindo vaga para a decisão das medalhas.

“Fiquei atrás do holandês Rob Druppers, mas tive de fazer muita força. Tive muitas dores nas pernas. Após a prova fiquei deitado no chão de um banheiro, tentando me recuperar. E o Luiz pediu para eu fazer um trote de 5 km, fisioterapia e muito gelo, depois que me recuperasse. Quando entrei no hotel fiquei numa banheira de água quente. Foi difícil”, disse.

“Para a final, o Luiz me perguntou como eu estava e se disputaria a prova. Disse simplesmente que iria para frente. E tudo deu certo”, recordou. “Na final, fiquei no bloco da frente, tentando não ficar encaixotado. O Druppers e o Stanley Redwine, dos Estados Unidos, atacaram, mas acabei vencendo.”

Zequinha obteve o tempo de 1:47.49, recorde sul-americano da época, seguido do soviético Vladimir Graudyn (1:47.68) e do marroquino Faouzi Lahbi (1:47.79). “A conquista foi importante na minha carreira. No mesmo ano, consegui correr abaixo de 1:44 pela primeira vez e conquistei a medalha de bronze no Mundial de Roma, também de 1987”, comentou, em entrevista feita diretamente do Aeroporto de Las Vegas.

Integrante do Programa Ídolos Loterias Caixa, da CBAt, Zequinha tem ainda a medalha de prata nos 800 m do Mundial de Tóquio-1991, além da prata em Budapeste-1989, também em pista coberta. Disputou os Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984, Seul-1988, Barcelona-1992 e Atlanta-1996, avançando duas vezes para as finais dos 800 m e terminando em quarto lugar na Espanha.

Em toda a carreira, Zequinha correu 38 vezes os 800 m abaixo de 1:45.00, uma façanha e tanto. Em 1991, aos 30 anos, desafiando o calendário, ele conquistou seus melhores resultados. No Mundial de Tóquio, ganhou a medalha de prata. Em Rieti, na Itália, fez 1:43.08, o melhor tempo pessoal e terminou o ano como o número um no Ranking Mundial. Ele ficou entre os 10 melhores do mundo no ranking da antiga IAAF nos 800 m por nove anos consecutivos.

A vida internacional de Zequinha ganhou força em dezembro de 1983, na cidade de Eugene, nos Estados Unidos, quando passou a treinar com Luiz Alberto de Oliveira, ao lado de Joaquim Cruz, que seria campeão olímpico em Los Angeles-1984, e de Agberto Guimarães, bicampeão pan-americano em Caracas-1983.

Nascido na cidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, no dia 24 de junho de 1961, Zequinha está satisfeito com a sua experiência em Bellevue, em Nebraska. A sua equipe conseguiu este ano os melhores resultados de seus oito de história, com três medalhas – uma de ouro, uma de prata e uma de bronze – na final da Conferência Indoor de Atletismo, em Brooking, na Dakota do Sul. “Dos oito atletas, seis fizeram recordes pessoais. Um resultado muito importante para a Universidade”, completou.

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