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Navio Almirante Maximiano transporta pesquisadores na Antártica

O NPo Almirante Maximiano (H-41), ex-Ocean Empress, é o navio de navio de pesquisa polar da Marinha do Brasil. (Foto: Alan Arrais/NBR/Agência Brasil)

Um laboratório flutuante. Esta é a melhor maneira de definir o Navio Polar brasileiro Almirante Maximiano. A embarcação circula pela Antártica transportando pesquisadores que estudam a região. Durante a navegação eles coletam dados oceanográficos que servem para atualizar as cartas náuticas da Antártica.

O trabalho é fundamental para o deslocamento de navios, afinal o mar sofre alterações constantes devido o aparecimento ou derretimento de geleiras dependendo da época do ano. As imensas pedras de gelo que flutuam pela Antártica também precisam ser mapeadas regularmente. Além da atualização das cartas náuticas, os pesquisadores podem fazer estudos nas áreas de glaciologia, meteorologia e biologia. Atualmente duas pesquisas sobre os efeitos das mudanças climáticas estão sendo realizadas no Almirante Maximiano.

Diariamente os líderes dos grupos de cientistas se reúnem com o comandante do navio e definem o roteiro do dia seguinte. Isto é necessário para atender as diferentes demandas. Para algumas pesquisas o navio precisa ficar parado, já em outras ele tem que navegar bem devagar ou rapidamente. As regiões analisadas também mudam dependendo do estudo.

No dia em que eu estava a bordo, o navio polar fez uma parada na praia da base chilena onde cientistas das universidades federais de Pernambuco e da Bahia instalaram uma estação meteorológica. Na manhã seguinte, eles iriam lançar um balão meteorológico no mar. O objetivo é comparar os resultados dos dois pontos de coleta para descobrir quais são as diferenças de temperatura e de que forma isso pode influenciar o clima brasileiro. Outras pesquisas feitas no Almirante Maximiano já revelaram que uma mudança climática na Antártica, distante mais de 5 mil quilômetros do Brasil, pode provocar, por exemplo, chuvas intensas na região centro-oeste.

O vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, Moacyr Araújo, elogia a parceria da Marinha que é fundamental para a realização do trabalho. “Sem o Navio Almirante Comandante Ferraz seria impossível desenvolver qualquer tipo de pesquisa na Antártica, e os estudos aqui são muito valiosos porque o continente é considerado o grande regulador térmico da Terra”, explica.

Cerca de 40% das pesquisas brasileiras realizadas na Antártica são produzidas a bordo dos cinco laboratórios do navio. Além da estrutura para trabalhar, os cientistas ficam hospedados em quartos, e toda a refeição a bordo está incluída. Uma comida farta e saborosa. Nos dias em que eu naveguei teve medalhão de carne com molho madeira, bobó de camarão, costela de porco e feijoada. As refeições de qualidade são uma tradição da Marinha e representam um momento de lazer para aliviar as pressões psicológicas, já que algumas pessoas ficam mais de seis meses embarcadas longe da família e dos amigos.

Na área de lazer, o navio conta com uma academia de ginástica para quem deseja manter a forma e uma sala de vídeos para quem não tem muita disposição para o esporte.

O navio polar também é responsável por levar mantimentos e passageiros para a Estação Brasileira Comandante Ferraz, que fica na ilha de Rei George, na Antártica. Todos os mantimentos chegam pelo Almirante Maximiano, e o transporte precisa ser realizado na época em que o mar não está congelado, entre outubro e março.

O transporte de pesquisadores, de mantimentos e de militares até o navio polar é realizado numa parceria entre a Marinha e a Aeronáutica. Durante os meses de outubro e março, o chamado verão polar, aviões da Força Aérea Brasileira pousam na pista que fica na Base Chilena Antártica, onde o Almirante Maximiano fica ancorado esperando pelos passageiros.

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