
Pedro Dias, 27 anos, de São José dos Campos, é fotógrafo e designer e durante 2 anos viajou 5 continentes, por meio de trabalhos que encontrava em seu caminho, onde também encontrou a fotografia de pessoas, de gente que também trabalha em vários cantos de diferentes países do nosso planeta. Em Abril deste ano, com os trabalhos cancelados devido à pandemia, confinado em um só lugar e impossibilitado de fotografar gente, Pedro encontrou uma possibilidade de criação e diálogo para sua arte: o edital de prêmio do Itaú Cultural. Utilizando apenas elementos do seu cotidiano, Pedro convidou o público para o espetacular do cotidiano de sua vida a partir da lente da sua câmera.
“Me vi sem gente para fotografar e pela primeira vez saí de trás da câmera e me coloquei em frente à lente. Preciso de gente na foto e foi minha primeira
experiência com a linguagem do autorretrato”, comenta o fotógrafo sobre a produção de seu ensaio “Pedro espera”. “A fotografia é meu diário, principalmente nesta quarentena e nesta série mostro um dia meu em tempos de saudade. As fotos representam a saudade de alguém que está longe, sonhos esquisitos, o forte relacionamento com a luz do sol – momento onde me sinto melhor e único período que posso fotografar – e a necessidade de conviver consigo mesmo.”
A sofisticação do trabalho de Pedro, apresentada através de elementos simples e populares – marca do trabalho do artista – chamou a atenção dos jurados, que reconheceram a arte do jovem autodidata com a premiação e uma publicação do Itaú Cultural.
A crise provocada pela pandemia mobilizou muitas instituições culturais e uma das ações do Itaú Cultural (IC) foi o edital de premiação “Arte como Respiro”, que conforme o site da instituição informa, tem o “objetivo de movimentar a economia criativa de maneira rápida e eficaz em tempos de pandemia mundial de coronavírus”. Somente na divisão de fotografia do edital, foram quase 9.000 inscritos e 60 premiados no Brasil todo. O resultado das premiações está sendo apresentado pela instituição em seu site, que promete uma publicação com os premiados em fotografia para Dezembro deste ano.
Atualmente, Pedro Dias se prepara para iniciar um novo projeto “Trabalhadores Invisíveis”, em parceria com a Professora e Cientista Social Luciana Brauna, que será realizado pelo Fundo Municipal de São José dos Campos. O projeto “Trabalhadores Invisíveis” propõe realizar um registro artístico e memorialístico sobre os trabalhadores essenciais da cidade de São José dos Campos em tempos de pandemia, através de um ensaio fotográfico, uma exposição virtual, e um artigo sobre a temática do projeto.
Serviço:
Festival Arte como Respiro
https://www.itaucultural.org.br/secoes/agenda-cultural/festival-arte-como-respiro