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Burkina Faso: aumento da violência armada significa perda de assistência à saúde para meio milhão de pessoas

Em janeiro, apenas 10 haviam sido afetados pela situação. Isto representa um aumento de mais de 12 vezes em oito meses. (Foto: CIVC)

A espiral de violência em Burkina Faso este ano impediu ou reduziu drasticamente o acesso de mais de 500 mil pessoas à assistência à saúde nos últimos seis meses.

Em agosto, cerca de 125 estabelecimentos de saúde estavam fechados (60) ou funcionando parcialmente (65). Em janeiro, apenas 10 haviam sido afetados pela situação. Isto representa um aumento de mais de 12 vezes em oito meses.

Devido ao incremento dos incidentes de segurança, os profissionais de saúde com frequência fogem das áreas rurais afetadas pela violência armada. As regiões do Sahel e do Centro-Norte de Burkina Faso são as mais atingidas. Entre maio de 2018 e julho de 2019, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) registrou 26 incidentes de violência que afetaram diretamente as equipes médicas, seus pertences ou seus veículos.

“O acesso à assistência à saúde tornou-se extremamente difícil em algumas partes de Burkina Faso. É um subproduto assustador da violência para as famílias, em especial aquelas com crianças feridas ou doentes”, afirmou o presidente do CICV, Peter Maurer, após uma reunião de alto nível com o presidente Kaboré em Ouagadougou na última sexta-feira. Durante sua estada de dois dias no país, Maurer visitou um presídio e se encontrou com as comunidades afetadas pela violência armada, que obriga as pessoas a fugir.

O número de deslocados internos no país aumentou cinco vezes em menos de um ano, passando de 50 mil em dezembro de 2018 para mais de 270 mil em agosto de 2019. Com isso, milhares de famílias de pastores e agricultores não podem mais se sustentar. Fome e desnutrição também são preocupantes. Cerca de 1,2 milhão de pessoas sofrem de insegurança alimentar.

“Bukina Faso enfrenta desafios em muitos níveis, incluindo choques climáticos, o que agrava as consequências do conflito armado”, disse Maurer. “A água é escassa, e crescem as tensões em torno dos recursos naturais. A mudança climática certamente não será resolvida em breve. Todos nós precisamos trabalhar juntos para ajudar a aliviar as piores mudanças futuras.”

Como o CICV está ajudando:

• Saúde: O CICV distribuiu material médico a estabelecimentos de saúde nas regiões do Sahel, Leste e Norte, beneficiando mais de 21 mil pessoas afetadas pela violência entre janeiro e junho de 2019. Também apoiamos uma campanha de vacinação infantil contra sarampo e meningite, assim como os centros de saúde (em especial o de Djibo, na região do Sahel);
• Alimentos: de janeiro a junho de 2019, o CICV forneceu alimentos a 22 mil deslocados internos nas regiões afetadas pela violência;
• Água: o CICV repara pontos de abastecimento e perfura poços para melhorar o acesso à água. Mais de 7,8 mil pessoas foram beneficiadas, entre deslocados moradores;
• Meios de subsistência: o CICV organizou a vacinação de 68 mil cabeças de gado no início do ano para apoiar o principal meio de sobrevivência de muitas pessoas afetadas pela violência.

* Com informações da Cruz Vermelha Internacional

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