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Caminhos da Fé | Quais são os frutos da Ressurreição?

O domingo, encontro da comunidade. (Foto: Odair Corrêa)

Estamos vivendo com a Igreja este Tempo Pascal, um período litúrgico de cinquenta dias, que vai do domingo de Páscoa até o domingo de Pentecostes, neste ano, de 12 de abril a 31 de maio.

Neste tempo, através das celebrações, da Palavra de Deus e de diversos ritos, a Igreja Católica celebra a centralidade de sua vida que está no Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo.

“Os cinquentas dias […] sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, ‘como um grande Domingo.’” Aqui temos o primeiro fruto da Ressurreição, a constituição do Domingo, como o dia da nova criação, do encontro dos fiéis em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia, para cultivarem a oração, a fraternidade, a fração do pão e sentirem-se motivados a praticar a caridade.

Viver o domingo, como fruto da Ressurreição, é superar o aspecto de que o vivo pelo mero preceito, mas além deste aspecto, aprendemos a ir ao encontro da Comunidade, pois somos uma família, membros do mesmo corpo, filhos e filhas do mesmo Pai. É ter uma motivação, uma alegria e chegando ao Templo, partilhar destes sentimentos que fazem com que a “vida nova” seja perceptível no coração de cada um. Pense nas suas motivações para ir à Igreja e como elas são para sua caminhada um impulso.

No dia da Ressurreição, aprendemos a estar de pé, para acolher o Ressuscitado e a celebrar o anseio pela plenitude da vida. Vivemos uma busca pelas coisas do alto, o céu, o qual poderemos um dia participar eternamente, e nisso o encontro dominical, desperta e alimenta. São Basílio Magno nos afirma: “nem todos conhecem o motivo pelo qual, no primeiro dia da semana recitamos a oração em pé. De fato, não é só porque nós ressuscitamos em Jesus Cristo e porque devemos almejar as realidades celestes, que, no dia da ressurreição, comemoramos a graça que nos foi concedida rezando em pé, mas também, penso eu, esse dia é de algum modo a imagem do dia futuro”. (A BERGANINI, 1994).

Um outro fruto que colhemos deste acontecimento, é o dom a Fé. Aprendemos a crer e a enxergar na pessoa de Jesus, os traços humanos, divinos e acima de tudo, ressuscitado. Eis a novidade, alguém ressuscitar dos mortos. Certamente, o ato de crer naquele acontecimento, foi fruto do Espírito Santo, pois se fossemos pensar a partir da condição puramente humana, diríamos que tudo isso seria impossível ou uma “historinha” qualquer.

“A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo o que nos disse e revelou, e que a santa Igreja nos propõe para crer, porque ele é a própria verdade. Pela fé, o homem livremente se entrega todo a Deus. Por isso, o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus. O justo viverá pela fé (Romanos 1,17). A fé viva age pelo amor (Gálatas 5,6)”. (Catecismo da Igreja Católica, n. 1814).

No Ressuscitado, aprenderemos a propagar o amor, e a não apenas guardar a fé, mas também, professá-la, testemunhá-la com firmeza e difundi-la. (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1816).

As aparições e os encontros com Jesus Cristo, fazem com que as pessoas descubram um novo sentido da vida. Celebremos na Ressurreição, a maturidade de nossa fé cristã.

Um terceiro fruto da Ressurreição, é a vocação missionária. Somos, pela fé, convidados a difundi-la. Encontrar-se verdadeiramente com o Ressuscitado, é acolher esta vocação do “Ide”. Ninguém consegue ficar parado quando faz esta experiência, é praticamente automático, sair e ir contar aos outros o que celebramos com o Ressuscitado. Há ainda, da parte de Jesus, nas suas aparições, o mandato explicito.

A missão, a partir deste grande acontecimento, será realizada no percurso do seu coração, do ambiente familiar, do trabalho, dos amigos e com aqueles aos quais continuam sendo sinais vivos de Jesus, ou seja, os mais necessitados. Neste tempo de Pandemia, já percebemos o sofrimento de muitos, que perderam seus empregos, já não tem o que comer diariamente. Na medida, em que como pedras vivas e edificantes da Igreja conseguirmos organizar ações que amenizem o sofrimento destas pessoas, seremos “missionários da Ressurreição”.

Há ainda neste momento sublime para a fé cristã, a consciência de que a missão vai além dos nossos muros, das nossas cidades. Existem, muitos missionários da Ressurreição espalhados por este “mundão afora”, leigos, religiosos e religiosas, padres e bispos, que vivem concretamente este chamado e transformam realidades ou continuam lutando pela dignidade das pessoas, como sinal da “nova criação”.

Sentir o “Ide” mexendo e provocando-nos a sair de área de conforto, passar pela região do medo, chegar à zona da aprendizagem e atingir o espaço da aprendizagem. Passos que também podem ser assumidos no contexto da fé.
A pandemia, o isolamento social estão aí para confrontar a individualidade, o egocentrismo e tantos outros “ismos”, dando-nos os sinais de que a revolução da humanidade também está passando pela ação de um vírus. Lidar com as mudanças nem sempre é fácil, mas cada vez mais exigente e por isso, concluo dizendo, que os frutos da ressurreição, vividos no encontro dominical, no desenvolvimento da fé e no desejo de estar em comunhão com o outro, nos fará, pessoas que poderão dizer: de fato a Ressurreição aconteceu em mim.

Padre Kleber Rodrigues da Silva, é pároco e reitor da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Pindamonhangaba-SP. Natural de São Luiz do Paraitinga-SP, é o caçula de 12 filhos. Foi ordenado padre em 15 de maio de 2004. É formado em Filosofia, Teologia, Publicidade e Propaganda e atualmente está fazendo Pós-Graduação, em Gestão Religiosa e Paroquial.

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