A grande final por equipes valendo vaga olímpica para os três primeiros países foi disputada em dois percursos, a 1.60 metro, com 13 obstáculos totalizando 16 esforços (saltos). O Time Brasil – Marlon Modolo Zanotelli/Sirene de La Motte, Rodrigo Lambre / Chacciama, Eduardo Menezes/H5 Chaganus e Pedro Veniss/Quabri de L Isle – liderado pelo técnico suíço Phillip Guerdat e chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda conquistou ouro com 12,39 pontos perdidos (pp), o México foi prata, 22,97 pp e os EUA, bronze, 23,09 pp.
Todas as três equipes e o Canadá, 4º, estão qualificadas para os Jogos Olímpicos 2020.
Após a primeira parcial o Brasil virou na frente com 7,39 pp, seguido de perto pelos EUA e México, mas tudo estava indefinido. Conforme a regra a cada rodada, as equipes com quatro conjuntos descartam o pior o resultado. Marlon montado Sirene de La Motte, 1º em pista, fez uma falta (4 pontos) no último obstáculo do 1º percurso e pista limpa no segundo, depois entrou Eduardo com H5 Chaganus que registrou duas faltas a cada volta e teve seus resultados descartados, Rodrigo com Chacciama fez uma falta no 1º e zerou o 2º. Último em pista, logo em seguida da apresentação da norte-americana campeã olímpica e mundial Bezzie Madden, que acabou cometendo duas faltas, Pedro com Quabri de L Isle que já havia zerado a 1ª passagem tinha acabado de saber que o Brasil já era campeão. E o resultado mais uma vez foi perfeito: duplo zero de Pedro e Quabri levantando a torcida no estádio do Club Hípico Militar La Molina, sede do hipismo nos Jogos.
Uma vitória sempre é fruto do trabalho de toda uma equipe. “Só temos a agradecer a todos a toda comissão técnica e, em especial, ao nosso técnico Philipp Guerdat”, destacaram os campeões com unanimidade.
O suíço Phillip, ex-cavaleiro, liderou a França na conquista do ouro na Olimpíada Rio 2016 e é pai do número 1 do mundo e campeão olímpico Steve Guerdat. “Quando ele deixou de treinar a França surgiu a oportunidade de assumir o Time Brasil. Foi a realização de um sonho e garantimos a vaga em Toquio”, destacou Pedro, está em seu terceiro Pan e fez sua estreia nos Pan Rio 2007, quando o país conquistou seu último ouro. “Philipp está presente em todos os momentos, inclusive, na Vila Pan-americana, já ganhou tudo e parece até que tem mais sede de medalha que a gente.. (rs)”, pontuou Eduardo, que disputou seu primeiro Pan em 2015.
Marlon, que também disputou seu 1º Pan em 2015, lembrou: “no último Pan que ganhamos (Rio 2007) eu estava na arquibancada torcendo pelo Brasil e hoje é um prazer enorme fazer parte dessa equipe. Sonho realizado, vamos para o próximo.” Rodrigo, que está em seu primeiro Pan, destacou a união do grupo. “Estávamos todos juntos a cada momento, no aquecimento, todos dando detalhes e palpites, isso faz a diferença.”
Luiz Felipe de Azevedo Filho, que dessa vez ficou na reserva, observou: “eu já vim preparado para ser reserva e acho que alguém tem que desempenhar essa função. Estou feliz por estar dentro desse grupo com técnico como Philipp Guerdat que é claro, honesto e nos apoia nos momentos difíceis. Agora vamos trabalhar rumo a Tóquio.”
Todos os quatro brasileiros competem no Exterior e passaram o último mês treinando juntos. “Sem dúvida, esse processo de treinamento, nos fortaleceu como grupo e resultado não poderia ser melhor”, finalizou Pedro.
Rumo à final individual
Na sexta-feira, dia 9, os 35 melhores conjuntos disputam a final individual em igualdade de condições com a contagem zerada. No computo geral das qualificativas individuais Pedro virou em 1º lugar, Rodrigo, 3º, Marlon, 5º e Eduardo foi 16º, mas cada país só pode competir no máximo com três representantes. A 1ª volta da Final por equipes acontece das 11 às 13h00 horas (13h00 às 15h00 BSB) e a 2ª decisiva rodada na corrida pelo pódio individual, das 14 às 15h00 (16 às 17h00 BSB).
Hexacampeonato e três vagas olímpicas
Desde do Pan-americano de 2007, o Brasil não conquistava ouro por equipes. O país também foi campeão nos Pans em 1967 e 1999 no Canadá, 1991 em Cuba, 1995 na Argentina e agora nos Jogos Pan-americanos de Lima conquistando o hexacampeonato. Duas prata por equipes foram conquistados em 1959 em Chicago, EUA, e em 2011 em Guadalajara, México e único bronze em 2003 em Santo Domingo. Além do Brasil, somente os EUA detém o hexa.
Também desde 2007 o Brasil não subia ao pódio nas três modalidades em Jogos Pan-americanos. No Pan Rio 2007, o Salto foi ouro e o Adestramento e Concurso Completo, bronze. Agora em Lima, o saldo foi ainda melhor: Salto, ouro, Concurso Completo, prata e Adestramento, bronze. “Garantindo as medalhas, cumprimos o nosso grande objetivo que era a qualificação para Toquio”, comemorou Ronaldo Bittencourt Filho, presidente da Confederação Brasileira de Hipismo. “Precisamos também agradecer os integrantes das equipes que garantiram a nossa vaga no Pan nas seletivas Sul-americanas e todos que participaram do processo seletivo”, reforçou o chefe de equipe Pedro Paulo Lacerda.
Campeão Brasil – 12,39 pp (1º dia: 3,39 + 1ª volta: 4 + 2ª volta: 5)
Marlon Modolo Zanotelli / Sirene de La Motte – 4/0
Eduardo Menezes / H5 Chaganus – (8)/(8)
Rodrigo Lambre / Chacciama – 4/0
Pedro Veniss / Quabri de L Isle – 0/0
Técnico: Philipp Guerdat
Chefe de equipe: Pedro Paulo Lacerda
Veterinário: Rogério Saito
México – 22,97 pp (1º dia: 6,97 + 1ª volta: 4 + 2ª volta: 12)
Enrique Gonzelez / Chacna – 0/12 – 14,08 pp
Eugenio Garza Perez / Armani SI Z – 4/0 – 9,5 pp
Lorenza O Farrill / Queens Darling – 0/(16) – 20,6 pp
Patricio Pasquel / Babel – (8)/0 – 8,29 pp
3ª colocada EUA – 23,09 pp – (1º dia: 2,09 pp + 1ª volta: 8 + 2ª volta: 13)
Alex Granato / Carlchen W – (16)/5 – 21,02 pp
Lucy Deslauriers / Hester – 8/0 – 9,32 pp
Eve Jobs / Venue d´ Fees des Hazalles – 0/8 – 9,17 pp
Elizabeth Madden / Breitling LS – 0/(8) – 8 pp