As escolas municipais de ensino fundamental de São José dos Campos contam com o API (Atendimento Psicopedagógico Institucional), projeto que busca auxiliar, por meio do apoio de professores psicopedagogosos, estudantes que apresentam baixo desempenho escolar, dificuldades ou transtornos de aprendizagem. Durante este ano, mais de 1.300 alunos foram atendidos pelo API.
O trabalho realizado em rede durante todo o ano letivo reflete em melhorias significativas para a aprendizagem dos alunos e vai além, contribuindo para a autoestima, segurança e a formação humana dos estudantes. Fornecendo, ainda, o “Laboratório de Aprendizagem”, ambiente repleto de estímulos com jogos e materiais pedagógicos onde, de forma lúdica e prazerosa, eles desenvolvem habilidades importantes para avançarem na aprendizagem e melhorarem o rendimento em sala de aula.
Sonhos
No Campo dos Alemães, na região sul de São José, alunos como Rodolfo Carlos Valeiro Martins, 13 anos, do 6º ano da Emef Profº Álvaro Gonçalves, reconhecem a importância do API que, além de estimular aprendizado, ajuda a buscar sonhos, como o de ser um jogador de futebol reconhecido no futuro.
“O atendimento aqui na escola é muito bom. Gosto dos jogos com palavras com a professora. Isto ajuda a subir nosso nível na hora de aprender. Quero aprender cada vez mais”, disse Rodolfo.
“Antes, eu tinha dificuldade para ler e escrever. As professoras me ajudaram e hoje eu gosto de ler. Até ganhei um certificado de aluno destaque da escola e fiquei feliz”, completou.
O desenvolvimento do aluno foi acompanhado pela professora de Língua Portuguesa, Meg Salles, e pela equipe e os amigos da escola.
“No início do ano ele era muito tímido, se desenvolveu e hoje expõe suas ideias, participa e foi destaque no trabalho em grupo”, afirmou a professora.
“Trabalhamos com notícias e propaganda social nas aulas de Português, o Rodolfo foi muito bem, participou com interesse, ouviu os amigos e juntos produziram cartazes sobre temas importantes”.
Fran Teles, psicopedagoga do API na escola Álvaro Gonçalves, também destacou a dedicação de Rodolfo.
“Ele é um exemplo de superação, desde o início comprometido e sempre interessado. Com o tempo foi se desenvolvendo, venceu dificuldades, conviveu bem com os colegas e procura sempre mais”, disse Fran.
“As atividades complementares do API e todo trabalho feito em equipe contribuem muito para os alunos, trabalhamos para resgatar o desejo de aprender”, completou.
Futuro
Na região leste, a Emef Profº Hélio Augusto de Souza, no Jardim Valparaíba, também se destaca com ações do API em parceria com professores, equipe gestora, alunos e familiares. Segundo Enzo Marques do Valle de Paula, 11 anos e aluno do 5º ano, é melhor aprender quando se tem ajuda dos professores e jogos.
“Eu tinha dúvidas em interpretação de texto e dificuldade para entender Português e Matemática. A professora Joana me passou atividades que me ajudaram muito, com jogos para concentração e contas para treinar a atenção, o que achei que foi muito bom”.
“Os jogos, as sequências e os exercícios ajudam bastante. O Enzo treinava em casa e nos mandava fotos. Este trabalho feito em parceria dá resultados com a aprendizagem e o desenvolvimento dos nossos alunos”, afirmou a psicopedagoga Joana Jacinto da Silva.
“Gosto de vir para a escola, aqui os professores nos auxiliam, mostram onde erramos, como podemos melhorar e temos nossos amigos. A gente tem os aplicativos para estudar também, como a Plei (Plataforma de Educação Integral) que eu uso bastante, já fiz mais de 19 mil pontos”, disse Enzo.
“A escola vai me ajudar com o sonho que tenho desde pequenininho, que é trabalhar construindo avião no futuro”, completou o aluno.
API
As intervenções psicopedagógicas podem ser diversas e acontecer na aula regular, na recuperação, em família e até com outros especialistas quando necessário.
Segundo a Coordenadoria de Educação Especial da Secretaria de Educação e Cidadania, no período de retorno às aulas presenciais os professores psicopedagogos do API fizeram um levantamento das necessidades de aprendizagem dos estudantes que estavam apresentando extremas dificuldades, planejaram intervenções de forma personalizada e contribuíram com propostas para restabelecer o vínculo positivo com a aprendizagem.